"Isso dói, porra!"

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Tô aqui antes de começar o cap pra explicar, antes que vocês fiquem confusos, nesse cap quem narra a historia é o Narutin, e ela se passa uns quatro anos antes de ele ir pro colégio interno, enfim aproveitem!

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Eu entrei pela enorme porta da mansão, caminhando calmamente com as mãos no bolso do uniforme escolar – Uniforme esse que acabara de entrar em desuso para mim. –.

Eu esperei de costas para a entrada principal da casa. A empregada estava logo atrás perto das escadas do salão, com a cabeça baixa, pois nós dois já sabíamos exatamente o que viria a seguir, era um cenário recorrente afinal.

A ruiva entrou também, passando pela garota de uniforme doméstico a passos apressados, fazendo a mesma se encolher entre seus ombros estreitos, seus saltos pretos estalavam no piso de madeira e um baque absurdo fez a parede tremer de repente, era uma mania daquela mulher bater a porta quando estava com raiva, isso é, ao fim de todas as reuniões escolares.

Então ela se dispôs a falar, eu não consigo descrever essas palavras porque eu nunca me dei ao trabalho de sequer escutar suas broncas inúteis.

— Você tá me ouvindo Naruto?! — Ela se virou para mim com muita raiva ao perceber meu desinteresse total naquilo. — Sabe a gravidade das suas ações?! — Ela gritou apontando o dedo indicador na minha cara, então eu finalmente a escutei, e claramente fiquei irritado. Eu quebraria esse dedo apontado na minha cara se fosse qualquer outra pessoa nessa situação, mas ela não é qualquer pessoa então eu não posso fazer isso. Primeiro porque isso me renderia muito mais do que alguns ossos quebrados, segundo porque ela é minha mãe, é óbvio o motivo aqui, então acho que nem preciso explicar.

— E quem se importa? — Eu respondi virando a cara e estalando a língua. — Era só uma estátua velha, precisava ser trocada mesmo. — Eu ri minimamente, lembrando da cena daquela velharia idiota se quebrando inteira quando caiu no chão.

— Um garoto foi parar no hospital por causa da sua "brincadeira idiota"! — Ela berrou perdendo completamente os lados e me fazendo recuar um pouco. — Sabe o prejuízo que as suas ações nos trouxeram? Além de toda a despesa médica ainda teremos que pagar indenização à família daquele garoto, e a escola também, a estátua não vai sair de graça!

— E daí?! Um dígito a mais ou a menos não faz nenhuma diferença pra vocês de qualquer forma. Um braço quebrado não vai matar aquele pirralho burro! — Eu respondi, elevando minha voz, dessa vez olhando no fundo dos olhos azuis dela.

É claro que uma coisa dessa não poderia acabar de outra forma.

Um estalo ecoou por todo o salão, foi um tapa bem dado e merecido.

A empregada, que estava no fundo assistindo tudo calada sempre ficava com um semblante assustado quando presenciava nossas discussões, e com razão. Seu eu não fosse o filho dessa mulher provavelmente eu teria sido arremessado por alguma das janelas enormes do salão, como eu já vi acontecer inúmeras vezes com pessoas que a irritaram. Não, é exagero dizer assim, mas ela já arremessou sim algumas pessoas porta afora. Ela é louca!

Um silêncio pesado se instalou naquele ambiente, ninguém se atreveria a falar coisa alguma.

Eu passei meus dedos pela bochecha, o local ardia, provavelmente estava vermelho e ficaria assim por algum tempo. Foi um tapa e tanto. Eu normalmente trocava socos com pessoas folgadas na escola, eu costumava arrumar muita briga, mas nenhum daqueles socos nunca doeu mais do que esses tapas. Talvez porque eu sabia que estava errado e merecia aquilo, ou talvez por que eles sempre vêm da pessoa da qual eu procurei por atenção durante toda a minha vida até o momento, mas do jeito errado, como puderam perceber.

A Cama Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora