Capítulo 9

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— Quer sorvete? — perguntei. — Eu pago.

— Pode deixar que eu pago.

— Jaime, por favor, você já pagou o nosso almoço — retruquei. — Então, me deixe pagar o sorvete.

— Tudo bem, professor Adam.

— Obrigado, professor Jaime.

Notando o sarcasmos em minha voz, ele dá uma risada rápida e fraca.
Nós dois pegamos um pequeno pote de plástico. Jaime colocou 3 bolas de sabores diferentes em seu pote. Uma de chocolate, outra de côco e a última de creme. Eu, por minha vez, coloquei apenas duas bolas de morango, com cobertura de chocolate.
Eu paguei pelos nosso sorvete e saímos do restaurante, comendo.

— Você ainda vai na piscina hoje? — perguntei a Jaime. — Porque eu vou subir e tomar um banho.

— Então eu vou com você.

— Ok.

Sendo assim, ele me acompanhou até o quarto onde estávamos hospedados.

Jaime saiu da piscina e começou a andar em minha direção, enquanto água pingava do seu corpo e do seu cabelo escuro.
Mordo meu lábio inferior.
Ele é tão sexy. Porra.

— Aproveitando seu último dia aqui? — ele pegou uma toalha e tentou secar o cabelo enquanto se sentava na cadeira ao meu lado.
Fechei meu livro e o coloquei em cima da mesa. É inútil ler se eu não consigo prestar atenção. Não faço ideia de quantas vezes eu olhei sobre em cima do livro apenas para ver Jaime nadando na piscina e morrendo de ciúmes quando alguém parava para conversa com ele.
Quero ir para casa.
O que estava acontecendo mesmo na história do meu livro? Bryan... Bryan... O personagem principal. O que diabos aconteceu com ele?
Encaro o livro sobre a mesa e fecho meus olhos em seguida, pensando em quantas páginas vou ter que ler de novo.

— Adam?

— Sim, eu estou aproveitando. — eu respondi, me lembrando que ele tinha me feito uma pergunta alguns segundos atrás.
Ele para de tentar secar o cabelo e joga a toalha por cima da bolsa. Seu cabelo continua molhado, mas não tanto quanto antes.

— Você é um mentiroso, Adam. Quando tempo faz que está lendo esse livro?

Lendo?, respondi mentalmente, Eu com certeza não estava lendo.

Algum tempo, eu acho.

— E é assim que aproveita suas férias de verão no parque aquático?

— Eu acho que não, mas acho que sim.

— Como assim?

— Eu fui o suficiente na piscina.

— Não estou falando disso, mas sim porque você simplesmente não vai em algum brinquedo? — perguntou. — Poderíamos ir juntos! Tem um toboágua que desce com a bóia, e na bóia vai duas pessoas.

— Aposto que esse é o único brinquedo que você não foi.

— Sim e por isso você vai comigo, não vai?

Desviei o olhar.
Não vai ser dessa vez.

— Pode esquecer.

— Fala sério!

— Eu tenho medo!

— Eu sei e por isso podemos superar seu medo juntos!

— Não.

— Vamos lá, vai ser divertido!

— Não e não.

Escuto o ranger da cadeira e olho para ele, que agora está em pé.

— Você venceu — comemorei mentalmente. — Então eu vou tentar convencer outra pessoa a ir comigo.

— Espera, o que? — eu retirei meu óculos de sol e me levantei da cadeira também. — Você não pode fazer isso!

Ele sorriu.

— E por que não, professor?

— P-p-por que... por que...

Um garoto mais ou menos da minha altura, com os olhos azuis e o cabelo ruivo, passou em nossa frente, apenas com uma sunga verde.
Jaime caminhou até ele e minhas pernas automaticamente foram atrás dele.

— Ei, garoto!

Ele se virou e vi que seu rosto era repleto de sardas, o que o fazia ser um tanto fofo.
O menino ergue uma sobrancelha, confuso.

— Perdão, está falando comigo?

Antes que Jaime pudesse responder, o puxei pela mão e gritei:

— Não! Ele não está falando com você! Vá embora!

O ruivo parecia ter ficado mais confuso, porém me obedeceu e foi embora, com passos rápidos. Com certeza deve pensar que somos malucos.

— Por que fez isso? — Jaime se virou para mim, com um sorriso imenso. — Eu sou gay e ele tinha uma bunda bem maior que a sua, digamos assim.

— Você fica reparando na minha bunda?!

Ele começa a gargalhar sem parar enquanto sinto minhas bochechas arderem.

— S-se você continuar rindo — gaguejei. — Eu não vou mais naquele maldito brinquedo!

Como esperado, ele calou sua risada.

— Então você vai?

— Vou, não precisa ficar procurando por pessoas desconhecidas.

— Por quê?

— É perigoso! E se for um sequestrador?

— Eu acho que sequestradores não vem para parques aquáticos.

— Não tem como saber! — exclamei, na minha falha tentativa de esconder um ciúmes idiota. — Você está mais seguro comigo, então apenas vamos logo, pode ser?

— Com certeza.

Jaime então me mostrou qual era o caminho até o brinquedo. E, quando chegamos lá, fique feliz que primeiro iríamos ter que enfrentar uma fila gigante.

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