— Como você é exagerado, professor Adam.
— Eu sou exagerado?
— É — respondeu, dando de ombros, como se fosse óbvio. — Você tem que admitir que foi divertido.
— Divertido? Eu quase morri!
— Viu?
— Viu o que?
— Você está exagerando.
— Não estou! — me enrolei mais na toalha e comecei a andar para dentro do elevador quando as portas se abriram. Jaime foi vindo logo atrás de mim.
— Está sim.
— Você também é um exagerado!
— Eu? Por quê?
— Não tinha necessidade nenhuma de chamar aquele ruivo!
— Ainda com ciúmes?
Tentei esconder meu rosto, que eu sei que deve estar vermelho agora.
— Ciúmes? Eu não sou gay!
Ele encolheu os ombros, de repente.
— Você não é?
As portas do elevador se abriram e ele saiu, com passos fundos.
Caminhei depressa atrás dele, sentindo que disse algo de errado.— Jaime, tudo bem? — ele não me respondeu, apenas retirou as chaves do bolso e abriu a porta. — Jaime?
— Desculpa, é os alunos.
— Os alunos? — ergui uma sobrancelha, confuso. — Como assim?
— Eles disseram que não sabia se você era gay, mas que tinha jeito, então provavelmente era sim gay.
Dei um sorriso amarelo.
— Ah, essas crianças...
— Eu criei esperanças.
— Esperanças?
— Você sabe o que isso significa, Adam — ele desviou o olhar, mas isso não impediu que eu o visse com as bochechas coradas. — Eu estou bem afim de você, mas parece que eu e você é algo impossível.
— Por quê?
— Você é hétero.
— É... eu sou? — aquilo soou mais como uma pergunta, porque talvez realmente seja uma.
— Eu vou tomar um banho, tudo bem?
Balancei a cabeça e ele saiu para o banheiro. Eu, por minha vez, me sentei na cadeira da cozinha, ainda sentindo meu corpo um pouco molhado pela água da piscina.
Meu coração nunca bateu rápido como agora e as minhas mãos estão suando, porém eu sei que não é por causa do calor do verão.Jaime terminou de colocar nossas coisas dentro do porta malas e se sentou no banco do motorista, ao meu lado, sem dizer nada.
Estamos sem nos falar desde que ele se "declarou" para mim, digamos assim.
É óbvio que ele está triste e eu também estou. Triste por sustentar uma mentira dessas. Eu quero dizer a verdade, mas como eu devo fazer isso? Como, afinal?— Jaime — ele apenas olhou para mim, esperando que eu falasse. — Eu sinto muito.
— Você não tem que sentir muito.
— Mas eu...
— Não dá pra fazer milagre se você não é gay. — ele me interrompeu.
— Jaime, me deixe...
— A culpa não é sua, apenas relaxe — me interrompeu outra vez. — Agora podemos ir para casa?
Encolhi meus ombros.
— Podemos.
Saímos do estacionamento no parque aquático e caímos na estrada.
O parque não é muito longe, então chegaremos lá dentro de mais ou menos meia hora ou menos.— Jaime.
Ele respirou fundo. Provavelmente quer que eu apenas cale a boca.
— O que foi?
— Afinal, e a flor?
— A rosa? — ele soltou um sorriso amarelo. — Sim, fui eu.
De repente, Jaime ligou o rádio e a música Dumb do Nirvana começou a tocar, me fazendo encostar a cabeça e fechar os olhos e relembrar dos anos 90 e a minha adolescência.
Eu lembro muito bem quando eu tinha 16 anos e comecei a sentir atração por um garoto da minha sala, não me lembro do nome dele, não me lembro nada sobre ele, além do seu rosto. Seu cabelo era loiro e seus olhos eram castanhos claro, mas eu lembro que eu senti sim uma atração, mas ignorei por tanto tempo. E eu estou fazendo isso de novo.— Adam?
Abri meus olhos, dando de cara com Jaime.
— Jaime?
— Você acabou pegando no sono, mas nós chegamos na sua casa.
— Ah, sim! — me sentei direito e cocei meus olhos. — Pode me ajudar com as minhas malas?
— Claro.
Eu tirei meu cinto e sai do carro, fechando a porta atrás de mim.
Jaime retirou minhas malas do carro e eu as peguei.— Obrigado — ele não respondeu um educado "de nada", apenas entrou de volta no carro e foi embora, sem se despedir, é claro.
Retirei a chave do meu bolso e abri os portões de casa.
Coloquei minhas malas no centro da sala e me sentei no sofá, cansado, sem vontade de esvaziar minha mala.
Meus olhos se viraram para a rosa, que Jaime me deu secretamente e eu me espanto ao ver que ela está morta.— O que? — me levantei do sofá, caminhando até a flor. — Mas eu só passei dois dias fora, eu só...
Desesperado, eu corri até a cozinha. Enchi um pouco de água em um copo para colocar na flor. Mas, quando o fiz, duas pétalas caíram da rosa, em vez de fazer algum efeito.
— Vamos lá, isso não pode estar acontecendo — coloco mais água, porém, é claro que não adianta de nada. — Por favor, Jaime deu você para mim... ele deu...
Sinto tudo paralisar ao meu redor e acabo deixando o copo com água cair no chão. Como ele é de vidro, ele se quebra, derramando água para todos os lados.
Cambaleio para trás e acabo caindo de joelhos no chão.— Meu Deus — sinto uma lágrima descer pela minha bochecha. — O que foi que eu fiz?
DU LIEST GERADE
Teachers
RomantikAdam Christopher, sempre foi apaixonado por história, assim como seu prazer em ensinar também sempre veio acompanho dele. Sendo assim, nada o impediu de se torna um jovem professor de história, que trabalha em uma escola da Califórnia. Adam ama seu...