Sufocada III

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Por Michaella;

Eu parei de contar ás horas, simplesmente me joguei ao marasmo qual me encontrava, eu estava sem saída. Se eu fugisse mostraria que eu tinha uma certa culpa e se ficasse, se ficasse...

Quase aceitei a proposta da Amèlie do seu maravilhoso oral, mas estava furiosa demais para isso.

Minha vontade é de enfiar uma faca no pescoço daquele filho de uma mãe arrogante. Mas, quem posso enganar, eu fui a culpada por não deter meus sentimentos. Me sinto em um vídeo melancólico da Adele, eu de alguma forma ateei fogo na chuva e me joguei na chamas, que não existiam, quem deveria queimar era ele, mas foi reverso. De alguma forma, Set Fire To The Rain faz sentido para mim agora.

A porta é aberta e eles aparecem, Andrew segura a coroa. — não ligo, de qualquer jeito iria para ele. — eu sou apenas um escambo. O pouco whisky que bebi me deu apenas uma dor de cabeça, eu não tenho a mínima vontade de olhar para o rosto dele. Eu só queria sumir daqui e fingir que isso nunca existiu.

Seguro minhas lágrimas como uma boa menina, afinal, eu sou boa nessa arte.

— Infelizmente meu ménage com dominatrix está cancelado. — ele fala e parece triste.

— Vamos Michaella. — ouço sua voz, mas não reajo. — Vamos Michaella. — me acolho no sofá, e ele me puxa. Ele troca um olhar com a Amèlie e não sei decifrar corretamente o que é.

— Não foi dessa vez, quem sabe na próxima, Cereza. — Brosnan Luke fala e eu engulo seco. Amèlie se despede de mim e eu ainda entorpecida não entendo o que aconteceu.

[...]

Pontualmente no sexto soar de sinos do Big Ben, entregamos a coroa para um membro da família real qual estava acompanhado pelo Antony. Andrew entregou um Pen Drive ao Antony, provavelmente com as informações sobre a Kimberly. Antony sorriu e vi a expressão de felicidade em seu rosto. Tudo estava bem por ali, exceto para mim.

Não quis conversa com o Andrew e ele não parecia que iria falar algo. Eu estava me sentindo um lixo, arruinada. Eu não tenho valor e sou descartável, foi isso que eu percebi.

Retornamos para a Baker Street e nenhuma palavra foi pronunciada, pois eu tenho certeza que me descontrolaria e jogaria muitas palavras inflamadas nele. Eu não quis ver o rosto dele mais naquela manhã e do jeito que estava eu cai na minha cama. Deixei as lágrimas pesadas caem sobre o meu rosto. Eu sempre me achei a esperta em relação ao amor, eu aprendi com os meus pais que isso não existia, eu escolhi ser fria. No entanto, eu sai do meu propósito e acabei tendo ilusões com alguém que simplesmente ignora tudo ao seu redor. Eu tomei do meu próprio veneno. Eu senti alguma coisa morrendo e essa foi eu, eu estava morrendo.

[...]

Na décima badalada do Big Ben eu já estava acordada e com muita dor de cabeça, não tinha intenções em sair da cama naquele dia, mas como vi que meu estoque de analgésicos tinha acabado resolvi descer e ir até á cozinha. — Torcendo para não encontra-lo.

— Que surpresa agradável!

— Olá James. — o cumprimentei. — Esperando pela Sienna? —coloquei a minha máscara de falsidade de sempre e dei o melhor sorriso que eu poderia dar.

— Vamos sair hoje. Pensei em fazer uma surpresa para ela, vamos a Paris. — apenas o encarei com a sobrancelha erguida. — Algum problema?

— Sabe que ela é virgem? Sabe que ela não gosta dessas coisas sados, você contou a ela? Sabe que ela é sonhadora e lê livros românticos esperando o amor bater na porta dela. Sabe que ela só quer ter um alguém que a ame e nada desses jogos, nada de dores. Ela não quer sentir dor. — pensei ter dito em um tom leve, mas aquilo saiu rude e minhas lágrimas saíram.

Love in the Dark (Concluída)Where stories live. Discover now