Capítulo 23 A Vida É Sua

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As duas semanas seguintes, tudo ocorreu melhor do que eu poderia imaginar com Rebecca. Depois da noite do baile, automaticamente Rebecca ficou mais apegada à Tenebris. Por isso, só naquelas duas semanas passamos umas cinco noites na terra das noites eternas. E quando não estávamos naquela dimensão estranha, estávamos na cabana no Butão, ou junto aos monges.

Por outro lado, naqueles últimos dias, meus pais não pareciam estar felizes com eu estava. O casamento deles estava indo por água abaixo. Claro que como filho, não torcia para um divórcio não acontecer. Mas com os berros que eu ouvia assim que saia do meu quarto, confesso que pensei na hipótese de uma separação ser a melhor alternativa para os dois.

— A vida é minha, eu faço o que eu quiser! — bradava meu pai, naquela manhã de sábado.

— Você tem uma família, não é nem um garotão. Deveria pensar mais em sua família! — gritava minha mãe, também.

Do banheiro eu ainda escutava eles discutirem. E quando estava secando o rosto, ouvi:

— NÃO! VOCÊ NÃO VAI SAIR POR ESSA PORTA! — gritou minha mãe.

Sai do banheiro as pressas depois de ouvir minha mãe gritar e corri para a sala. Meu pai não estava a batendo, ao contrário, estava calmo com a mão na maçaneta da porta.

— Cuide da sua mãe — pediu meu pai, me olhando nos olhos.

Apenas assenti em resposta.

Meu pai saiu pela porta e a bateu. Em seguida, escutei ele ligando o carro e saindo de casa.

— Você viu como ele está? Não dá a mínima para nós dois — disse minha mãe, chateada.

— Deixa ele, quando quebrar a cara vai perceber o que realmente importa — respondi.

Passei o resto da manhã com a minha mãe, esperando meu pai voltar para casa. O que não aconteceu, sendo assim, minha mãe e eu desistimos de esperar. Olhamos um filme juntos e em seguida ela foi se deitar, alegando que não estava se sentindo bem. Então fui para o quarto jogar um pouco.

Não conseguia me concentrar em jogo algum, estava de cabeça cheia. Pensei que talvez precisasse descansar assim como a minha mãe estava fazendo. Me deitei na minha cama e peguei o celular e mandei uma mensagem para Rebecca.

"Oi, linda! Como você está?"

Ela respondeu rapidamente.

"Em casa entediada e você?"

"Também mais ou menos. Meus pais brigaram hoje de manhã e meu pai provavelmente vai voltar só de noite."

"Que chato. Mas não fica para baixo, não. Logo a minha mãe vai me liberar aqui. E é vou poder dizer que tenho que estudar. Aí me tranco no quarto e a gente pode sair. O que acha?"

"Seria legal! E se fôssemos para Londres? Queria ver aquele lugar durante o dia."

"Agora são cinco horas da tarde lá. Podemos pegar o entardecer."

"Tudo bem, aproveitamos ao máximo."

"Já estou indo." respondeu ela.

Me levantei da cama e fiquei esperando. Em minutos Rebecca apareceu próxima a minha janela e em seguida, nos teletransportou para Londres.

A cidade era outra na luz do dia. Chegamos em um beco vazio e logo andamos para a rua movimentada de Londres, ônibus vermelhos de dois andares passavam na frente do Big Ben.

— Essa é a visão mais londrina que alguém pode ter — disse Rebecca, olhando para o relógio. — Mas eu conheço algumas bem mais legais.

— Então me leve até elas — pedi, sorrindo.

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