Uma História Para Luna

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LUNA TOGATA

A porta se abriu e eu adentrei o salão da casa, onde todos ainda estavam reunidos. A grande maioria - excluindo, é claro, a família da minha mãe - estava aflita com o ocorrido de algumas horas atrás. Fechei a porta e o som da madeira batendo fez a atenção de todos se voltarem para mim. Minha mãe, que andava de um lado para o outro, parou imediatamente, estática, e veio correndo até mim. Quando ela chegou perto, ela se conteve, parando a alguns centímetros de mim. Ela fez menção de erguer as mãos para tocar meu rosto, mas manteve-as próximas ao corpo. Meu rosto era uma muralha: sem qualquer demonstração de sentimento, o que fez a mulher a minha frente engolir em seco. Ela ficou parada, sem conseguir dizer nada, enquanto Mirio e meu pai vinham até nós. Meu irmão estava com uma vermelhidão nos olhos e as pálpebras inchadas de tanto chorar. Já meu pai tinha uma feição tristonha no rosto. Ele não parecia estar tão impactado quanto minha mãe ou Mirio, mas estava atordoado. Naquele momento, ninguém abriu a boca, sem conseguir processar o que iria dizer. Um silêncio constrangedor se instaurou entre nós quatro, até que minha mãe resolveu quebrá-lo.

-- Luna, me perdoe por esconder essa parte do seu passado de você. E-eu devia ter contado quando o seu irmão me disse que você já tinha dúvidas das marcas em suas costas.- a voz da minha mãe saia irregular, a beira de desabar em meio a soluços e lágrimas. -- Vou contar a você sobre tudo e serei sincera com você, desde o início até aqui.

Eu inspirei fundo, criando coragem para poder falar.

-- Não precisa.- minha voz saiu mais firme do que eu imaginava que seria, e fiquei orgulhosa de mim mesma. -- Eu me lembrei daquele dia.

Minha mãe se retesou, surpresa. Ela não se moveu. Nem parecia que estava respirando. Até que ela relaxou, como se um peso tivesse saído de suas costas.

-- Não, você não sabe sobre tudo.- minha mãe colocou a mão dentro do bolso, e de lá, ela tirou um colar com um pingente em formato de pássaro e me entregou. -- Isso foi encontrado com você, na noite em que eu a conheci.

-- Que você me... conheceu?- olhei para o objeto banhado em ouro. Aquilo me parecia familiar.

-- Sim...- minha mãe se afastou e olhou para meu pai, que se juntou a ela. -- Está na hora de contarmos sobre o dia em que você nasceu para a nossa família...

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17 ANOS ANTES...

NARRADORA

Quando a noite começava a cair pela cidade japonesa, diversos heróis se reuniam junto da polícia sob a suspeita de que All For One estava nas redondezas do cais, em um galpão abandonado. All Might e Gran Torino lideravam a equipe de heróis, prontos para enfrentar o vilão que havia ceifado a vida de Nana Shimura, a mestra do Símbolo da Paz. Todos estavam de prontidão, escondidos, apenas a espera da equipe de apoio verificar os arredores do cais. Quando a varredura foi completa e sem detectar a presença de mais ninguém no local, a equipe principal entrou. As portas foram derrubadas por All Might, pegando os vilões de surpresa. Antes que pudesse haver qualquer levante e acabar com toda a operação, Gran Torino e Miss Impermeable saíram pelo ar, incapacitando os vilões que se opunham a eles. Aos poucos, o grupo inimigo foi sendo desarmado, dando passagem aos outros companheiros.

All Might foi adentrando o galpão, e enquanto vilões se lançavam sob ele, numa tentativa de impedi-lo de avançar, os heróis de apoio iam para ajudá-lo a encontrar All For One. Com a maioria dos obstáculos fora do alcance, o Símbolo da Paz seguiu adiante pelo galpão, sendo engolido pela escuridão do lugar.

𝐇𝐄𝐑𝐎𝐄𝐒 𝐒𝐓𝐈𝐋𝐋 𝐂𝐑𝐘 • 𝐁𝐍𝐇𝐀Onde as histórias ganham vida. Descobre agora