Culpa

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Olivia notou a mulher tão bem, que resolveu não falar nada. Chorou abraçada a ela enquanto eram observadas por Lara. A delegada tinha o cenho franzido quando a mulher sorriu.

— Oh, filha, por que chora? Nossa Alana está bem! Ótima. E eu também estou. Eu estava me sentindo muito culpada por ter ficado tanto tempo longe da minha filha, mas tudo está bem agora.

Olivia olhou para Lara e sorriu limpando o rosto.

— Tudo bem, tia. Vou levar a Lara lá embaixo e subo logo para conversarmos mais... — Deu um beijo na mulher que se despediu de Lara e saiu com a delegada.

Lara ficou em silêncio no elevador até que ao saírem do prédio ela parou na frente de Olivia.

— O que foi isso?

— Não sei até quando isso vai durar, Lara, mas nada do que eu dissesse agora a faria acreditar que a filha está morta e daquela forma tão trágica.

— Então é isso? Ela vai ficar sem ver a filha, sem saber o que aconteceu?

— Eu vou conversar com ela, claro, preciso saber o que houve. Mas preciso desse tempo.

— Tudo bem, agora o corpo só será liberado quando o caso for encerrado, ok? Eu vou indo, mas estou no celular a qualquer hora.

A delegada entregou o envelope com fotos de Alana e entrou em seu carro saindo rapidamente. Olivia ficou ali parada por uns minutos e resolveu acabar com aquilo de uma vez e voltar para casa. Ligou para o Rio de Janeiro e solicitou uma ambulância para levar Ana Maria, pois sabia de sua reação ao saber da morte trágica da filha.

Alana acompanhou Olivia até o quarto. A médica respirou fundo e entrou no cômodo. Ana Maria falava com alguém pelo celular.

Mesmo relatando tudo e mostrando as fotos, Olivia não convenceu a mãe de Alana de que ela estava morta.

— Por que está fazendo isso, Olivia? Eu vi a Alana, não há possibilidade de ela estar morta há tanto tempo assim... olha só, não sei o que pretende, mas pare. Ok? Estou esperando a minha filha para poder ir embora. Gostaria muito que ela fosse comigo, mas não acredito que vá querer ir.

— Tia, por favor...

— Isso não prova nada, Olivia. — disse tocando no rosto da jovem.

— Tia, o teste de DNA está aqui...

— Essa delegada mentiu pra você, minha filha. Alana esteve aqui, eu a abracei. Vamos embora, você precisa ficar perto da sua família. Essa cidade não faz bem.

— Tudo bem, tia.

Ela não tem força suficiente! — Alana sussurrou no ouvido da amiga que aceitou aquilo como uma intuição.

— Eu vou falar com a Lara, e vamos voltar para o Rio, ok?

— Depois que nos despedirmos da Alana. Quero que ela cumpra o que me prometeu: ir me visitar sempre.

Olivia saiu e ligou para Lara, conversou sobre o que houve e foi assinar a papelada de reconhecimento do corpo.

— Ela não acreditou em nada, Lara. Acredita que você está mentindo até sobre o teste de DNA. Está completamente fora de si.

— Tudo bem, Olivia. Ela está abalada demais, até ontem estava sob efeito de medicamentos, é aceitável.

— Obrigada. Ela disse que vai se despedir da Alana para voltarmos para o Rio...

AlanaWhere stories live. Discover now