solidão acompanhada.

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BULLSHIFT WEEK!

Não sabia explicar o que estava sentindo, mas era algo novo. Bom. Ruim.

Ver ele em meio a tantas pessoas, as luzes azuladas e noturnas tornando a pele macia num tom tão único... Era de tirar o fôlego. Jeongguk não sabia dizer o que mais lhe chamava atenção naquele lugar, mas ver Jimin o encarando era como reverter a explosão do Bigbang bem ali – dentro de seu próprio peito.

Sentia que seus míseros pedaços perdidos por todo o mundo, universo, voltavam todos para si, se reunindo e transformando-o em alguém completo novamente. Era uma sensação tão boa de se pertencer ao mesmo tempo que o encarava e sabia, lá no fundo Jeongguk tinha certeza de, que também era dele.

Era seu e dele ao mesmo tempo.

E a banda tocava uma das novas do The Maine, Jeon não teve tempo de escutá-la muitas vezes, mas já gostava. Amava tudo que vinha de sua banda favorita.

Então, ao som de Broken Parts, com o olhar tão confuso e surpreso de Park Jimin, em meio à tantas pessoas e muito solitário também, naquela noite estrelada, Jeongguk percebeu.

Talvez tivesse demorado tanto porque era o que o universo queria. Talvez, o universo até mesmo não quisesse que Jeon percebesse. Porque era novo demais, confuso, triste e inseguro demais, renegado demais para gostar de alguém. Mas ele gostava.

Na verdade, suspeitava até mesmo que amava.

Mas, ah, como seria possível não amar Park Jimin?

Deu alguns passos na direção dele, a letra da música zanzando por entre seus pensamentos como se dançasse em um salão lotado de pessoas avulsas. Jimin ainda o encarava, estático, quando Jeon chegou perto o suficiente para fitá-lo nos olhos brilhantes, vendo nas orbes todas as estrelas que o céu ousou esconder enquanto ele e Park estiveram afastados.

So gather up yourself now, love. Just as you were before. — cantou baixinho, vendo o mais baixo piscar repetidamente, não escutando sua voz mas sabendo que ela estava ali, presente.

Era um lugar barulhento, mas Jimin sentia-se satisfeito (porque Jeongguk estava ali). Seu desejo era aquele mesmo: ir para um lugar barulhento para encontrar alguém com quem ficar em silêncio.

E Jeon era (e sempre seria) aquele alguém.

Era estranho estarem ali, após tanto tempo. Mesmo que não fosse um período realmente longo, para eles, astros, era tempo demais, que significava mudanças ao extremo.

Isto é, eram eles ali, sim, mas também não eram. Não os mesmos que se beijaram uma última vez em frente a casa de Namjoon. Não os mesmos que se encararam enquanto mil tsurus os separavam dentro de uma capa de guitarra. Eram eles, mas não eram.

E estava tudo bem.

A luz noturna iluminou a pele do mais novo, fazendo Park se aproximar sem nem ao menos pensar. Com isso, o vocalista ergueu a mão num impulso, rapidamente tentando abaixá-la, mas não rápido o suficiente para impedir que Jimin a tocasse com a ponta dos dedos.

E se é a experiência que move o ser humano além do físico e sábio, Jeongguk, naquele momento, sentiu-se experienciar algo que estava além do físico, sábio, sutil e cósmico. A mistura da saudade com o desespero da ideia de o professor se afastar outra vez, uma mescla que o assustava tanto por dentro que chegava a perder o ar. Por isso, não hesitou antes de entrelaçar os dedos com os dele, confuso, triste, sozinho.

Jeongguk apenas queria entender. Queria que o universo o explicasse o motivo pelo qual Jimin o atravessava pelo peito com tantas experiências e sentimentos sendo que, no fim, eles não deveriam pertencer um ao outro. Queria uma resposta para aquela lógica cruel que somente prolongava um sofrimento que não deveria e muito menos era eterno.

Quando nos Vênus, juro a Marte | ji+kookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora