Capítulo 16

834 78 3
                                    

Jaime estacionou em frente a minha casa e eu me preparei para descer, porém, senti suas mãos nas minhas, que me puxaram de volta, me impedindo de sair do carro.

— Não vai me dar um beijo?

Comecei a me aproximar para beija-ló, mas ele me interrompeu, perguntando:

— Está tudo bem com você?

— Por que não estaria?

— Você está me evitando, e você sabe disso.

(Você deveria falar com o professor Jaime também.)

— Você finalmente descobriu que é hétero e não quer me dizer? — ele perguntou. — Vamos, apenas diga. Vai doer sim, mas fazer o que?

— Jaime, isso de novo não — suspirei. — Não é isso, não tirei conclusões precipitadas igual você fez no parque aquático.

— Então me diga o que está acontecendo. Eu te amo e eu quero ajudar em tudo — ele colocou a mão em minha bochecha. — Eu sei que não gosta quando eu digo isso, porque você ainda está confuso. Mas eu não posso evitar, eu te amo muito.

(Isso é bom, ele realmente ama você.)
(Ama?)
(Muito.)
Coloquei minha mão sobre a sua que estava em cima da minha bochecha. Fechei meus olhos e sorri, enquanto senti Jaime se aproximar. Ele deixou um rápido beijo em minha testa e eu abri meus olhos novamente.

Vamos, me diga.

Eu também amo você, Jaime.

Ele ergue as sobrancelhas, surpreso. E as suas bochechas, por vez, ganharam cor.

Eu ouvi isso mesmo?

Sim, eu amo muito você.

Ele sorriu como nunca antes e cerrou os olhos, como se fosse chorar, em seguida respirou fundo.

Meu Deus, eu estou tão feliz.

E, como esperado, ele começou a chorar, sem tirar o sorriso do rosto.

Não precisa chorar! — exclamei, limpando suas lágrimas com meus dedos, achando a situação engraçada.

— Desculpa, você me faz sentir como um adolescente de novo, às vezes.

Você tinha razão, não é?

Sobre o que?

O amor é clichê, não importa o que a gente faça — suas lágrimas pararam de escorrer e afastei minhas mãos que agora estão molhadas. — Fica aqui hoje comigo, pode ser?

Ele balançou a cabeça e entramos dentro da minha casa. Não demorou muito para começarmos a nos beijar na minha sala.

Jaime se virou para mim, com o corpo nu, que está coberto pelo coberto. Tínhamos feito amor outra vez, e foi melhor do que a primeira.

Então, você é gay?

Eu não sei.

Como assim não sabe? — questionou. — Você se lembra que algumas horas atrás disse que me amava?

Eu tenho certeza que eu não sou hétero, eu só não sei se sou gay ou bissexual — desviei o olhar dele, pensando. — Acho que bi.

Gay ou bi, você não deixa de ser meu futuro marido.

Que convencido. — eu disse, me aproximando um pouco mais e deitando minha cabeça em seu peito.
Jaime aproveitou e começou a acariciar meu cabelo, me fazendo fechar os olhos.

— O que você acha de eu dormir aqui hoje?

— O que você acha de começarmos a morar juntos?

Ele parou de acariciar meu cabelo.

— Você está falando sério?

Abri meus olhos e o encarei.

Por que eu não estaria falando sério?

Eu não sei, é que... — ele respirou fundo. — É claro que eu quero morar com você.

Minha casa, sua casa ou vamos comprar um apartamento novinho e pequeno para começar do zero?

Um apartamento novinho e pequeno para começar do zero, com certeza.

Então, amanhã depois da escola, vamos dar uma olhada nos apartamentos. Quero fazer essa mudança o mais rápido possível.

É, eu também.

Ficamos em silêncio e ele voltou a acariciar meu cabelo.

— Jaime.

Hm?

— Eu te amo.

— Eu amo mais.

— Duvido. — falei, fechando meus olhos.

Teachers Where stories live. Discover now