E se fosse verdade || Concluída

2️⃣

Boa leitura

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Jungkook's POV

O tempo passa, mas a dor persiste. Dois anos se passaram e eu ainda não consegui superar. Morar no meu apartamento não fazia mais sentido. As lembranças, os cheios, os móveis, tudo me trazia tristeza. Eu precisava seguir em frente, então decidi começar pela minha casa. Decidi alugar um outro lugar para mim.

O dia estava quente e tinha andado pela cidade toda com meu amigo de infância, e agora meu corretor de imóveis, Kim Taehyung. Meus pés doíam e meu estômago roncava, nem para almoçar nós paramos.

O primeiro apartamento que visitamos era todo decorado no estilo japonês, bem minimalista. No centro da sala, ao invés de um sofá, havia um enorme jardim zen, daqueles de areia com pedras e uma espécie de "vassoura", muito utilizado para aliviar o estresse. Nada contra os japoneses, mas aquele negócio no meio da sala dava a impressão que a qualquer momento um gato gigante iria aparecer para usar o seu banheiro. Não servia para mim.

O segundo era um loft, sem paredes para dividir os cômodos, com o pé direito duplo. Era bonito, mas me fazia sentir pequeno. Eu queria algo que me confortasse e não que me fizesse ainda mais solitário. Eu tinha pedido um apartamento mobiliado, mas o que me importava mesmo era que tivesse uma cama, uma geladeira, televisão e um sofá muito confortável. E o daquele espaço, nem de longe me lembrava um sofá. Era estreito, de um material sintético, tinha as almofadas fixas e o encosto era muito baixo. Não, definitivamente não.

O terceiro era um apartamento cujos donos são idosos e tinham se mudado para o litoral. Ao entrar, dei de cara com uma sala toda decorada em estilo vitoriano. Papeis de parede por todos os lado, cortinas grossas de veludo vermelho cobriam as janelas, um grande lustre de cristal pendia no meio do cômodo e era possível ver algumas estátuas decorando cada canto. Para não dizer que eu estava de má vontade, fui até o sofá e me sentei. Afundei e uma infinidade de pequenas almofadas caíram sobre mim.

— Hyung, este também não serve. — Bufei frustrado enquanto caminhávamos para o lado de fora do imóvel.

— Jungkook, eu não sei mais o que te mostrar. Estamos ficando sem opções. Por que não damos mais uma olhada naquele loft perto do centro? — Taehyung suspirou cansado.

— Não, já disse que preciso de um sofá confortável. É nele que vou passar a maior parte do meu tempo livre daqui para frente. Não quero ficar com a bunda ou as costas doendo. — Cruzei os braços na frente do peito e um bico infantil se formou nos meus lábios.

— Kookie... deixa disso. Você está nessa fossa a tempo demais. — O mais velho me olhou com a feição triste, passando a mão esquerda pelo meu braço direito, tentando me confortar.

— Você não entende, Tae...

Nesse momento um rajada forte de vento passou por nós, trazendo poeira, folhas secas e... um papel?

Era rosa, e veio voando em minha direção acertando o meu rosto. Fiquei irritado e o joguei novamente na calçada. Mas ao me virar para atravessar a rua, senti algo colando no pescoço.

Não era possível. Era aquele mesmo papel.

Peguei aquela folha para jogar-la no lixo e me livrar dela de uma vez por todas, mas algo nela me chamou a atenção.

Apartamento para sublocação

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