Enunciado II

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Por Andrew

Contra minha vontade chego em frente a pomposa sede da Scotland Yard e aparentemente alguma coisa aconteceu por aqui, pois tem vários veículos da imprensa na frente. Acredito que resolveram trabalhar, isso é uma surpresa. Michaella está na frente como um cão farejador e focada no que quer.

Entramos na sede, já sou conhecido por aqui e nem uso credenciais. No hall vejo que o Steven está concedendo entrevistas aos jornalistas na sala de imprensa. O repórter da BBC terá que se acostumar com o jeito lento do agente. Se existisse uma outra vida, Steven seria um Buda.

— O que houve por aqui agente Lewis? — pergunta a Michaella para o sobrancelhudo que parece feliz em vê-la.

— O Olivier sequestrou duas crianças. — olho para sala e vejo a vizinha do prédio da frente sendo aparada pela noiva do Nathan. Então a nossa vizinha foi sequestrada.

Michaella assim que viu, entrou correndo na sala onde ela se encontra e a sigo, encontro uma cena de derrotismo daqueles no local. Nathan sentado na quina do birô folheando papéis, duas mães chorando e policiais formulando hipóteses absurdas.

— Deveríamos chamar o MI6. — sugeri o inspetor Memphis — Os policiais estão assustados, ele matou quatro de nossos agentes. — olho para o Nathan e ele está admirado. O caos tomou conta daqui.

— A imprensa acabou de saber dessas mortes de policiais, Andrew. Aparentemente todos foram mortos queimados. — me informou o Nathan com um desânimo. — Com os policiais são doze vítimas em menos de um mês.

— Ele é um bruxo, ele é poderoso tem parte com a magia das trevas. — um outro agente fala enquanto segura firme um rosário. — Eu não irei procurar essas meninas, eu tenho uma família e quero retornar para eles.

Me sento em um dos aposentos e bocejo; é triste saber que a segurança do país está nas mãos desses homens. Tão despreparados e medrosos. Para quem foi considerada a melhor polícia do mundo, hoje decaíram.

—Tem duas garotas lá fora que estão correndo risco de vida. — fala a Michaella tomando as dores que não são dela.

— Eu pensei que eles iriam perguntar até sobre o tipo sanguíneo do Olivier. — Steven aparece na sala, ele desabotoa o primeiro botão da camisa branca. — Eu não vou ser mais porta-voz para o departamento. — é a primeira vez que o vejo bravo. Curioso.

— Estamos á mercê desse homem. — o chefe da Scotland Yard resolve falar. — Magia em pleno século XXI.

— Não sei o que fazer, chamar um exorcista?Me sinto com as mãos atadas. — Nathan diz desanimado e com os braços cruzados.

Michaella está frustrada ao ouvir tamanha displicência e derrotismo. Ela se vira em minha direção.

— Andrew. — e ela suplica, seus olhos estão marejados. — Eu sei que você pode ajudar, pode nos ajudar. Por favor. Lembre-se da Monica, o quanto ela é gentil e fica fascinada ao vê-lo tocar violino. É detestável para mim, já que tenho que chamar a atenção dela com toda aquela gramática francesa. — ela segurou minha mão. — Querido, nos ajude. — Michaella é uma mulher forte, é raro vê-la chorar, mas ela com classe tenta disfarçar.

A olho e sinto minha bochecha queimar, de algum modo estão vermelhas. Me recomponho. A garotinha mesmo pegando no meu violino sem permissão não merece morrer por um idiota.

— O problema é que vocês só estão pensando no crime em si. — levantei-me da cadeira e ajeitei o meu sobretudo amassado. — Esse é o problema de vocês. — disse caminhando pela pequena sala.

— O que esse homem está falando? — perguntou o chefe.

— Já foi em um espetáculo de mágica, senhor Hollie? — o questiono em frente de sua mesa.

Love in the Dark (Concluída)Where stories live. Discover now