Capítulo 6

1.2K 129 3
                                    

O que eu disse para Charlie é realmente verdade, as coisas passam rápido demais. Nem posso acreditar que já estamos no fim de mais um bimestre, logo vai começar as férias de verão e o preparamento para a feira cultural que tem todos os anos. E, pensando em feira cultural, eu preciso ver o que eu farei nesse ano.

— Bem, eu vou falar quem ficou de recuperação no segundo bimestre — eu disse, dando uma olhada no papel, aonde tinha feito as contas das notas. — Número 30 e 15.

Todos na sala fizeram festa, comemorando que não tinham ficado de recuperação.

— Que bom que só 1% da sala ficou de recuperação — sorri. — Estou muito orgulhoso de vocês.

O sinal tocou e todos correram para o refeitório, aonde teriam seu intervalo.
Quando vi a sala vazia, me sentei na cadeira, suspirando fundo.
Preciso fazer as provas de recuperação e começar a pensar no que farei na feira cultural, afinal, está perto e eu aposto que todos os professores começaram algo.
Brianna, disse que se juntou com o professor de redação, que é seu marido. Eles estão planejando em fazer algo relacionado com poesias.
Mary não me contou muita coisa, como sempre fazia. Desde que Jaime deu um fora nela, dizendo ser gay, ela começou a me evitar. Os alunos estão sempre falando que eu e Jaime deveríamos ser um casal. Então, ela deve me odiar, achando que eu sou o culpado dela perder uma de suas noites divertidas. Mas com Jaime gostando de mim ou não, ela perderia de qualquer jeito, afinal, ele é gay. Não gosta de mulheres. Isso não é culpa minha. Talvez se Mary fosse homem, então talvez ela poderia ter tido a sua noite divertida. Ou não, afinal, Jaime deixou bem claro que jamais ficaria com alguém que já é comprometido. Mas afinal, parece que Mary se juntou com Justin, o professor de matemática, para fazer algo.
Escutei algumas batidas na porta.

— Pode entrar.

A porta se abriu, revelando ninguém menos que Jaime.

— Olá, Adam.

— Oi, Jaime.

— Ocupado?

— Não, fique a vontade.

Ele fechou a porta atrás de si.

— A feira cultural está chegando, professor — disse, se sentando em uma das carteiras dos alunos. — Já sabe o que vai fazer?

— Não, eu estava tentando ter uma ideia agora — ergui o olhar para ele. — Já tem alguma ideia?

— Sim, por isso vim falar com você.

— Espera, você quer que eu seja sua dupla?

— É.

— Como pretende juntar história com educação física?

— Simples, você ficará encarregado de mostrar a parte histórica dos esportes escolhidos — ele se levantou e veio até mim. — E eu vou me encarregar de mostrar a parte prática.

— Não é uma má ideia, nunca fiz algo parecido.

— Então você topa?

É um pouco estranho, sempre trabalhei sozinho nesses projetos.

— Pode ser.

— Legal!

Me levantei.

— Eu vou para sala dos professores.

— Vai tomar seu café de sempre?

— Sim.

— Eu vou com você.

— Tudo bem.

Teachers Where stories live. Discover now