Looks like we met again

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Dia de ir para a igreja com os pais.

O vestido branco de renda, estava perfeitamente passado e pendurado em um cabide no meu guarda-roupa. Ele não tinha nenhuma mancha ou dobra. Parecia totalmente novo, a ponto de ter acabado de sair da loja.

Tomei um banho rápido e logo em seguida, comecei a me preparar. Coloquei o vestido com o maior cuidado e fiz a mesma coisa com a sapatilha. Por mais que odiasse usar sapatilhas (pelo simples fato de sempre me machucarem), minha mãe sempre dizia que uma mocinha educada sempre obedecia seus pais e usava tudo o que eles mandassem. Lógico, eu não acreditava em nenhuma daquelas palavras.

Desde pequena, fui criada para ser a filha perfeita. Nunca tirava notas abaixo de nove, sempre usava roupas adequadas e com cores claras, não bebia e muito menos, ia em baladas ou qualquer outro tipo de festa. As amigas que eu tinha, eram perfeitas. Atingindo todos esses mesmos critérios que eu, bom, pelo menos até os finais de semana.

Arrumei o meu cabelo em um coque improvisado e apenas passei um perfume, que eu mesma havia escolhido. O perfume era da Calvin Klein, Euphoria. Tinha um dos aromas mais cativantes que eu já senti. Era feito com as flores das orquídeas, que eram consideradas as mas sedutoras da natureza. Minha mãe, obviamente, não aprovou minha escolha. Mas como foi meu pai quem pagou pelo perfume, ela não tinha direito de opinar.

Desci as escadas rapidamente e dei de cara com minha mãe. Ela me olhou com seu tradicional olhar desaprovador e colocou as mãos na cintura. Meu pai que estava atrás dela, suspirou e negou.

- Descendo as escadas correndo? - sua voz era séria. - Quantas vezes já conversamos sobre isso?

- Perdão, mãe. - encolhi os ombros. - Mas eu não estava correndo...

- Está me contradizendo? - ela ficou mais severa e meu pai se colocou entre mim e ela.

- Querida, deixe isso de lado. _________ não fez por mal, não é mesmo? - ele me olhou por cima do ombro.

- Não, senhor. - neguei rapidamente e minha mãe saiu pisando forte. Suspirei e meu pai se virou para mim. - Obrigada...

- Não se preocupe, pimpolha. - ele apertou minha bochecha e eu sorri. - Vamos, ou sua mãe vai ter um treco.

- Não seria uma má ideia...

Meu pai riu e colocou sua mão em minhas costas.

- Não, mas melhor não arriscarmos.

Quando saímos de casa, esperei meu pai trancar a porta para acompanhá-lo até o carro. Minha mãe ficou de cara amarrada até a igreja. Bastou ela colocar o pé para fora do carro, que ela abriu o maior sorriso do mundo. Enganchou no braço do meu pai e andou até a entrada da igreja. Acompanhei um pouco mais afastada, com a cabeça abaixada e tentando evitar olhar para qualquer pessoa que fosse.

Assim que entrei na igreja, vi que meus pais estavam sentados no mesmo lugar de sempre, mas não tinha mais espaço para mim. Meu pai começou a me procurar por entre as pessoas e quando me viu, eu apontei para o banco do fundo, perto da porta. Ele concordou e eu me sentei bem no meio do banco. Eu não tinha uma boa visão de lá, mas as celebrações eram sempre a mesma coisa, então pouco me importava.

A celebração seguiu normalmente e quando estávamos quase na metade, senti alguém sentar do meu lado. Pude sentir um cheiro absolutamente maravilhoso vindo da pessoa sentada ao meu lado. Não precisei olhar para saber que era um homem. Olhei pelo canto do olho e vi que ele estava sentado confortavelmente no banco. Pernas afastadas, um braço apoiado no banco muito perto dos meus ombros. Usava roupas escuras. Calça jeans preta, camisa social slim vinho, sapatos polidos e pude perceber que tinha um relógio em seu pulso esquerdo. Os botões de sua camisa slim estavam bem esticados, o homem tinha muitos músculos.

Laços do Crime || Imagine Taehyung Onde histórias criam vida. Descubra agora