Michaella

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Por Michaella;

Provavelmente mais uma semana de aulas iria ocorrer normalmente.

Afinal o início do semestre era assim, todos pareciam ansiosos principalmente os calouros, que não era o meu caso. Já tinha passado por esse drama de incerteza no começo, dois anos atrás. Os corredores do prédio de medicina de Oxford provavelmente não são os mais animadores que eu vi na vida.

Quadros e mais quadros antigos de professores e excepcionais alunos que passaram por aqui, decoração de quase quatrocentos anos atrás, mas afinal ninguém liga, pois é a renomada Universidade de Oxford. A elite Britânica encontra-se aqui, de filho de magnatas até alguns membros da realeza Britânica, por falar em realeza... Faço parte desse grupo, não sou da monarquia, mas nasci em uma família de nobres. Meu pai é o presidente da câmara dos lordes, é o Primeiro-Ministro, lorde Spencer sabe muito bem ser íntegro e um homem de caráter diante do parlamento, tudo pose.

Minha mãe faleceu há quatro anos. Para ser um pouco mais precisa ela se suicidou na minha frente um dia antes do meu aniversário de dezoito anos. O culpado meu querido pai fazia da vida dela um inferno, desde a sua morte fiquei praticamente sozinha, eu mal vejo o meu pai, e assim que a minha mãe morreu que ele fez questão de abafar o caso, a mídia inglesa teve uma versão totalmente diferente "um acidente doméstico". Chegou a ser irônico.

Enfim, desde que ela morreu no primeiro ano eu mal o vi, nesse ano o vi umas três vezes e olha que moramos sob o mesmo teto, no entanto ele sabe aparecer nos momentos importunos. Mandei uma carta para o seu gabinete informando que iria fazer Medicina e imediatamente ele veio até mim falando barbaridades e afirmando que eu não faria esse curso, pois provavelmente meu doce destino era casar com algum lorde e viver uma família feliz apenas em porta retratos, como a minha mãe.

Nunca!

Resolvi fazer medicina, não por dedicação aos próximos e sim por ter experiência em ter a vida de uma pessoa em minhas mãos. É a adrenalina que procuro para minha vida monótona e sem direção.

Faço questão de entrar e sair despercebida nos lugares, como uma Lady provavelmente teria que me vestir como tal, porém deixo essas formalidades para quando sou obrigada, geralmente estou de calças Jeans e um casaco com meu fone de ouvido, provavelmente agora tocando alguma música depressiva da Lana del Rey.

Kiss me harder before you go...

- Festas para os calouros, a fim de ir? - essa é a Lady Evelyn Hall conheço ela desde criança. Finge de santa para a sociedade e por trás tem um caso com um cara do subúrbio com uma fama que deixaria qualquer um do nosso mundo com cabelos em pé, e logo ligaram para a polícia.

- Tenho algo a fazer à noite. - mentira, mas eu realmente não queria ir para uma festa de mauricinhos mimados.

Fui caminhando em direção à sala de aula.

Nove horas, Doenças Tropicais.

Sentei-me afastada da frente, Evelyn estava ao meu lado.

A aula tinha começado exatamente uns quinze minutos atrás o professor falava sobre algum vírus de áreas tropicais, anotava em meu caderno detalhe por detalhe, alguns minutos depois a porta de madeira escura abriu e um cara entrou.

Camisa preta de mangas compridas, calça jeans e um tênis. Seus cabelos negros um pouco compridos sobre os olhos pretos como uma turmalina negra, nunca o tinha visto antes, me virei para a Eve e perguntei quem era.

- Andrew Devonshire, oitavo período. Ele reprovou essa matéria ano passado, bem ele perdeu algumas aulas. Há boatos de que ele teve problemas judiciais, parece que espancou a namorada ou algo do tipo. Juro que já ouvi que ele assassinou a namorada.

Love in the Dark (Concluída)Where stories live. Discover now