Cap: 11. part. 2

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Sem dizer outras palavras para me machucar, ele sai do carro, dou a partida e saio o mais rápido que posso

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Sem dizer outras palavras para me machucar, ele sai do carro, dou a partida e saio o mais rápido que posso. Eu sou mesmo um imbecil inocente ao ponto de me deixar levar por tudo isso, ele me dá nojo, não precisava dizer que me ama. Talvez seja isso que eu queria ouvir dele, mas me dizer que sirvo para sexo? Nem sei porque fui me dar o luxo de transar com ele. Para piorar o cheiro dele ainda está no carro.

Não consigo ir para casa, eu quero desabafar, preciso conversar com alguém, entender isso o que eu estou sentindo. De imediato o nome da Karla vem em minha mente, a casa dela não é muito longe de onde estou. Ela sim pode me entender.

Faço o retorno e sigo por uma avenida que serve como atalho para a casa da Karla. Estaciono em frente a uma casa simples de tijolinhos e com muitas fores na entrada, desço do veículo e me aproximo do portão. Aperto a companhia e aguardo alguém me atender:

— Lucas? Que surpresa. — disse Karla caminhando ao meu encontro. — Vamos entre! — ela abre o portão e me convida a entrar.

Seguimos direto para a cozinha, o ambiente aconchegante, tudo muito simples me deixa mais confortável para conversar. Karla está sozinha, usando um avental, provavelmente estava ocupada fazendo alguma tarefa da casa:

— Estou te incomodando? — aponto para o avental.

— Não, eu estava regando umas plantas, nada demais. — ela balança as mãos e abre um sorriso. — Agora comece a falar. Acredito que não veio tomar café comigo assim.

Minhas lágrimas voltam a cair, começo a lembrar das palavras do Diego, no peito sinto uma dor que remédio algum pode melhorar. Karla faz um carinho em meu cabelo, sinto como se eu estivesse desabafando para minha mãe, entretanto com a Karla é totalmente diferente:

— Karla eu me apaixonei pelo que imaginei de uma pessoa.

— E porque se sente assim? — diz ela com uma voz doce e suave.

— Porque eu achei que ele seria diferente, ele no inicio era só um idiota, mas depois, passei a enxerga-lo como tudo para mim.

Karla abriu um sorriso e deu uma risada.

— Lucas estou orgulhosa de você por se permitir viver isso. Não precisa se sentir culpado por ter imaginado a impressão de alguém.

— Eu não sei o que pensar.

— É o Diego né? — ele arregala os olhos e coloca a mão em meu queixo levantando o meu rosto.

— É. — confirmo com a cabeça.

— O Diego ele é fechado, tem um jeito peculiar de ser. Até hoje eu não entendo ele, mas se você viu uma coisa boa nele. Talvez porque exista.

— Eu me declarei para ele. Ele disse que me vê como um amigo colorido. — seco minhas lágrimas, e respiro fundo tentando não mais relembrar essa cena.

— Admitir para alguém que a ama exige muita coragem. Poucos são capazes de falar isso com o coração. Pelo que estou percebendo você não está arrependido de ter dito. — seus olhos parecem analisar cada expressão do meu corpo, afim dela entender melhor meus sentimentos.

— Não. Eu já me peguei várias vezes querendo dizer.

— Então Lucas. Dá um tempo para ele. Ele precisa pensar no que vocês estão vivendo e se declarar com o coração, não da boca pra fora para te agradar. Pense nisso.

— Você tem razão. — meus olhos vão de um lado para outro, vejo que Karla tem absoluta razão sobre ele. Seus conselhos estão sendo como um bandeide no meu peito, me aliviando das terríveis dores que estou sentindo.

— Amar alguém é como andar uma corda bamba. Você não sabe onde põe o pé, se coloca mais força ou menos força. Tudo que sabe que é questão de equilíbrio e seguir em frente.

— Acho que dei o primeiro passo nessa corda e acabei caindo. — risos.

— Não caiu não meu bem, você só está com medo de atravessar esse precipício. Sabe que não vai ser fácil né? — ela levanta uma de suas sobrancelhas.

— Estou tomando ciência disso.
— Só quero que seja feliz Lucas, feliz ouviu.

— Eu vou ser. Eu vou ser.

***

Diego entra em sua casa, sua mãe o olha pelos cantos estranhando seu comportamento. O mesmo se senta no sofá e se distrai com o celular evitando trocar qualquer palavra que seja com sua mãe:

— Diego é impressão minha ou aquele menino tinha mais alguma coisa para te dizer? — indagou ela.

— Eu não sei, não faço ideia. — respondeu ele com a voz ríspida.

— Eu te coloquei naquele grupo para você tomar jeito. Devia começar a ir nos cultos comigo e o seu pai!

— Para que mãe? Para ouvir o pastor dizer que tudo que eu faço me condena para o inferno?

— Ele só está tentando te ajudar. E eu quero saber o que aquele menino veio fazer aqui, e porque você saiu atrás dele desesperado. — berrou sua mãe o compelindo a satisfazer suas perguntas.

— Ele é só um amigo do grupo, um doido como eu. — responde ele, ainda se distraindo com o telefone.

— Espero que seja só isso mesmo. O último garoto que pisou aqui dizendo ser seu amigo, na verdade era um de seus objetos sexuais, ou qualquer outra coisa que vocês jovens fazem pensando em bobagens.

— Mãe não precisamos falar dele. — gritou Diego.

— Acho bom mesmo Diego, um filho gay. — ela o olha enojada. — Eu e o seu pai falhamos muito com você.

Diego se levantou do sofá num sobressalto e se dirigiu ao seu quarto bufando de raiva. Sua mãe continuou parada na sala, fechou os olhos e fez uma oração mentalmente pedindo para que algum milagre acontecesse em sua casa para que seu filho correspondesse suas expectativas como filho.

Pegar seu filho na cama com outro homem foi um trauma para ela, pois tal fato vai contra tudo o que ela acredita, que foi ensinada. Entender o que se passa na cabeça de seu filho é um tremendo desafio. Porém não é só isso que a incomoda, em seu coração ela sente uma coisa que tem medo de aceitar e demonstrar, um sentimento que ela jamais pensava que uma mãe sentia pelo filho. MEDO.

As Cores Sombrias do Coraçãoحيث تعيش القصص. اكتشف الآن