29 - Juntos.

179 6 2
                                    

Willa Sterling

Meu coração descontroladamente esmurrava a caixa torácica enquanto eu somente o olhava, estática e em completo choque.

– Apenas... diga alguma coisa – murmurou ele, após consideráveis longos minutos dos quais eu havia perdurado em silêncio. – Qualquer coisa.

– Jared... Eu...

– Merda! Estou pressionando você, não é?

– O quê? N-não! – apressei-me em lhe assegurar. – É claro que não. Eu só... fui pega totalmente desprevenida... Só isso.

– Não precisa me dar uma resposta positiva se caso não estiver pronta – acariciou meus cabelos na nuca com calma, querendo me passar tranquilidade, embora eu visse a apreensão clara em seu olhar. Estava visivelmente nervoso, por mais que se esforçasse para não tornar perceptível, e essa era definitivamente a primeira vez que eu o via assim. Jared não era o tipo de cara que se deixava abalar com o que quer que fosse – ao menos, não com facilidade. Pelo contrário, ele exalava uma segurança invejável sobre si mesmo e sempre era obstinado quando se tratava do que queria. No entanto, agora, suas pupilas dilatadas e maxilar tensionado me transpareciam exatamente o oposto.

– Me desculpa reagir assim – comecei em um murmúrio. – Eu só não esperava algo tão intenso dessa forma vindo de você, e logo assim, tão de repente. Quero dizer... V-você me pareceu muito firme em sua palavra quando me disse àquela noite na boate que...

Completou minhas palavras, cortando-me:

– Não pretendia envolver sentimentos em qualquer outra relação com uma mulher novamente. E eu não menti. – Desviou o olhar e soltou um suspiro, como se se preparando para o provável peso das palavras que viriam a seguir: – Mas acontece que você não é qualquer mulher, Willa. Porra, se eu estou passando por cima de uma promessa que fiz a mim mesmo e da qual por anos a fio sustentei sem quebrá-la, é porque eu realmente sinto algo forte por você!

Droga. Por que eu não conseguia dizer nada?! Era gritantemente óbvio que eu estava completa e indubitavelmente apaixonada por este homem – afinal de contas, como seria possível não estar? –, mas, ainda assim, não sabia encontrar palavras certas para lhe dar uma resposta. O medo que sempre me acompanhava de não ter os meus sentimentos correspondidos foi o que me fizera reprimir a vontade constante de simplesmente abrir o meu coração e rasgar de uma vez para ele toda a explosão de sentimentos que só ele foi capaz de me despertar como nenhum outro homem que antes passara na minha vida já conseguira. E agora, após ele ter declarado seus sentimentos por mim de forma que eu nunca imaginei nem nas minhas mais ilusórias fantasias que faria algum dia, eu não conseguia nem organizar os meus pensamentos para fazer uma palavra inteligível sair da minha boca.

Ainda estava montada em seu colo de forma inconscientemente íntima, nossos corpos ainda sexualmente encaixados, e ao só então tomar total consciência do fato, foi quando imediatamente me movi pretendendo sair de cima dele e tratar de comportar minhas roupas. Estremeci por inteira ao sentir todo o seu comprimento deslizar para fora de mim, só agora passando a sentir a pontada de dor e desconforto entre os lábios vaginais como resultado de todo o sexo selvagem que fizemos pela manhã em sua cama e ainda somando a este outro de agora. Deus! Jared tinha empregados trabalhando pela casa. Não queria nem imaginar passar tamanho constrangimento ao sermos flagrados assim por alguém. Eu morreria de tanta vergonha! Ele, no entanto, não demonstrava nenhum indício de preocupação e segurou forte minhas coxas para impedir que eu saísse do seu colo.

– Jared! Eu preciso...

– Apenas me deixe terminar.

– Se alguém aparecer e nos pegar assim!

The Other Man - O AmanteWhere stories live. Discover now