Laços do Crime || Imagine Taehyung

I trust you

"Quando abri os olhos, demorei um tempo para ver claramente onde estava. Me sentei na cama rapidamente assim que ouvi passos se aproximando. Meu corpo congelou assim que a porta do meu quarto abriu. Minha mãe entrou junto com o meu ex-diretor. Agarrei as cobertas e observei enquanto o diretor sussurrava algo para minha mãe. Ela sorriu e saiu do quarto, trancando a porta atrás de si. Meu corpo começou a tremer e o diretor retirou o cinto.

 – Vamos brincar. – ele sorriu.

 – Não... – falei com a voz trêmula. – Fica longe de mim! NÃO!"

Acordei. Minha respiração estava completamente descontrolada e meu corpo estava suado. Me levantei da cama e olhei a lista telefônica em cima do criado-mudo. Quando pensei em discar o número no telefone, suspirei e peguei um moletom no closet. O vesti e saí do apartamento, indo até o elevador. Apertei o botão da cobertura e as portas se fecharam. Me abracei enquanto esperava o elevador parar. Saí assim que as portas se abriram e caminhei até a porta da cobertura. Notei que a mesma não estava completamente fechada.

A empurrei lentamente e entrei. O apartamento estava praticamente escuro, a não ser pela luz que vinha de um dos corredores. Andei lentamente em direção à luz, até descobrir qual cômodo era. O local parecia ser um tipo de escritório. Taehyung estava sentado na cadeira de couro preto, usava apenas uma calça moletom e óculos. Seus olhos estavam vidrados na tela do computador à sua frente. Me apoiei na batente da porta e sorri de canto. Taehyung era realmente maravilhoso, mas as tatuagens em seu braço direito me chamaram ainda mais atenção.

 – Por que não está dormindo, ________? – ele perguntou sem olhar para mim.

 – Acabei perdendo o sono. – suspirei e ele me encarou. – Tive um pesadelo.

Observei uma de suas mãos desligar a tela do computador. Ele me estendeu a mão e eu me aproximei dele, colocando minha mão sobre a sua. Taehyung me puxou para o seu colo e prendeu uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Seus dedos acariciaram a pele do meu rosto gentilmente, me deixando completamente arrepiada.

 – Quer conversar? – olhei no fundo de seus olhos. – Não precisa me contar com o que sonhou se não quiser, respeito o seu espaço.

Desviei o olhar e suspirei.

 – Sonhei com o meu ex-diretor da escola. – comecei. – Eu ainda estava em casa e ele entrou no meu quarto junto com a minha mãe. Ele disse alguma coisa no ouvido dela, mas não consegui ouvir o que era. Só me lembro dela trancar a porta quando saiu e o diretor tirar o cinto das calças. – Taehyung não disse nada, apenas ficou olhando para o meu rosto o tempo inteiro. – Eu nunca tive a chance de conversar com alguém sobre ele. Sempre guardei tudo para mim, porquê tinha medo do que os outros iam falar.

 – Quer me falar o que acontecia? – ele tinha um tom cuidadoso na voz e eu agradecia mentalmente por ele não me forçar a dizer nada.

Pela primeira vez, eu não sabia por onde começar. Eu tinha tudo esquematizado na minha cabeça, para caso esse dia chegasse, agora parece que eu perdi tudo.

 – Não me lembro de todos os exatos detalhes, eu quis apagar o máximo de lembranças que conseguia, mas acho que tudo aquilo começou quando eu troquei de escola. Minha mãe e o diretor eram ótimos amigos e eu já o conhecia há alguns anos. Nos dávamos muito bem no início, ele sempre foi muito gentil comigo. Um dia, ele me chamou para ir até a direção no final da aula, disse que queria conversar comigo sobre um projeto da escola em que eu iria participar. Lembro que ele trancou a porta quando eu entrei, mas a conversa fluiu perfeitamente bem nos primeiros momentos. Já estava ficando tarde quando terminamos de conversar e foi então que... – meus olhos se encheram de lágrimas. – Ele...  Ele começou a tocar em todo meu corpo, inclusive nas partes íntimas. Eu tentava empurrá-lo para longe, mas eu era muito fraca. Ele dizia que só estava checando se o meu corpo era apropriado para o projeto. Meu Deus! – eu desabei completamente contra o peito nu de Taehyung. Senti seus braços me envolverem em um forte abraço. – Ele perguntava se eu já era mocinha e... E!