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Meu celular não para de vibrar me avisando sobre novas mensagens, eu sei que é ele, mas não quero conversar agora, minha ansiedade está me sufocando, sinto meu coração bater tão forte como se a qualquer momento eu fosse cair duro no chão por um infarto ou coisa qualquer. Desbloqueio a tela e mato minha curiosidade em saber o que ele quer.

Diego:

"Está afim de sair hoje?"

Eu:

"Hoje não, talvez depois"

Diego:

"Estou me lixando, arruma aí que vamos sair, se furar já sabe."

Eu:

"Porquê está agindo assim comigo? O que eu te fiz?"

Diego:

"Você é quem disse que queria ficar comigo, agora que me tem não reclama. Arruma logo que não vou te esperar por muito tempo."

Eu:

"Tá bem Diego, se quer me testar, eu vou, me manda a localização que encontro você lá"

Diego:

"É assim que eu gosto"

Desligo o telefone e vou tomar um banho, esse joguinho dele está me irritando, ele está me tratando como uma criança indefesa, se está me querendo ensinar como se vive a sua maneira está enganado. Entendê-lo é sempre um desafio, pois a cada dia ao seu lado eu me surpreendo ainda mais, é como se eu estivesse dançando com um desconhecido, sei que está ao meu lado me guiando na dança, mas não consigo saber quem é.

Visto uma roupa apropriada e saio de casa sem avisar os meus pais, meu celular vibra e vejo a localização enviada por Diego, é uma boate que não fica muito longe daqui, não tenho necessidade de ir de carro, conheço um ônibus que passa próximo dali.

Meia hora depois, chego no tal lugar, vejo Diego vindo ao meu encontro, o mesmo está vestindo uma calça jeans preta justa, rasgada nos joelhos e uma jaqueta de uma banda de rock que desconheço:

— Porque demorou? — disse ele com uma expressão séria.

— Vim de ônibus. — digo em tom suave me submetendo a sua petulância.

— O mauricinho também sabe andar de ônibus, olha Lucas! Você está sempre me surpreendendo.

Franzo o cenho e o sigo para dentro da boate, minha intuição me diz que eu não deveria estar aqui, já é tarde demais, preciso ver o que esse cara está pretendo fazer e para isso, devo me sucumbir no seu jogo e ver no que dá.

No interior da boate, me deparo com um show de flashs de luzes, neon por toda parte, do lado direito ao fundo tem um barzinho com dois barmans, sinto um calor devido ao número de pessoas e um cheiro de suor. Diego e eu nos sentamos em uma mesa ao fundo próximo ao bar, fico observando as pessoas dançarem e curtindo a música.

O mesmo faz um aceno com os dedos e solta um assovio chamando a atenção de outros dois caras que se junta a nós na mesa. Fico constrangido com a presença deles por se tratar de pessoas desconhecidas. Os dois são bem robustos, um deles é malhado, está sem camisa usando no pescoço um colar com um pingente de crucifixo, moreno e com um belo corte de cabelo, já o outro parece nem ligar com questões higiênicas.

— Diego, seu vagabundo, onde se meteu? — perguntou o moreno.

— Estava por aí a deriva. — ele dá risadas e cumprimenta o amigo com um aperto de mão.

As Cores Sombrias do CoraçãoWhere stories live. Discover now