Meus olhos se voltaram para os fios de cabelos louros, pele clara e olhos azuis, quando o tal homem abriu um reluzente sorriso, me dou conta de que se trata do Augusto, o que ele está fazendo aqui? Deu para me perseguir agora? Seu jeito de andar másculo, sua pose de galã me deixa um pouco nervoso e ao mesmo tempo excitado, me fazendo esquecer que horas atrás estava aflito em fazer um teste pensando nas minhas tristezas:
— Será que eu posso me sentar com você? — perguntou ele, apoiando seu braço na madeira da cadeira, bem próximo a mim.
— Claro, por favor. — retribuo com um sorriso.
— Seu olho! — ele aponta para o meu rosto. — Ele está bem melhor, nem deixou marcas.
— Não vamos lembrar daquela noite, estou num incansável processo de esquecimento disso. — dou risadas.
— OK! Mudando de assunto em 3,2,1. Frequenta sempre esse lugar? — ele dá um meio sorriso, consigo sentir seu perfume carregado pelo vento até minhas narinas, caramba! Como ele é gostoso.
O garçom enfim chega com o meu prato, ao notar a presença de Augusto, antes que pudesse vir a minha mesa, ele apanha uma outra taça e as coloca em uma bandeja:
— Aqui está senhor! — ele nos serve o vinho e em seguida, pega em seu carrinho, o meu prato e me serve.
— Pelo visto tem bom gosto para vinhos também. — indaga Augusto lendo o rótulo da bebida.
— Sou um cara peculiar! — debocho.
— Peculiar até que ponto?
— Isso você terá que descobrir!
— Adoraria entrar nesse jogo, eu não sei nada sobre você! Só sei que levou um baita soco de um idiota.
— Adivinhou! Ele é um idiota.
Dou uma golada do meu vinho, sentindo o gosto doce em minha garganta e depois o leve saber seco. Cerro meu olhar para Augusto, me deixando me perder por esse jeito sedutor dele:
— Vamos lá! Me fale um pouco sobre você.
— Anh, eu me chamo Lucas, tenho vinte anos e recentemente acabei de assistir e depor em uma audiência na tentativa de colocar na cadeia uma pessoa, que um dia eu disse que a amava e... também acabei de fazer um teste de uma universidade concorrendo uma bolsa de intercambio. — desabafo essas palavras, perdendo a noção do que eu estou fazendo. Mas se ele procura sinceridade, melhor que eu seja.
— Isso é muita informação! — ele abre novamente um sorriso, que mais parece um verdadeiro anjo, consigo até imagina-lo com par de asas nas costas.
— Desculpe, eu sei, falo demais. — reviro os olhos.
— Bom, meu nome é Augusto como te falei no bar, e recentemente me mudei para Belo Horizonte, conheci um cara meio doidinho, que se mete em confusões. Coitado, no fundo eu acho que ele é gente boa.
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As Cores Sombrias do Coração
RomanceNão é fácil ficar imaginando como seria amar alguém, deitado em sua cama ouvindo uma música no fone. Não é fácil ter um crush por alguém e depois saber que ele é um completo imbecil. Com Lucas não foi diferente, o mesmo sofre por ansiedade e enfren...