thirty five

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Carina

— Grávida? — eu e Giorgian gritamos juntos.

— Sim, você ainda não desconfiava?

— Desconfiei, por isso eu fiz alguns testes e deram negativos — expliquei ao médico e Giorgian me olhou, querendo alguma explicação.

— Esses testes de farmácia não são 100% confiáveis — ele respondeu. — Você não sentia dores nos seios, tonturas, enjoos ou fadiga?

Assenti, tentando lembrar de todos os momentos em que me senti dessa forma.

Eu realmente senti todos esses sintomas, mas achava que fosse não fosse nada demais, mas não era um bebê que eu estava carregando. A minha ficha ainda não tinha caído.

— Bom, vou deixar vocês a sós — disse o doutor. — Daqui a pouco eu venho da a sua alta.

Assim que o médico saiu, Giorgian ficou na minha frente e seu rosto não expressa nadinha, até fiquei com medo dele não querer responsabilidade com essa criança, depois daquele... acontecido.

Mas sua reação foi totalmente o contrário.

— Amor, nós vamos ser pais — ele disse me enchendo de beijos. — Você tem noção disso?

— Lógico, eu que to carregando ele — respondi, sorrindo com todo carinho que estava recebendo. — Nós vamos ter um filho. Nós dois. Quem diria que chegaríamos até aqui?

— Eu te amo. Esse nenê que está aqui — ele dizia fazendo carinhos na minha barriga que não possuía ainda nenhum volume. — Eu já amo com todas minhas forças, eu prometo ser o melhor pai do mundo.

— Olha aqui, Giorgian — falei, enxugando algumas lágrimas teimosas que caiam em meu rosto. — Você não tem o direito de me fazer chorar em cima de uma cama de hospital, ok?

Acabei de lembrar que hormônios de grávidas dizem que é a pior parte, e eu já estou sentindo isso.

— Eu te amo — falei, olhando no fundo de seus olhos. — Nunca duvide disso.

— Nunca — ele respondeu e beijou os meus lábios.

O hospital não era um local muito apropriado para se declarar para alguém, mas eu estava pouco ligando sobre isso. Eu só queria que ele aquele homem entendesse que era o amor da minha vida e que nunca em cem anos eu iria imaginar  me sentir assim, como eu me sinto com ele.

Isso ninguém conseguiria tirar de mim.

— Carina! — fomos interrompidos pelo grito de Laura.

Eu nem sabia se estava liberada para visitas, mas não esperava menos dela. E muitos menos, esperava que todo mundo estivesse naquele quarto.

— Você quer me matar do coração? — ela chega esbravejando e empurrando Giorgian para ficar ao meu lado. — Nunca mais faz isso, tá me ouvindo? Afinal, o que o médico disse?

Olhei para todo mundo que tinham um olhar apreensivo no rosto e olhei para Giorgian no final que sorria para mim.

— Parece que a coisa é séria — começou Giorgian, acabei segurando minha risada imaginando o que ele iria fazer. — Precisamos tomar muito cuidado com a Carina, até ela ficar bem.

— Pelo amor de Deus, o que está acontecendo? — Emanuelle tinha uma feição preocupada no rosto.

— É muito grave? — perguntou Natália.

Eu já não estava conseguido segurar minha risada e não me contive. Todos me olhavam com uma interrogação na testa.

— Da pra alguém fazer sentido aqui, por favor — falou Gabriel.

Kiss It Better | G. De Arrascaeta Onde histórias criam vida. Descubra agora