2 - Algo diferente.

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Jared Leto

O que dizer de uma prostituta quando, além de ter uma péssima habilidade com sexo oral, insiste em me fazer gozar após estendidos e tediosos minutos de um?

Bem, ela não era bem uma prostituta. Na verdade, não passava de uma loira muito bonita e bêbada que dera em cima de mim enquanto estava no bar e agora, de alguma forma, nos encontrávamos dentro de um banheiro e ela me chupava. A música alta que ressonava no lado de fora pela boate soava abafada dentro do minúsculo e quente espaço do cubículo.

Chelsea - ou, seja lá qual fosse o seu nome, considerando o fato de que não me recordo e se bem não me engano, era esse ou algum outro parecido - ergueu a cabeça para mim enquanto segurava o meu pau semiereto com uma das mãos e abriu um sorriso lascivo.

- O que está achando, querido? - indagou ela, evidentemente pois a boca estava cansada demais ao ponto que me perguntar isto foi a primeira coisa que lhe passou à cabeça para que conseguisse uma pausa.

Balancei a cabeça e sinalizei para que se levantasse; assim ela fez. Saquei minha carteira de dentro do bolso do blazer e tirei uma quantia em nota, estendendo para ela. Não tinha certeza se era uma prostituta, mas o dinheiro valia pelo menos o seu esforço.

- Ah, qual é, garotão... - ela veio para cima de mim, começando a passar a língua de leve na minha orelha enquanto espalmava as mãos por todo meu peito e ombros. - Tem certeza de que não quer mais? Eu ainda posso fazer você chegar lá... - Disso eu duvidava muito, mas continuei calado. - E eu prometo que engulo tudinho.

Revirei os olhos quando a mulher insistente já começava a beijar meu pescoço, levando a mão atrevida até minha bunda para então apertá-la. Agarrei seu pulso imediatamente. Não ia rolar.

- São poucas as que conseguem esse privilégio, gatinha - falei. - Me fazer gozar. - Expliquei quando parou de me beijar para olhar para mim.

Ela bufou, vendo que eu não iria ceder e se afastando, emburrada.

- Se já sabe disso, então por que...

- Você é gostosa, o álcool muitas vezes me deixa excitado e achei que uma mulher como você daria pro gasto - a interrompi, já esclarecendo tudo. - Mas pelo visto me enganei... - acrescentei baixinho, guardando o dinheiro e a carteira de volta, já que ela não aceitara. Mas ela ouviu.

A boca da loira caiu aberta. Ela claramente ficou ofendida, mas o que eu podia fazer?

Após me lançar um olhar queimando de raiva por intermináveis segundos, a mulher enfim apanhou a bolsa jogada no chão e, resmungando uma série de palavrões direcionados a mim, saiu e bateu a porta da pequena cabine.

Suspirei aliviado. Assim que terminei de fechar o cós e o cinto das calças, meu celular começou a vibrar dentro do blazer. Era Susana.

- Merda. - Praguejei antes de atender. - Oi, Susana.

- Nossa, até que enfim você atendeu! - exclamou minha namorada do outro lado da linha. - Por onde esteve o dia todo? Já te liguei um monte de vezes e você nem sinal. Marcamos de almoçar juntos, Jared. Não é a primeira vez que você esquece.

- Eu sei. - Respondi com um suspiro cansado. Era verdade, eu sempre esquecia. Ou então, quando fazia de propósito, simplesmente deixava o celular no modo silencioso o dia inteiro para que não atendesse suas inúmeras ligações (como exatamente fizera hoje) e por fim sempre arrumava uma desculpa quando a via. - Mas eu posso compensar passando na sua casa hoje à noite - falei. - Podemos jantar juntos. Só vai levar algumas horas para que eu chegue aí, tudo bem?

The Other Man - O AmanteWhere stories live. Discover now