Love in the Dark (Concluída)

Sufocada II

A chuva tornou-se forte quando eu saí da estação, por sorte estou de botas de cano alto, ao chegar em frente a minha casa, me deparo com um carro oficial na porta e um outro de mudança.

Péssimo dia para mudanças. — Olá, sou a nova vizinha Millena Evvia do apartamento ao lado. — tem uma menina brincando com um bola de plástico, parece com uma bola usada no pilates de cor vermelha. — Aquela é a minha filha, Monica. — é uma garotinha ruiva e parece muito espevitada.

— Bem-vindos! O bairro é tranquilo. — digo gentilmente. — Tenho que ir, até mais.

Entro e deixo a sombrinha do lado;me volto a biblioteca e é lá, a porta está aberta, presumo que não é tão importante e decido ir. — Olá senhorita Spencer. — sou recebida por um dardo que passa ao meu lado e fixa-se na parede. — Andrew. — ele o repreende. Meu olhar é para o dardo, quase me furou.

— Devonshire Antony. — ele me cumprimenta gentilmente, Kimberly está sentada no sofá, mas levanta-se educadamente para me cumprimentar, fito minha atenção no Andrew que continua a jogar os dardos, agora em outra direção. — Não deveria estar fazendo campanha pelo parlamento, aliás parabéns pela última atuação por lá. O herói do parlamento. — digo enquanto fito Andrew.

— Não tinha conseguido sem você. Aqueles assassinatos no parlamento foram uma mina de ouro. — apenas dou um sorriso insosso. — Deveria trabalhar na política, deveria ser da minha equipe de marketing, eu te pagaria melhor que o meu irmão.

— Disso tenho certeza, mas não, estou fora de tudo que envolva políticos. — desde de pequena convivi com meu pai envolvido na política do país, quando havia alguma crise no país, minha casa mais parecia um bunker político de reuniões incansáveis e jantares intermináveis para autoridades. — Fico feliz por você.

— O que veio fazer aqui, Antony? — o atirador de dardos enfim fala algo. Tem alguns costumes nele que realmente são irritantes, jogar dardos do nada, seu péssimo hábito noturno onde ele insiste em tocar o violino em plena madrugada.

— Não se pode visitar a família. Você é um grosso, irmão. — ele toma o assento próximo a Kimberly. — Mas está certo, como sempre ardiloso. Tenho dois assuntos para resolver com você, em primeiro sabe que eu tenho um caso com a minha secretária. — faço uma cara de espanto, mas ele percebeu que foi falsa e me olha atentamente. — Parece que não há segredos entre os dois, isso é bom. — ele fala de uma forma caçadora. — Mantemos um romance, algo secreto que só o Andrew sabia, até agora. — ele me joga um olhar. — Porém, alguém descobriu meu caso com ela e está me chantageando. Essa pessoa sabe do passado da Kimberly e ameaça contar para todos. O que seria uma tragédia para minha campanha.

— Eu acharia fofa a história de vocês seria como o filme Uma Linda Mulher embora que você não tenha vocação para o Richard Gere. — digo.

— A lady Spencer, bela ilusão. — diz a Kimberly pesarosa.

— Essa pessoa sabe o verdadeiro passado da Kimberly, seu verdadeiro nome e tudo além.

Antes que eu pergunte ela fala. — Liliane, esse era o meu nome verdadeiro. Graças ao Antony, eu apaguei a Liliane dos registros e de tudo mais. — pelo meu olhar ela percebe que eu diria algum comentário sobre o nome dela. — E era um péssimo nome. — concordo.

— Você tem cara de Kimberly. — me encosto na quina do birô, atrás de mim o Devonshire finge prestar atenção naquela história do irmão. Sempre me pergunto que tipo de educação essas duas criaturas tiveram. — Por que não assume logo um romance com a sua secretária? Evitaria muitos problemas pela frente e sabe como nos ingleses somos, fingimos ser um iceberg, mas nos derretemos completamente por essas histórias românticas. Acho que no parlamento iam achar essa relação inapropriada, mas o povo, a plebe iria amar, comprariam jornais para saber de tudo, ora Devonshire Antony, dê o circo ao povo e eles irão te idolatrar. Você terá o apoio do povo, da massa. — ele pareceu ponderar sobre a ideia que dei. E eu me repreendo por ter falado como o meu pai.