𝐇𝐄𝐑𝐎𝐄𝐒 𝐒𝐓𝐈𝐋𝐋 𝐂𝐑𝐘 • 𝐁𝐍𝐇𝐀

Crepúsculo

LUNA TOGATA

Fui a última a receber alta. Não havia passado muitas horas desde o ataque de Scarlett, mas todos os ferimentos já tinham se curado. Eu ainda estava assutada com os últimos acontecimentos, mas principalmente com a frase que ouvi: O crepúsculo está chegando, a escuridão irá te encontra e uma corrupção mudará sua alma. Se mantenha firme, lute! Eu temia pelo estava vindo agora, pelo o que o futuro me aguardava. E isso está me deixando maluca! Aizawa conversou comigo por algumas hora, tentando me acalmar do sonho que tive e numa tentativa de descobrir como a Liga havia entrado no colégio com a segurança reforçada. O professor acreditava que só podia ter sido o traidor, mas não haviam pistas de quem podia ser. Podia ser qualquer um do corpo docente, mas eram tantos professores... tantos amigos e colegas que viviam juntos ali. Alguns tão próximos quantos outros. Conseguia sentir todo o cansaço que Aizawa pelo trabalho exaustivo que era estar em alerta o tempo todo; o medo em descobrir quem seria o traidor o corroía. E não conseguia deixa de me sentir culpada.

As pessoas estão se machucando apenas por minha presença; se magoando por minha causa. É só há uma maneira de resolver a situação: impedindo Akantha e qual seja o plano que me envolve. Ou então, mais pessoas vão se machucar... e Akantha prevalecerá.

Deixo os pensamentos de lado assim que saio da enfermaria. Entro no corredor da ala medica da academia e meus olhos se encontram com os de Bakugou. Assim que ele me viu, veio até mim, me tomando em seus braços, me rodeando em um abraço reconfortante. Quis desmoronar ali em seus braços, mas me mantive forte. O corpo todo tremia ao meu redor e eu o abracei de volta. Sussurrei em seu ouvido que "está tudo bem", mas nem eu mesma acreditava que estava tudo bem.

-- Você está bem mesmo, Mirtilo?- Bakugou segurou meu queixo, me fazendo olhar em seus olhos.

Concordei com a cabeça, sem abrir a boca. Eu sabia que se eu os abrisse, eu iria despedaçar. Eu tinha que ser forte! Por todos ao meu redor, e por mim mesma. Ou todos nós iríamos desmoronar.

-- Não conseguimos aproveitar nenhum pouco o festival.- uni forças para falar sem derramar uma lágrima e torcendo para que ele mudasse de assunto.

Bakugou me olhou com desconfiança, imaginando o porquê de eu ter mudado de assunto.

-- Você é péssima em mudar de assunto, Mirtilo!- as palavras dele me fizeram arregalar os olhos.

Olhei para Bakugou assustada. Estava tão óbvio assim?

-- Mas eu não...- o loiro arqueou a sombrancelha.

-- Mirtilo, sei que não quer falar sobre o que aconteceu hoje, mas saiba que não precisa guardar tudo para si.- tentei desviar os olhar já queimando com as lágrimas, porém dedos calejados me fizeram voltar a olhar Bakugou. -- Ei! Não precisa segurar o choro...

As lágrimas começaram a salpicar meu rosto. Não conseguia esconder meus sentimentos para Bakugou. Era como se ele pudesse olhar através de mim.

-- É só que... eu estou assustada! Cada dia que passa, mais sinto que meus poderes estão prestes a sair do meu controle e tenho medo que eu seja consumida por eles. Ao mesmo tempo, Akantha e a Liga estão em todos os lugares, apenas esperando que eu escorregue para me pegarem. E eu tenho medo que se ela não conseguir o que quer, use um de vocês como isca e...- paro de dizer, sem querer imaginar Bakugou ou qualquer outro nas mãos de Akantha. -- Eu estou com medo!

Os dedos sobem pelas minhas bochechas, acariciando-as. Eu fecho os olhos, permitindo ser acalmada por aquele simples gesto.

-- Você não vai ser consumida pelo poder, meu amor! Você é mais forte do que isso; mais forte que a Liga e Akantha. Mais forte do que qualquer um que eu conheça e vai lutar como sempre faz! Com a sua inesgotável força interior que é o seu combustível que nunca acaba. E eu estarei contigo, independente do que aconteça, lutando com você, e por você!