one

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Eu vivo rápido e não tenho cura
*
Carina

— Por que estamos aqui mesmo? — ouço Laura perguntar pela milésima vez.

— Emanuelle disse que tem novidades. — respondo e pego minha taça de vinho, que já está quase no fim.

Estávamos em um restaurante italiano bem charmosinho no Rio a convite de Emanuelle, segundo ela hoje era uma noite perfeita para comemorar. Eu já estava ficando sem paciência, o jantar estava quase no fim e a platinada ainda não abriu a boca para falar.

— Vocês são muito apressadas — diz Manu. — A pressa não vai levar vocês a lugar algum.

— Na verdade, vai sim — diz Natália, que foi a primeira a reclamar da demora. — Ainda tenho outro compromisso quando sair daqui.

— Outro compromisso da Nat se chama Vitrinni — digo e as outras duas caem na risada.

— As vezes, eu acho que a Natália está escondendo algum peguete dela nessa boate — comenta Laura.

— Com amigas como vocês, eu não preciso nem de inimigas — a morena realmente parecia querer se livrar logo desse jantar. — Pode adiantar logo essa notícia, Emanuelle?

Nos três encaramos a platinada que parecia querer nos matar de curiosidade com o segredo dela. Eu só espero que ela não diga que está grávida. Sou muito nova para ser tia.

— É o seguinte: lembra que eu disse que recebi uma proposta de trabalho num clube de futebol? — nós três assentimos. Ela realmente comentou sobre isso. — Eu consegui o trabalho, vou ser a nova fisioterapeuta do Flamengo!

Laura foi a primeira a ter alguma reação, ela era uma rubro-negra doente, as duas começaram a gritar e num instante viramos a atração do restaurante. Natália apenas a congratulou, mas de má-forma mais sútil, eu ainda estava digerindo a informação, quer dizer, eu estava feliz, mas ela só precisava ter enviado uma mensagem, ao invés disso ela marcou um jantar.

— Você não vai dizer nada? — questiona Emanuelle.

— Uh, parabéns, Manu.

— Que sem graça, Carina — diz Laura, que fez uma careta com minha reação.

— Não que eu não esteja feliz, você merece, Manu — digo e a mesma sorri com meu comentário. — Mas precisava mesmo vir até o restaurante pra você falar isso?

— As definições de amigas ingratas foram atualizadas — diz Natália e eu apenas respondo com o dedo do meio.

— Carina é uma jovem com alma de velho.

Preciso urgentemente rever as minhas amizades. As três ficaram rindo e tirando sarro de mim até a chegada da sobremesa. Quando nos reuníamos sempre ficávamos gongando uma a outra, era incrível e continuávamos amigas.

— Bom, o papo está ótimo — diz Natália se levantando enquanto chegava o celular. — Mas, para a tristeza de vocês eu preciso ir agora.

— Já vai encontrar com o boy, né safada?

— Carina, gostaria que com todo meu amor, você fosse se foder — ela diz com o deboche emanando em sua fala.

— Também te amo, Nat.

Ela se despede de nós com um beijo em cada uma. É muito engraçado como nossas personalidades não tem nada haver uma com a outra, mas a gente se da super bem.

Eu era a reclamona e ao mesmo tempo a cachaceira do grupo, sempre uma pulga atrás da orelha. Natália como se pode imaginar era a festeira, era Vitrinni quase todos os dias. Emanuelle era tipo a mãe do grupo, sempre preocupada e cuidando da gente. Laura era nossa psicóloga, tinha sempre os melhores conselhos e jogava na nossa cara a verdade.

Eu conheci Natália ainda no ensino médio. Ela que cuidou de mim no meu primeiro porre, sem ao menos saber quem eu era e desde então somos amigas. Já Laura e Emanuelle, eu conheci na faculdade. Eu cursava fotografia, Laura moda e Manu fisioterapia. Foi numa festinha no campus que nos três nos esbarramos e engatamos em uma conversa ali mesmo.

Natália ficou muito enciumada, porque eu estava andando muito com as minhas novas amigas e estava deixando ela de lado. Natália era modelo, foi descoberta por um olheiro ainda na escola e não fez nenhuma faculdade. Então, chamei Manu e Laura para saírem comigo e Nat, no início a morena ainda estava com um pé atrás, mas logo simpatizou com as garotas e assim nosso quarteto começou.

— Quem será que a Natália está pegando? — pergunta Laura depois de um tempo em silêncio.

— Isso vai ser difícil de descobrir — digo e as duas me olham sem entender. — Natália não é de manter uma relação estável com alguém.

— Mas será mesmo? Ultimamente ela só vive rindo sozinha olhando para o celular — conclui Manu, ela era boa em observar as coisas.

— Fodeu — dizemos as três juntas.

Términos a sobremesa e pagamos a conta. As meninas já estavam me esperando no estacionamento, mas eu parei antes no banheiro, pois estava muito apertada. Sai do restaurante e fui até o estacionamento, estava distraída tirando a chave do carro da minha bolsa, que não percebi alguém vindo em minha direção.

Todas as coisas da minha bolsa caíram no chão. As chaves, minhas maquiagens, meu celular e minha carteira. A pessoa me ajudou a pegar tudo do chão, pelo menos isso. Levantei meu olhar e vi um homem moreno, rostinho bonito e parecendo realmente preocupado com minhas coisas.

— Desculpa, moça — falou o carinha com um sotaque engraçado.

— Vamos logo, Giorgian — disse uma mulher morena e alta, que parecia estar irritada.

— Desculpa, novamente — ele se desculpou mais uma vez e foi atrás daquela mulher.

Neguei com a cabeça sem entender nada do que acabou de acontecer. Olhei para frente e minhas amigas estavam com uma cara estranha, pareciam não acreditar no que viram.

— Por que vocês estão assim? — questiono.

— Você sabe em quem acabou de esbarrar? — pergunta Laura e eu nego.

— Giorgian de Arrascaeta — diz Laura e eu continuo sem entender.

— E?

— E você trombou apenas com o meia do Flamengo — fala como se fosse óbvio.

— Nunca nem ouvir falar.

— Desisto de você, Carina — diz Emanuelle entrando no carro.

Eu realmente não fazia ideia de quem fosse aquele cara. Enfim, não é como se fosse fazer alguma diferença na minha vida.

• —— •

bobinha a carina, né?

minha primeira fic aqui no wattpad e queria começar logo com o meu amorzinho. sei lá o jeito que eu sou apaixonada pelo arraxca é diferente.

esse capítulo foi apenas para dar introdução a história.

espero que vocês gostem.

Kiss It Better | G. De Arrascaeta Kde žijí příběhy. Začni objevovat