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André apertou os olhos tentando se lembrar do que aconteceu, mas não conseguiu.

A entidade do mal o viu tentando ajudar a rival e o atacou com seu grito repleto de estilhaços de vidro. O empresário recebeu aquela rajada de vento, tentou se manter firme, mas o vento foi mais forte jogando-o contra a coluna de concreto. O homem já caiu desacordado.

Alana olhou para Inácia que tentava se levantar e mais uma vez levantou André facilmente e o jogou contra a coluna novamente e correu na direção da sósia. Inácia tentou se defender, mas foi em vão, Alana tomou conta de seu corpo. A assassina tentou de todas as formas não fazer o que a entidade estava tentando obrigá-la, mas não conseguiu.

Inácia foi até o carro contra a sua vontade. Sabia que Alana tentaria matá-la e resolveu bater, mas a entidade tomou conta de seu corpo de tal forma que correu em alta velocidade pegando a via rápida para a BR e chamou a atenção da polícia. Inácia foi reviver o seu inferno até aquele momento de incosciência.

Uma viatura seguiu o carro, que ia a 180 km por hora. O policial pediu reforço, algo difícil de conseguir devido ao pequeno tamanho da pacata cidade principalmente porque a polícia fora chamada para o prédio onde ocorreram as mortes.

O chefe de segurança do prédio onde André estava morando ligou para a polícia e avisou sobre o ocorrido. O empresário foi levado para o hospital, mas por estar muito machucado precisou ser levado às pressas para a capital.

Os corpos do jardineiro e do porteiro foram retirados da garagem.

— Vocês não viram nada? Aqui não há câmeras de segurança? — O delegado perguntou ao chefe da segurança do prédio.

— Vamos verificar as imagens, mas só sentimos falta do porteiro por dez minutos.

A perícia local era composta por dois profissionais apenas. Precisaram entrar no apartamento de André e não acharam evidência nenhuma.

— Isso não pode ter sido apenas uma briga de marido e mulher. O homem está entre a vida e a morte.

— Eu vi os dois discutirem muito, mas pararam e resolvi não me envolver em briga de casal.

— Uma briga de casal que quase custou a vida daquele homem. Vamos ver essas imagens.

O delegado franziu o cenho ao ver os acontecimentos no vídeo, que parecia ter sido editado, pois ora parecia corrido demais e ora parecia ter sofrido cortes.

— Preciso das imagens originais. Com isso não tenho como chegar a uma conclusão.

— Não mexemos nas imagens, delegado. — garantiu o segurança. — Pode levar tudo, está como foi gravada, não muda nem um segundo. Estou tão surpreso quanto o senhor, pois estou vendo agora.

— Vou precisar levar, sim. Já liguei para alguém trazer um mandado e levo, se tiver sido editada vou precisar das originais ou o senhor ou seus subordinados serão responsabilizados. Estamos com um homem entre a vida e a morte no hospital, dois homens mortos e uma mulher foragida.

— Essas imagens não foram editadas, senhor.

O delegado ignorou o que o homem falava e continuou voltando as imagens do momento em que André foi arremessado na coluna. As imagens mostravam Inácia perto dele e logo o viram atingir o concreto. Por outro ângulo o máximo que conseguiam ver era um quadro embaçado ou distorcido.

Os policiais que estavam na viatura que seguiam o carro que Alana dirigia no corpo de Inácia o viram parar à beira da estrada.

Inácia lutava consigo mesma para não entrar na floresta e mostrar o local onde o corpo de Alana estava, mas a polícia chegou:

— Parada! Mãos na cabeça.

Os olhos de Alana encararam os dos policiais e as suas mãos perderam a força soltando as armas, e entrou no matagal.

— Parada! — gritou um deles e agachou-se para pegar a arma.

O outro pediu reforço mais uma vez. Resolveram seguir Inácia, que segurava nos galhos.

— Socorro! Me ajuda, por favor!

Os dois a viram ser arrastada pelo mato, os galhos machucando sua pele.

— Parada!

Inácia agachou-se toda desengonçada no local onde enterrou Alana e começou a cavar. Como estava lutando contra forças sobrenaturais, seus gestos eram mecânicos.

Os policiais se aproximaram e um deles pegou uma algema e colocou no braço de Inácia.

— O que é isso? — gritou o outro policial ao ver parte da cabeça de Alana aparecendo na cova rasa.

— Me ajuda, por favor. Preciso sair daqui... — Inácia disse chorando e se deixou cair no chão, tinha apenas uma mão algemada.

Mais um pedido de reforço, sem sucesso. Inácia foi ajudada por um policial, que ao vê-la quase desmaiada desistiu de algemá-la.

Ardilosa e cheia de medo de ser presa, ela pegou a arma do homem que a estava ajudando e atirou nele, quando seu companheiro se virou levou um tiro também.

Não satisfeita, Inácia atirou mais três vezes no rosto deles e saiu dali correndo. Alana a seguiu num voo assustador e furioso.

Usando sua força sobrenatural, ela virou o carro e empurrou Inácia para frente de um caminhão em alta velocidade, que passava no sentido oposto da estrada.      

AlanaWhere stories live. Discover now