Influência

208 48 98
                                    




Galícia preparou as coisas de Rebeca para que ela fosse com ela, entrou no quarto de Ramon e pegou uma mochila colocando algumas peças de roupas.

— Leve apenas a menina! — Alana ordenou e a mulher saiu do quarto e foi buscar a neta, que procurava Dr. Shay.

— Venha, Rebeca!

— Não vou sem o Dr. Shay!

— Venha comigo agora, Rebeca! — disse de forma ríspida.

— O que é isso, mamãe? — André estava atrás dela. — Você nunca falou assim com a minha filha.

Galícia se virou para encarar o filho e deixou amostra olheiras profundas, que não estavam lá quando ela chegou. O empresário se afastou assustado e olhou em volta viu a filha sair do closet com o cachorro no colo.

— Pode ir para casa, mamãe. Eu mesmo cuido da minha filha!

— Você não pode fazer isso, André! — disse com os olhos marejados. — Por favor, meu filho. Venha comigo.

André pegou a filha pelo braço e tentou tirá-la do quarto, sua neurose quanto ao domínio daquele espírito maligno estava tão grande que ele ignorou a mãe e pegou a filha e levou de lá.

Mesmo mancando desceu a escada. Não viu quando Galícia pulou sobre Alana que com um aceno pretendia fazer André rolar escada abaixo com a filha no colo.

André colocou a menina no chão e a olhou nos olhos.

— Espere o papai no carro, vou falar com seu irmão... — pediu e viu o aceno positivo de cabeça da filha que se assustou ao olhar para cima.

Alana segurava sua avó pelo abdome e jogava de lá. André gritou quando viu a mãe cair no chão da sala.

Uma grande poça de sangue se formou ao redor da cabeça da mulher.

— Meu Deus! — Alana gritou saindo da cozinha.

Rebeca se afastou com os olhos marejados de medo, não conseguiu segurar Dr. Shay que se esforçava para sair de seu colo e caiu no chão. A menina correu para fora da casa seguindo o cachorro enquanto o pai chamava uma ambulância, viu que era tarde, sua mãe já estava morta.

Alana gritava perto do corpo de Galícia e chamava a atenção de Zélia, que pegou uma cadeira e bateu na cabeça da executiva.

— Está louca? — André gritou empurrando a assistente e se agachando para ajudar a namorada.

— Ela fez isso, seu André...

— Não foi ela, a minha mãe se jogou, Zélia! Alana nem estava lá em cima...

— Eu vou embora dessa casa agora! — disse tremendo e retirando o avental.

Ramon saiu da cozinha de onde comia e pulou na frente da mulher que tentava sair da casa. Alana acordou, gemeu de dor tocando no local onde a cadeira pegou e contou com a ajuda de André para se levantar.

André ouviu o barulho da sirene da ambulância, pegou a namorada no colo e já ia saindo com ela quando viu larvas sujas de lama saírem do corte ocasionado pela pancada desferida por Zélia.

Apavorado, André viu o rosto de Ramon todo desfigurado como se estivesse se decompondo. O menino olhou para o pai de lado enquanto estrangulava a governanta, que tentava em vão se desvencilhar das mãos dele.

O empresário colocou a namorada no chão, viu quando o giroflex da ambulância parou de iluminar o jardim e tudo ficou em silêncio.

Mesmo se sentindo lento, dominado por força maior, André correu até o filho e o empurrou salvando a vida da governanta que começou a tossir, tentando respirar.

Ramon empurrou o pai com uma só mão jogando-o no outro lado da sala e indo para cima de Alana, que ainda agonizava.

André tentou se arrastar até onde o filho estava, mas o viu tirar Alana do chão depois de curar seus ferimentos e subir para o quarto com ela no colo.

Rebeca vagava pela rua com Dr Shay ao seu lado, não havia ninguém na rua, nem carros.

A rua por onde ela andava estava deserta, passava pouco das três da tarde. Ela gostaria de pedir ajuda, mas não tinha a quem.


AlanaWhere stories live. Discover now