Enunciado

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Por Andrew;

Me atento para o casal da mesa à minha frente e estão tirando fotos no celular a cada dois minutos. Isso só aumenta a minha teoria de quanto humanidade está vazia e de que tudo que fazem é com intuito de mostrar a alguém que está indo maravilhoso. O que nesse casal não se aplica.

James está algo sobre política e finjo que estou interessado no assunto, no entanto me atenho ao casal novamente e sua falsa felicidade. Não consigo controlar.

Ele olha no relógio a cada um minuto e para os lados a cada vinte segundos. Por outro lado, a mulher parece está mais interessadas nas suas postagens nas redes sociais. Ela é rica, posso notar por suas roupas e gestos, em compensação ele não é tão afortunado. Ela deve o sustentar e pelo envelope que ela o entrega tenho minhas afirmativas comprovadas. O homem não passa de um gigolô.

— Acredita no que os jornais estão falando? — me volto ao James que me mostra um exemplar do The Guardian e sua primeira capa é sobre o tal Olivier, que dessa vez queimou um homem em frente a abadia de Westminster sem toca-lo. Londres está polvorosa e nem preciso dizer que é o assunto principal de todos. As pessoas só costumam acreditar no que elas vêem. É um erro.

— Será que ele tem esses tais poderes? Ele pode mesmo queimar pessoas, tipo um bruxo?

— Parecem histórias que contam para crianças. — falei convicto. Não existe nada de sobrenatural nas ações desse homem. Magia não existe, é ilusão.

— Ele o queimou!Existem provas, vídeos. Não são mais aquelas histórias que os padres contavam para os fiéis na Idade Média.

— Que eram deveras mentiras. — bebo minha cerveja gelada puro malte. Está quente hoje em Londres, um dia atípico por aqui.

— Então sabe como ele fez isso? — percebo sua ansiedade explicita em sua voz.

— Eu não sei exatamente o que ele usou, mas creio que a química pode me fornecer respostas que preciso. — ele não aprova minha resposta e dá de ombros. — Não devia se preocupar com isso. — digo e pego um dos biscoitos amanteigados.

— Claro que não, o homem está queimando pessoas. — James debocha de mim.

— Uma pessoa. — rebati a informação e ele revirou os olhos.

Ele pigarreou e parece que arrumou um outro assunto para tagarelar — Achei uma surpresa você no noivado do Nathan, detesta eventos sociais. — o tal do Olivier estava um pouco mais interessante do que esse assunto, ele não me causa enxaquecas.

— Michaella. — falei seco e presto atenção no casal novamente. Ser social não é algo que aprecio e se acontece tudo tem uma resposta, nos últimos meses sempre é a Michaella.

— Claro que é ela. — ele diz presunçosamente e me volto para ele. — Ela o está tornando social, meu caro. E não é ruim.

— Não?

— Não! — ele sorri e o encaro curiosamente. — Percebi o modo que a olhou no jantar, cada movimento que ela dava seus olho não desgrudaram e do modo como ela aparentemente o domou. Só cabe você admitir que gosta dela.

— Não, ela apenas trabalha comigo e é a minha submissa. E além do mais, havia presentes por perto, alguém tinha que olhar, ela é uma gatuna.

Ele gargalha. — Se acredita meu amigo. O pior cego é aquele que não quer ver. — prefiro não lhe dar nenhuma resposta. — E a dominatrix, como ela está indo?

Passo o guardanapo na minha calça preta. Deixei um pouco da cerveja cair. — Sim, Michaella é uma excelente dominatrix.

— Excelente. Hm. Se você está falando, ela deve ser ótima. Não deixe outros saberem.

Love in the Dark (Concluída)Where stories live. Discover now