E se fosse verdade || Concluída

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Boa leitura!

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Jungkook:

Bati a porta com força antes que Jin pudesse me alcançar. Meu coração parecia querer sair pela boca. Nunca imaginei que ele poderia ter aquela reação, ele parecia tão pacífico.

Sentei no meio fio, tentando recuperar o fôlego. Passei as mãos pelos cabelos, frustrado por não ter conseguido convencê-lo de cancelar o desligamento das máquinas. Mas não o julgo, nem eu acreditaria se alguém me dissesse estar vendo espíritos.

De repente, olhei para os lados e me dei conta que Jimin não estava mais comigo. Talvez ele tivesse ficado com o irmão e as sobrinhas.

Suspirei, pensando o que faria daqui para frente, se teria alguma coisa que eu ainda pudesse fazer. Estava quase entrando na minha caminhonete de novo quando avistei uma cabeleira dourada do outro lado da rua.

Caminhei até lá, ficando ombro a ombro com ele. Daquele lado, era possível ver um bonito parque, onde pessoas aproveitavam o dia ensolarado para se exercitar, namorar e brincar com as crianças.

Jimin olhava fixamente para uma mulher que brincava com um garotinho. Eu não consegui distinguir bem a sua expressão, era um misto de tristeza e admiração.

— Acho que seu irmão não é muito espiritualizado, não é mesmo? — Quebrei o silêncio, fazendo ele me notar ali.

— Ele só está sendo um bom pai, protegendo as filhas de um maluco. — Disse sem tirar os olhos da criança. — Sabe, acho que eu ia gostar de ser pai.

— Tenho certeza que você seria ótimo nisso. — Sorri para ele.

— Obrigado. Mas, eu nunca vou saber. — Ele olhou para os pés, soltando um suspiro triste.

— Ah, o que é isso, Minnie! Isso não pode ser o fim.

— Minnie? — Ele revirou os olhos.

— Ah... desculpa. Eu sei que não gosta de ser chamado assim. — Coloquei as mãos dentro dos bolsos da jaqueta, meio envergonhado.

— Sabe, já estou até me acostumando. — Ele sorriu fraco.

— Olha só, eu vou até o hospital falar com aquele seu amigo, o Yoongi. Ou quem sabe com aquele idiota, o Yugyeom.

— Não, Jungkook. Vão internar você em um hospício. Ninguém vai acreditar que eu ainda estou aqui.

— E a sua sobrinha? Ela te viu! — Apontei para a casa de Jin.

— Ah, claro. Vamos aproveitar e convidar os outros 7 amiguinhos imaginários dela. — Ele debochou da minha ideia.

Não, até o Jimin já estava desistindo. Isso não podia ser o fim, eu ainda tinha esperanças.

— Espera! Tem mais alguém! — Exclamei. É claro, talvez ele poderia ajudar.

[..]

O sininho que ficava na porta soou quando passamos para o interior da livraria escura. Sentado na mesa, eu podia ver os cabelos vermelhos de Hoseok, escondido atrás de uma pilha de livros. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele levantou a cabeça, me olhando com o cenho franzido.

— Opa, opa! Você não pode ir entrando aqui com esse espírito, cara.

— Hoseok, escuta! Você tinha razão! Ele está vivo.

— Bacana! — Ele sorria enquanto balançava a cabeça.

— Ele está em coma e a família vai desligar os aparelhos amanhã!