- Você está certo meu jovem, vamos mudar de assunto. - falou Helena, com seus bobs de cabelo coloridos cobertos por um lenço florido - Eu não quero te deixar desconfortável.

- Não se preocupe com isso. - continuei com o tom leve de sempre - E então, em que eu posso ajudar as senhoritas. - completei de forma brincalhona, recebendo sorrisos de dentadura que alegravam o meu dia.

- Me conte aqui meu jovem, quantas calorias levam cada uma dessas delícias? - aí está, eu não disse? elas são tão focadas na dieta quanto eu.

- São por volta de 180 calorias por unidade. Sem o açúcar por cima. - tentei amaciar a situação, caso contrário elas ficariam ali mais uma hora, para acabar levando a mesma coisa.

- E com açúcar? - disse a outra curiosa.

- São 210, foi o que vocês pediram da última vez. - seus olhos brilharam vendo as quitandas sobre o balcão - Mas querem saber de uma coisa? - eu falei me inclinando para frente, como se eu fosse contar um segredo. - São bem menos se vocês comerem de pé! - mendi descaradamente vendo as duas assentirem em concordância.

- Então eu vou querer quatro!

- Eu vou querer dois!

Concordei embalando os pedidos para a viagem. Assim que as duas senhorinhas se foram, não tive nenhum contato com nenhum outro cliente, o que foi ótimo. Com o fim do turno chegando eu finalmente desamarrei o avental e coloquei a placa de "fechado" pendurada no vidro.

Antes que eu colocasse a última cadeira para cima, a porta do lugar se abriu em um rombo alto, e o meu patrão passou seu corpo entre as mesas com raiva estampada em seus olhos. Bela merda de Sexta-feira.

- VOCÊ PERDEU A DROGA DO JUÍZO GAROTO? - bradou alto, com os punhos cerrados e uma veia sobressaltante em seu rosto.

- O que? D-do que você está falando Cho-Bong? - eu perguntei recuando alguns passos em oposição ao seu avanço agressivo sobre mim.

- Não vai se fazer de sonso agora, seu moleque! - seus passos furiosos continuavam em minha direção.

- M-mas eu realmente não sei o que é que você está falando. - a minha voz falhou miseravelmente, de novo, pela terceira vez no dia, eu estava com o coração cansado de palpitar rápido tão carregado de emoções, no geral negativas.

- Um dos clientes que estavam aqui mais cedo me disse o que aconteceu. - rebateu embebido em pura raiva - Você maltratou o CO das empresas Jeon!

- Não é o que você está pensando, Cho-Bong, você não tem como saber o meu lado da história. - o meu gesto de recuar foi interrompido por uma mesa atrás de mim, me colocando de frente para o homem - Eu não maltratei ninguém, tem que acreditar em mim!

- Eu não quero saber, a minha vontade era de te enforcar agora, você não tem noção de nada. Seu incompetente! - e finalmente desceram, rolando sobre o meu rosto. As lágrimas que agora pareciam mais salubres do que o normal.

Eu não mereço passar por isso, eu tenho plena certeza de que eu não fiz mal a ninguém, diferente dos outros eu costumo ser bem consciente com os meus atos. E eu realmente não posso lidar ou debater nada com alguém que fede tanto a álcool barato.

Dei a volta pelo corpo alheio afim de me dirigir para o outro lado do comodo, na tentativa de fugir daquela situação, mas fui completamente pego de surpresa quando ele me puxou pelo braço com toda a força, impedindo me de me afastar.

CABARETWo Geschichten leben. Entdecke jetzt