CAPÍTULO 29

1.7K 160 20
                                    

POV Juliah

Aperto minhas mão uma na outra em uma tentativa de criar coragem para bater na porta do quarto onde meus pais estão, provavelmente, já prontos para dormir ou se é que já não estão dormindo. Respiro fundo e dei três batidas na porta e, em seguida, presto atenção se algum dos dois vem abrir a porta. Logo, sinto a presença do meu pai e ele para na porta para perguntar:

— O que deseja?

— Hum... Sou eu pai. — Respondo e tenho certeza que ele escutou, pois a porta é rapidamente aberta.

— Filha?... O que houve? — Pergunta me olhando surpreso pela minha visita.

— Eu... Hum precisamos conversar. — Explico e ele me dá passagem para  entrar no quarto. Meu pai está vestido com uma blusa branca e uma bermuda preta. Observo o local onde eles estão e a suíte é bem bonita, bem decorada e ampla. 

— E o Diogo? — Pergunta enquanto pede para que eu o siga até onde está a minha mãe.

— Preferi que ele ficasse com os meninos. — Respondo e, assim que chego na frente do quarto, ouço a voz dela.

— Quem era Marcos? 

Em seguida, meu pai entra no quarto e faço o mesmo. Assim que nossos olhares se encontram, posso perceber a surpresa e ao mesmo tempo a incerteza por parte dela. 

— Eu... Hum... Vim conversar.

Há muito tempo eu não gaguejo, mas a situação é um pouco desconfortante para ambos.

— Claro, sabia que você viria hoje mesmo. — Comenta e pede com um gesto para que eu me sente na cama, mais precisamente no meio da cama. Tiro meu calçado e minha jaqueta deixando tudo no chão, meu pai se acomoda no lado esquerdo da cama e me sento entre os dois, já que a minha mãe está no lado direito.

— Eu li o papel que você me deu hoje mais cedo e sei que não é a melhor hora para conversar, mas eu preciso muito disso. — Começo a falar para que o silêncio não fique maior e se torne constrangedor.

— Ei, essa é hora sim de falarmos sobre tudo de verdade. — Diz minha mãe, pegando minha mão e segurando a mesma. Olho para as nossas mãos juntas e nem sei a última vez que ela pegou na minha mão. 

— Então, vocês não queriam ter filhos? — Pergunto iniciando o assunto.

— Tem herdeiros, nunca esteve em nossos planos. Eu sou estéril. — Responde meu pai.

— Mas com o acordo entre os Collins, nós precisávamos cumprir nossa parte, porém eu juro que nós não sabíamos de nada, de nada que eles eram. — Explica minha mãe.

— Até aí eu entendi, mas não entendo o que te fez pensar que eu não perdoaria vocês?

— Nós, desde o começo tínhamos consciência do que fizemos, sabíamos que era errado, mas fui muito egoísta em pensar apenas em mim, o que um recém-casado iria fazer se ficasse viúvo com menos de dois anos de casado? — Meu pai tem um tom de voz amargurado.

— Mas agora já não faz diferença nenhuma. — Afirmo e, com a minha outra mão livre, seguro a mão dele.

— Claro que faz filha, eu cometi a burrice de trocar você.

— Mas se você não tivesse feito isso, a mamãe teria partido. — Digo para que ele não se sinta culpado.

— Todos esses anos, mantive esse segredo que você leu na carta. — Diz minha mãe.

— Eu não fazia a menor ideia. 

— Eu sei, nem seu pai sabia, eu só... Só quis guardar isso para mim. — Explica e posso ver seus olhos lacrimejarem. 

O RETORNO DA PROMETIDA ©Where stories live. Discover now