O RETORNO DA PROMETIDA ©

CAPÍTULO 32

POV Juliah 

— Eu quero entrar também. — Explico para o Alexandre.

— Calma Juliah, a Crystal está cuidando dele, daqui a pouco você vai poder entrar. — Diz e desisto de entrar no quarto, por hora.

Chegamos em casa há uma hora e desde então a Crystal está no quarto cuidando do Diogo, parece que ela está fazendo um feitiço para o veneno ser expulso do organismo dele e de vez em quando ouço seus gritos de dor. O Alexandre está na porta do quarto me impedindo de entrar.

— Vamos cuidar de você agora, os meninos estão dormindo e, quando acordarem, vão querer a mãe deles. — Leonor diz chegando do meu lado.

— Eu só quero ver como ele está. — Tento explicar na tentativa de convencê-lo a me deixar ficar perto dele.

— Vá cuidar do seu machucado, logo a Crystal vai nos dar notícias.

— Vamos, Juliah. — Chama Leonor e me acompanha até o quarto dos hóspedes.    — Não fica assim Juliah, meu irmão é forte e não vai nos deixar. — Diz emocionada e posso ver seu esforço para não chorar.

— Ele não pode fazer isso. — Sussurro enquanto ela fecha a porta do quarto.

— Eu já preparei seu banho. — Avisa pegando a mala que levei para o resgate, lá estão algumas peças de roupa.

— Obrigada, Leonor. — Agradeço quando ela me entrega uma roupa, uma toalha e diz que tem um roupão no banheiro.

Leonor me ajuda a tirar minhas roupas sujas do sangue dele e eu entro na banheira já cheia de água morna. Minha cunhada diz que vai pegar uma taça de sangue para mim e que vai preparar alguns remédios para colocar no meu ferimento que ainda não está totalmente curado. Fico sozinha no banheiro enquanto tento tirar a sujeira do meu corpo e sinto uma angústia tão grande, sinto até uma falta de ar. Fecho os olhos na tentativa de tirar esses pensamentos negativos e pessimistas, mas logo a cena dele ferido nos meus braços me faz começar a chorar. Ele não pode me deixar! Não pode deixar os nossos filhos!

Rapidamente, meus pensamentos retomam a um ser que pode estar aqui dentro de mim. Abro os olhos e passo a mão na barriga tentando passar confiança de alguma forma, penso também em acabar com essa dúvida de uma vez fazendo um teste de gravidez, mas vou deixar para fazer isso com ele e o Diogo vai estar do meu lado nesse momento.

— Não chora Juliah, vamos sair daí que a água está fria. — Ouço a Leonor falar já do meu lado e nem percebi que ela entrou no banheiro.

Ela me ajuda a sair da banheira e me entrega o roupão, visto rapidamente e seco meus cabelos com uma toalha. Coloco a roupa que ela escolheu, que consiste em uma lingerie simples branca e um conjunto de moletom cinza claro. Me sento na cama e ela seca meus cabelos com o secador, assim que termina esse processo, ela começa a cuidar do meu ferimento.

— Você tem alguma novidade? Algo que não sei? Por favor me conte. — Peço angustiada por não saber de nada e por não ouvir mais nada do quarto ao lado.

— Ainda não sabemos de nada, mas logo a Crystal vai sair de lá com notícias boas. — Diz ao terminar de mexer no meu braço.    — Beba tudo. — Diz me entregando uma taça cheia de sangue.

— Isso não é para me fazer dormir igual da outra vez, não é? — Pergunto desconfiada.

— Não, eu mesma que preparei e você sabe que não sei fazer feitiço. — Responde sorrindo divertida tornando o clima um pouco mais alegre.

— Vou confiar, hein. — Aviso antes de começar a beber o sangue que rapidamente identifico, sangue humano.   — Muito obrigada Leonor, nem sei como te agradecer por tudo.