A caminho do fim parte 1

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Caio está chorando embalado no abraço reconfortável dele.

ainda é possivel ouvir os sons dos vidros se quebrando, ferragens se contorcendo,  e blocos de concreto despencando. Disseram para ficarem afastados do prédio, pois o risco de que ele desabe é grande. A água esta espalhada pelo asfalto, chega a ser difícil acreditar que cabe tanta água dento de um prédio.

há uma ferida aberta na testa de Caio, mas não dói tanto quanto o seu coração. sangue escorre pelo seu rosto e pescoço. Há arranhões pelos seus braços e suas roupas estão rasgadas.

A dor da perda é inexplicável e eu não sou capaz de descrever a essência de como ele está se sentindo agora. 

as coisas aconteceram tão rápido, foi tudo tão de pressa.

O que resta para Caio é sentir toda essa dor e esse aperto, todo esse peso. 

ele se sente destruído parcialmente, é como se um pedaço de si fosse trancado dele sem dó ou piedade. o universo simplesmente decidiu tirar algo dele e fez. as lagrimas parecem nunca acabar e seus olhos ardem, ele soluça enquanto o outro tenta acalma-lo. ambos encharcados e sujos.

os bombeiros estão tentando encontrar sobreviventes ou corpos. caio teve sorte de estar vivo. o corpo esta sendo levado pelos bombeiros, Caio não quer acredite que isso está mesmo acontecendo, mas está sim, ele sabe.

Caio perdeu um de seus namorados para sempre.

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                                                                       11 Horas antes.

Caio abre os olhos. Do seu lado esquerdo Carter dorme profundamente, mesmo dormindo ele tem esse ar de seriedade inabalável. Brice dorme do outro lado, desajeitado como sempre, há um fio de baba escorrendo no canto de sua boca e Caio decide não se importar com isso agora, mas depois ele vai lavar o travesseiro, certamente.

O menor se levanta e vai ao banheiro, minutos depois ele já está bebendo chocolate quente na cozinha usando apenas um calção azul e ainda de cabelos molhados.

Carter aparece ja vestindo seu bel terno preto e cabelos perfeitamente penteados. Ele vem até Caio e segura sua mão, puxando ele para mais perto e elando seus lábios. depois de um singelo beijo Carter olha nos olhos do seu pequeno e sorri.

-- Bom dia!

-- Bom dia! -- Caio responde com o mesmo sorriso.

-- Acordou cedo hoje.

-- Eu acordo cedo todo dia, Carter. Você e o Brice quem passam eras naquela cama.

Carter da um sorriso safado.

-- Você gosta de passar eras com a gente naquela cama, admita. 

Caio sai de seu abraço.

-- Você é um grande pervertido, Carter.

neste momento Brice entra aparece de terno azul. 

-- Oque aconteceu com as fodas matinais que tínhamos até mês passado? -- Diz zombeteiro. -- Nós três mandamos bem na cama, não vamos deixar isso morrer, por favor. 

Ele pucha Carter pela cintura e dá um beijo quente no grandão. 

-- Eu namoro dois Pervertidos. -- caio revira os olhos.

Brice sorri e arga o grandão indo na direção do menor puxando-o para si.

-- Ah! Qualé, você gosta!

Os beijos entre Brice e Carter são sempre cheios de luxuria, mas com Caio, ambos possui certa gentileza, cuidado. É inegável que sem Caio, nunca haveria uma relação entre os outros dois, faz três meses que estão morando juntos e estão sempre em pé de guerra, isso sem contar os ciumes de vez em quando. Mas Caio esta gostando disso, talvez ele mude de ideia nos próximos anos, mas por enquanto tá tudo perfeito.

Lucas é o próximo a aparecer, ele vem vestindo jeans e moletom cinza. O garoto faz cara de nojo.

-- Eca, vocês poderiam ir pro quarto. Vou ficar traumatizado!

-- Bom dia pra você também, mocinho, que tirou nota baixa em calculo. -- Caio olha reprovativo pra ele.

-- Me desculpe, eu pisei na bola. -- Lucas vai até a cozinha e bebe um copo de suco. -- Prometo melhorar.

-- Deixa o garoto. -- Brice diz. -- Todo garoto fica meio lerdo quando esta namorado.

-- Isso não é desculpa. -- Caio fala. -- Acho bom que melhore mesmo, rapaz.

Lucas assente e se despede.

-- Espera. -- Caio diz enquanto ele vai em direção a porta. -- Você nem tomou café da manhã.

-- Já estou atrasado e o Jonathan tá me esperando lá embaixo. -- Lucas responde e depois abre a porta dando de cara com Felipe, que ia bater a porta naquele exato momento.

-- Bom dia! -- Lucas fala passando por Felipe e indo direto para o levador.

Felipe entra confuso.

-- Por que o rapazinho tá com tanta pressa? 

-- Jonathan é o nome da pressa dele. -- Carter responde. -- E por falar em pressa a gente também tem que ir, Brice.

Ambos se despedem dos garotos e vão embora, para mais um dia de trabalho.

Felipe se senta na cadeira e faz aquele sorrio sugestivo tão habitual dele.

-- Eu queria ter dois machos desses na minha cama toda noite. Tu tem uma sorte, Caio!

-- Acredite, as vezes eu duvido que seja mesmo sorte. -- caio ironiza.

E é assim que começa o dia de Caio, junto das pessoas que ele mais ama e que tornam sua vida tão feliz. O filho adotado, os namorados e o melhor amigo. Caio se sente realizado, ele tem tudo o que precisa para se sentir completo. 


Mas felizes para sempre é coisa de filme, na vida real, o mundo é cruel e Caio vai logo descobrir isso.

DOCE COMO CHOCOLATEWhere stories live. Discover now