"Nossa, o Gasparzinho tá diferente." Benjamin riu assim que viu Valéria descer do carro.

Valéria mostrou o dedo do meio, rindo. Fazia muito tempo que ela não via o colega e o cumprimentou primeiro, já que não conhecia o resto do pessoal.

"Eu disse que ela vinha." Ela enfiou a cabeça dentro do cooler e pegou duas cervejas, uma para ela e outra para a amiga. "Essa é a Valéria, galera. Val, essa é a galera."

De pouco em pouco tempo, mais gente ia chegando para aumentar o grupo que estava tomando conta do estacionamento e mais bebida elas abriam.

"Toma aqui, catuaba com cantinho do vale, pra acender o fogo na larissinha e beijar bastante hoje."

"Amada?"

"Que foi? Não quer perder o bv hoje?" A loira riu e brindou com as canecas de plástico do tempo da faculdade que havia levado. Bêbada sempre, ecológica também, era o seu lema.



--


"Tia, vamos! Lá é muito legal." Cibele estava de frente para o espelho, terminando de se arrumar para sair. Camila estava usando o espelho do banheiro e ainda decidia que batom usar.

"Eu vou sair com o Paul."

"Leva ele junto. É sério, é muito boa a balada. Vamos, por favor!"

Cibele era sobrinha e recepcionista de Camila e elas moravam juntas. Sua família era do interior de São Paulo e para fazer a tão sonhada faculdade de letras na USP alguns anos atrás, Camila ofereceu sua casa. Ela odiava morar sozinha de qualquer forma.

O celular de Camila vibrou e Cibele pegou-o na mão, desbloqueando.

"É ele. Posso responder?"

"O que ele falou?"

"Disse que tá chegando e que não sabe onde ir. Paul, vocês vão comigo na balada, já decidi." Ela mandou um áudio e não demorou muito para que ele respondesse que concordava em ir.


---

O propósito de Valéria e Dalila aquela noite era de se divertirem e comemorarem, e era isso o que estavam fazendo muito bem. A ruiva já estava com sinais de embriaguez, ela e a amiga já haviam tomado uma dose de algo que os amigos insistiam em chamar de tequila, mas que com certeza não chegava nem perto de ser. Estavam dançando e conversando sobre alguma teoria do universo quântico quando o celular de Dalila vibrou e ela viu a mensagem no banner em sua tela. Travou o celular novamente e guardou, mas Valéria não deixou de notar aquilo. Dalila nunca deixava de responder uma mensagem, principalmente na sexta-feira à noite.

"Quem era?"

A loira tirou o celular do bolso e mostrou-o para Valéria. Assim que a luz se acendeu, ela viu. Laila.

"Você não vai responder?"

"Não."

"O que aconteceu com ela?"

"Sei lá, nem quero saber."

"Amiga, você disse que ia me contar..."

"Lembra que eu falei que o irmão dela estava muito doente? Ele morreu, eu fui no velório com ela e ela simplesmente me apresentou pros pais dela como namorada. Foi isso o que aconteceu."

"Só isso?"

"Só? Valéria, ela mentiu do nada, numa situação fragilizada ainda. Você sabe que eu não gosto desse tipo de-" Dalila foi interrompida porque uma grande gritaria começou por parte de seus amigos.

She keeps me warmWhere stories live. Discover now