thirty four

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Arrascaeta

Eu estava muito feliz.

Eu e minha loira finalmente tínhamos nos resolvido. E do melhor jeito possível. Assim que voltamos para a sala onde todos estavam, eles começaram a vibrar quando viram nossas mãos juntas.

Foi uma alegria e zoação sem fim.

Sendo que amanhã teríamos treino e com certeza o mister não ia pegar nada leve com a gente.

— Você parece preocupado — diz Carina me observando.

— Nada demais, só to pensando na bronca que o mister vai dar na gente amanhã — digo, suspirando e tomando mais um gole da minha cerveja.

— Bom, não precisa se preocupar tanto — ela diz, passando as mãos pelos meus ombros. — Você já teve um aquecimento e tanto esse noite — fala perto do meu ouvido.

— Você não presta — respondo, abraçando sua cintura, vendo-a sorri.

— Vem, vamos dançar.

Deixei a garrafa de cerveja em cima da mesa de centro e fui com Carina até aonde estava o pessoal. Posso dizer que nem todos estavam sóbrios, apenas Marília que ainda parecia intacta. Éverton estava tentando aprender a dançar funk com Laura e posso dizer que ele não leva muito jeito pra coisa.

Voltei minha atenção para Carina e seu olhar estava diferente, parecia bem distante da realidade.

— Amor, você está bem? — perguntei, a segurando pelos braços, sentindo-a gelada.

— Não sei — ela responde quase num fio de voz. — Tô me sentindo um pouco tonta.

— Vamos lá pra fora — sugiro e ponho a mão nas suas costas em forma de apoio.

Mesmo antes de nos afastarmos tanto, as pernas dela fraquejam e ela quase vai ao chão, mas a amparo antes que isso aconteça. De repente, todos estavam ao nosso redor e nem sabia o que fazer.

Ela estava pálida.

— Vamos ao hospital — diz Laura, se agachando perto de Carina e tocando sua pele. — Meu Deus, ela está muito gelada. Eu vou tirar o carro.

— Laura, melhor não. Você bebeu demais — diz Marília.

— É a minha amiga. Eu acho que tenho condições o suficiente para levá-la ao hospital.

— A Marília tem razão — digo, antes que aquilo tomasse uma proporção maior. — Você dirige? — pergunto, me direcionando a esposa de Éverton que assente.

Eu a pego no colo e saio com Marília em direção ao carro. Meu nervosismo estava a mil, nem sei como estava segurando Carina em meu colo tão firmemente.

— Eu vou junto — diz Laura, vindo atrás de nós.

●●●

Faziam-se acho que mais de duas horas que estávamos no hospital. Carina estava no quarto tomando insulina diretamente na veia, ao que parecia a sua pressão tinha baixado, mas o médico achou melhor fazer alguns exames só para garantir.

Eu estava muito aflito, mesmo que não tenha parecido algo muito grave, eu não gostava de vê-la dessa maneira.

— O que vocês estão fazendo aqui? — escuto a voz de Laura e eu saio dos meus pensamentos vendo que todo mundo tinha vindo até ao hospital.

— Você acha mesmo que a gente ia ficar lá roendo a unha, enquanto vocês estão aqui? — diz Gabriel, cruzando os braços.

— O médico já falou alguma coisa? — pergunta Emanuelle, ela tinha uma feição de preocupada no rosto.

— Estamos esperando ele chegar com os resultados dos exames — respondo.

Ficamos circulando do corredor por mais algum tempo. Todos, agora, pareciam apreensivos. Marília e Natália, tentavam me confortar dizendo que ia ficar tudo bem. Eu também acreditava, mas eu queria ouvir do médico que tudo realmente estava bem.

Falando nele, ele tinha acabado de chegar. Ele até deu alguns passos atrás, quando viu toda aquela massa de gente indo até ele.

— São amigos da Srta. Miller? — ele pergunta e assentimos.

Ele olha mais alguma coisa no prontuário e nos encara, sem demonstrar emoção alguma.

— Ela está bem, já está consciente novamente — tudo que eu consegui ouvir foram nossos suspiros de aliviados. — Você é o namorado dela? — pergunta, me olhando.

— Sim.

— Poderia me acompanhar, por favor? — eu apenas sinto e começo a seguir o médico.

— Está tudo bem mesmo, né? — pergunto ao homem de jaleco e ele assente. Entramos no quarto onde estava Carina.

Fui até perto da cama onde ela estava e lhe abracei da forma que podia, com medo de machuca-la.

— Eu estou bem, amor — ela tenta me tranquilizar.

— Tem certeza?

— Sim! Agora presta atenção no que o doutor vai falar — ela diz me empurrando e por um momento eu esqueci que tinha médico naquela sala.

— Bom, esse seu desmaio se deu realmente por falta de açúcar no sangue — ele começa dizendo. — Tem se alimento bem esses últimos dias Srta. Miller?

— Não, muito — ela responde e seguro suas mãos. — Minha alimentação realmente estava péssima esses dias.

— Tem pulado alguma refeição?

— Talvez — eu a encaro seriamente, não gostava de saber da ideia que ela não estava comendo bem. — Eu estou doente?

— A Srta. apresenta um leve início de anemia — ele diz terminando de escrever no seu prontuário e nos olhando, agora ele sorria.

Quem sorria dizendo que alguém poderia estar com anemia?

— Bom, você precisa se alimentar melhor. Eu já fiz um encaminhamento para uma nutricionista — ele diz, chegando perto de Carina a examinando novamente. — Você irá precisar de muito ferro no sangue, principalmente nos próximos meses.

— Como assim? — ela pergunta confusa.

— Você está grávida!

●●●

Voltei genteeeee

Só queria dizer que estou muito feliz com o andamento da história e que me agrada saber que vocês gostam tanto assim dela, pois eu amo escrevê-la.

Mas como tudo que é bom tem que ter um fim, esse já é o antepenúltimo capítulo. :(((

Kiss It Better | G. De Arrascaeta Where stories live. Discover now