Kiss It Better | G. De Arrascaeta

thirty six

22 de novembro de 2019.

Lima se encontrava eufórica. Afinal, faltava menos de um dia para a tão esperada final da Libertadores. O jogo seria entre o time argentino River Plate, contra o time do Flamengo. Tanto os torcedores, quanto os jogadores se encontravam bastante ansiosos para esse momento.

Diga-se de passagem a torcida rubro-negra era a mais animada. Já faziam-se 38 anos que o time não ganhava uma Libertadores, essa seria a chance de mostrar o verdadeiro poder do Flamengo e conquistar novamente a América.

A ida até o aeroporto já tinha sido emocionante no Rio. Todos aqueles torcedores dando apoio ao time, era com certeza uma torcida fanática.

Hoje havia sido o último dia de treino para os times, então era fato que todos os jogadores se sentiam ansiosos e sobrecarregados. Carina vendo que seu namorado se encontrava dessa forma, resolveu ir com Giorgian caminhar um pouco pela praia, não há lugar melhor para relaxar.

— Amor, cuidado! — Giorgian gritava preocupado com Carina que corria a sua frente.

— Deixa de ser chato — respondeu a loira, pouco ligando para o que Arrascaeta disse.

— Carina você está grávida, não pode ficar fazendo isso — alertou.

A loira nem se quer respondeu, não sabia que ficar grávida tornaria Arrascaeta tão rígido dessa forma. Ela até achava fofinho ele todo preocupado com sua saúde e de seu filho, mas Carina fazia isso apenas para provocá-lo.

Carina parou de correr e sentou-se um pouco perto do mar, fechando os olhos e sentido a brisa marítima bater em seu rosto.

— Você enlouqueceu? — escutou a voz de Giorgian perto de si e abriu os olhos o vendo de braços cruzados, em pé. — Esses primeiros meses são cruciais, você tem tomar o máximo de cuidado possível.

— Não sabia que você ia ficar tão chato assim — falou voltando a fechar os olhos. Giorgian sentou-se ao seu lado.

— Se ser chato é me preocupar com você e esse bebê que você carrega, então eu sou chato sim — respondeu, bravo.

Ambos deitaram-se na areia e ficaram um tempo em silêncio, apenas escutando o som das ondas. A praia estava praticamente deserta. Haviam apenas o casal e algumas pessoas que passavam correndo na orla.

— Você tem razão — disse Carina, quebrando o silêncio e virando-se para o uruguaio. — Me desculpe, eu sei que não posso exagerar muito. Mas, eu odeio a sensação de estar perdendo a liberdade de fazer as coisas que eu amo.

Giorgian virou-se para a namorada e levou sua mão livre até o seu rosto.

— Eu sei disso. Mas vai ser necessário para você e essa coisinha aqui — disse acariciando a barriga pouco volumosa da loira. — Não vejo a hora de carregá-lo em meus braços.

— Eu também — Carina levou sua mão e colocou em cima da do uruguaio. — Você acha que vai ser menino ou menina?

— Eu queria muito uma menininha — admitiu, rindo. — Mas se for menino eu vou amar da mesma forma, vou poder ensina-lo futebol.

— Então, se for menina você não vai ensinar futebol?

— Não foi isso que eu quis dizer, eu... — Giorgian parou no meio a sua frase, vendo um sorriso de canto no rosto da namorada. — Você gosta de implicar, não é?