nine

8.8K 432 21
                                    

Emanuelle
alguns dias depois

Abri meus olhos e me arrependi no exato momento. Por que eu não fechei a droga da janela? Na verdade, eu mal lembrava como cheguei em casa ontem. Não foi uma boa ideia ir para uma festa no meio da semana. Tento me virar para olhar a hora, mas um braço está em volta da minha cintura.

Um braço?

Olho para trás de mim e vejo Thuler dormindo profundamente. O que? Não acredito que transamos, de novo. Sim, de novo. As memórias de ontem acabaram voltando e me lembro que o encontrei no barzinho que fui ontem à noite. Bebemos, dançamos e viemos parar no meu apartamento.

— Olhar as pessoas dormirem é meio psicopata — escuto a sua voz rouca e saio do meu pequeno transe.

— O que você tá fazendo aqui?

— Você tem a memória tão curta assim, doutora? — ele questiona se espreguiçando.

— Não — respondo. — Só achei que tinha ficado claro que isso nunca mais iria acontecer.

— Bom, foi você quem me chamou para vir para cá. — ele já estava me irritando com essas respostas.

— Aí cala a boca, Matheus.

Tiro seu braço que estava em volta de mim e pego meu alarme no criado-mudo. Puta que pariu. Eu já estava mais que atrasada. Droga, por que fui pra aquela festa ontem, meu Deus?

— Porra — esbravejo me levantando e Thuler me encara sem entender.

— O que houve? — ele questiona ainda deitado.

— Estou muito atrasada — digo e saio procurando uma roupa no closet. — Você não deveria estar no CT também?

— Não — ele responde. — Só vamos treinar depois do almoço.

Pego a primeira roupa que vejo e corro em direção ao meu banheiro. Olho-me rapidamente no espelho e quase tenho um susto com a minha situação, mas não tenho tempo para pensar nisso. Tomo um banho rápido, escovo meus dentes e tento dar um jeito no meu rosto.

Droga, droga, droga.

Saio do banheiro e procuro por algum sapato na minha sala. Acho que ainda da tempo de eu pelo menos tomar o meu café, eu não posso viver sem a cafeína. Quem tá na chuva é pra se molhar. Assim que entro na minha cozinha, dou de cara com Matheus sentado na mesa e comendo a minha comida.

— O que você tá fazendo aqui ainda? — pergunto enquanto pego minha xícara, pelo menos ele teve a gentileza de fazer um café.

— Bom dia pra você também, Manu — ele diz e vem até mim me dando um beijo no pescoço. — E respondendo, estou esperando o Lincoln vir me buscar já que meu carro ficou no estacionamento da boate.

— Se eu fosse ele fazia você ir a pé buscar — digo e olho meu relógio vendo que eu estava mais de uma hora atrasada.

— Ha ha ha — ele força uma risada. — Você é tão engraçada, doutora.

Tomo meu café em dois minutos, pego minha bolsa e vou até o elevador, com Thuler no meu pé, lógico. O elevador parecia levar uma eternidade chegar ao térreo, então aproveitei para deixar as coisas claras com o zagueiro.

— Só uma coisinha — chamo sua atenção. — Isso que rolou fica só entre a gente e nunca mais vai acontecer, certo?

Ele se vira para mim, antes do elevador e diz: — Pode ficar tranquila, doutora. Esse será nosso segredinho.

●●●

Todo mundo estranhou o meu atraso de hoje, ainda mais por ser o primeiro nesse trabalho, pelo menos ninguém questionou o porque. Hoje pela manhã eu tinha consulta com alguns jogadores que já estavam na espera assim que cheguei.

— É só seguir essas instruções e você vai ficar novinho em folha — digo para o Rodrigo Caio, assim que termino sua receita.

— Obrigado, Manu — ele diz se levantando e estende a mão para mim. — Você é fera.

— Nada — aperto sua mão de volta. — Apenas uma médica dedicada.

— Eu sei — ele diz e vai até porta. — Thuler pira.

— Como disse? — questiono, mas acaba sendo em vão já que ele fecha a porta na mesma hora.

Aquele garoto já havia feito fofoca sobre a gente? Maldito. Ótimo, agora vou virar piadinha entre os jogadores do Flamengo.

Assim que chegou o horário do almoço, a minha vontade de aparecer naquele refeitório era mínima. Todos jogadores iriam se apresentar nesse horário e eu não queria virar a atração dali, mas Mariana insistiu tanto que acabei cedendo, ela não fazia ideia do que estava acontecendo.

Tentei almoçar o mais rápido que pude e forcei Mariana a fazer o mesmo. Motivo: Thuler e suas olhadas nada discretas, pelo menos, os outros jogadores pareciam estar distraídos com outras coisas.

— Pode me explicar a cena no refeitório? — pergunta Mari assim que sentamos nas arquibancadas, hoje resolvemos ficar para ver o treino.

— Que cena?

— Você toda nervosinha, apressada para sair dali, Thuler encarando nossa mesa...

— Eu e ele transamos — falo de uma vez e ela me encara chocada. — Pronto, falei.

— Você e o Matheus? — ela esbraveja.

— Fala mais alto Mari, acho que ninguém escutou — a repreendo pelo olhar. — Pela segunda vez.

— Segunda vez? — ela grita novamente.

— Fala baixo, cacete. — algumas pessoas já nos encaravam.

— Onde eu estava esse tempo todo? — questiona Mariana, agora mais contida.

— Não faz tanto tempo assim — digo o vendo correr junto com Vinícius e Lincoln — A primeira vez foi depois do jantar na casa do Ribeiro. Em minha defesa, eu estava muito bêbada e ele também acabamos pegando o mesmo Uber e ele se enfiou na minha casa, aí rolou. A segunda foi ontem depois do barzinho.

— Gente, isso tudo acontece e eu nem vejo — ela diz e começa a encarar por cima do meu ombro. — Seu gato tá vindo aí.

— Que gato? Eu não tenho gato nenhum — viro-me e dou de cara com Thuler, mas ao invés dele parar ao nosso lado, ele segue reto e vai até a fotógrafa do time. — Viu só? Já foi atrás de outra.

— Te incomoda? — ela pergunta com uma feição divertida no rosto.

— Marina presta atenção no treino, por favor — falo tentando mudar de assunto.

Me incomodar com Thuler dando em cima de outra? Hum, até  parece.

●●●

hummm

¡Ay! Esta imagen no sigue nuestras pautas de contenido. Para continuar la publicación, intente quitarla o subir otra.

hummm

aí gente to amando esses dois.

espero que gostem ❤️

Kiss It Better | G. De Arrascaeta Donde viven las historias. Descúbrelo ahora