Cap 10. pat. 1

81 14 0
                                    

Meu coração começa a palpitar, é nítida a raiva nos olhos dele, a respiração ofegante e o instinto selvagem

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Meu coração começa a palpitar, é nítida a raiva nos olhos dele, a respiração ofegante e o instinto selvagem. Ele está olhando para o Henrique como um lobo olhando para sua presa, prestes a atacar. Esse comportamento dele está me assustando. Henrique me olha sem entender absolutamente nada, ele franze o cenho, provavelmente achando a atitude do Diego desnecessária.

Olho para um e depois para outro sem saber o que fazer, estou vendo dois brutos se olhando como se fossem se atacar a qualquer momento e eu bem no meio dessa confusão. Respiro fundo e me levanto da cadeira arrastando-a para longe.

— Para com isso Diego. — levo minhas mão contra seu tórax o empurrando.

Henrique estende sua mão:

— Não precisa ficar esquentadinho, eu sou só um amigo. — diz ele irônico

— É eu sei, afinal de contas o Lucas vive cercado por amigos! — retruca Diego.

— Diego para! — peço mais uma vez o empurrando-o um pouco mais.

— Eu já vou indo embora. Te vejo depois Lucas? — pergunta Henrique piscando para mim. Ele está ficando louco? Provocando a onça com vara curta.

Após ele se distanciar, vejo Diego se recompor e se sentar, faço o mesmo e o encaro esperando uma resposta depois dessa cena ridícula:

— O que foi isso? — pergunta ele mantendo os olhos fixos no chão, a expressão séria e a respiração ofegante.

— Diego que ridículo! Ele é o filho do sócio do meu pai! Me reconheceu e veio conversar comigo. — explico.

— Não estou falando dele, estou falando do modo como olhava para ele.

— Isso é mesmo necessário? — indago domado por um ódio por esse cretino.

— Para você aposto que é bobagem, mas para mim é! E ai? Vai explicar? — continuou ele com a sua ignorância.

— Você está com ciúmes! — revido ao seu ataque. — Eu estava olhando-o sim de modo diferente porque se tratava de um estranho. — bufo. — Já estou farto dessa discussão ridícula! Vamos embora.

Ele se curva até mim, seus olhos me cerram me deixando intimidado:

— Pode ir! Eu vou de ônibus. — mais uma coisa a se acrescentar sobre ele. É terrivelmente dramático.

— Então é assim? A gente transa e depois brigamos. — grito alto perdendo a noção que tem pessoas andando em minha volta.

— Será que da para falar mais baixo? — indagou. — Não sou eu que estou levando as coisas por esse lado.

— Jura? — esse cara é um louco. Que vontade que estou de dar um soco bem na cara e deixa-lo sozinho se contorcendo de dor.

— É. Agora se me der licença. — ele se levanta e me deixa sozinho, com vontade de falar tudo o que eu queria, fico boquiaberto com sua atitude e tento relevar. Tento!

Reviro os olhos e pego a chave do carro e o ticket do estacionamento. Após pagar a taxa adentro ao veículo e sigo de volta para casa. Não acredito que ele fez isso? Ele parecia ser tão meigo quando estávamos na casa da patroa da mãe dele, e agora? Ele age como um verdadeiro brutamontes, fazendo uma ceninha só porque eu estava conversando com outro garoto?

Será que ele me acha tão carente ao ponto de achar que estou atirando para todos os lados? Dando em cima de qualquer cara bonitinho que aparece em minha frente sendo gentil? Dou um soco no volante ao pensar nessa hipótese. Pobre Lucas, age como um verdadeiro mauricinho em seu carro caro e que frequenta a droga de um grupo de ajuda para tratar seus problemas. É isso que ele deve pensar. Não é atoa que agiu daquela forma quando falou comigo pela primeira vez.

Horas depois, enfim chego em casa, o clima está péssimo, mais uma vez não estou afim de conversar com ninguém! Giro a maçaneta da porta e adentro minha casa, sou recebido pela minha mãe com uma taça de vinho na mão toda sorridente:

— Lucas advinha quem está aqui! — tento fazer um esforço para adivinhar de quem ela se refere, mas em minha mente só vem o nome do Diego e uma raiva tremenda.

— Não faço a mínima ideia. — respondo com a voz ríspida.

— Os sócios do seu pai, estão comemorando a nova parceria do escritório, então seja gentil com eles. — ela ajeita minha roupa. — E coloque um sorriso nessa cara!

O dia não poderia ficar melhor, estou evitando conversar com qualquer pessoa e quem eu topo de cara ao chegar em casa? Sim! O pai do Henrique e os outros sócios do escritório do meu pai. Um falso sorriso se instala em meu rosto, e me dirijo a cozinha para cumprimentar os presentes.

— Dr. Ricardo como está. —aperto a mão do homem de pele clara, barba grossa no rosto e robusto usando um terno de alta costura. — Dr. Alberto! Como está? — aperto a mão do sócio seguinte, o pai do Henrique, usando um cardigã preto, cabelos louros e olhos claros.

— Estou bem Lucas! — ele faz um aceno com a cabeça. — Animado para se mudar para a Inglaterra? — indaga ele dando um gole em sua bebida.

— Não vejo a hora! — minto.

— Perfeito. José Fernando, já vejo seu filho sendo um dos melhores alunos na Inglaterra! Ele tem um perfil de ser muito inteligente. — ele bate a mão em meu ombro. Agradeço o elogio e me retiro.

— Lucas o Henrique o filho do Doutor Alberto já vai chegar, para vocês se conhecerem. — disse minha mãe.

Isso só pode ser brincadeira, eu acabo de encontra-lo no shopping, passo maior constrangimento discutindo a merda da nossa relação e agora descubro que ele está vindo para minha casa? O destino só pode estar de sacanagem comigo. Fodendo a minha vida toda.

— Você vai adorar conhece-lo Lucas. — disse o Doutor Alberto. — Ele foi para o Canadá estudar economia, está se dando muito bem.

— Aposto que sim doutor. — respondo sendo mais simpático possível, mas por dentro estou me correndo de raiva.

— Vá tomar um banho, quando terminar vem aqui para jantar conosco. — disse meu pai eufórico com a visita e com a nova parceria. Pelo menos uma notícia boa depois dessa tempestade. 

As Cores Sombrias do CoraçãoWhere stories live. Discover now