DOCE COMO CHOCOLATE

conversas

Será que a felicidade é assim tão demorada mesmo pra aparecer ou com Caio foi pura sacanagem do universo? Ele passou anos amando um cara e quando desistiu o cara simplesmente chegou e disse "Sabe o que é... É que eu meio que... que ... que te amo!"
Poxa Brice tinha que ter demorado tanto mesmo?

Mm de qualquer forma Caio o estava mais com uma cara de tristeza no rosto enquanto conversava comi... com Felipe naquela manhã de chuva e frio.

Brice havia terminado com a namorada dele e Caio confessou que teve suas dúvidas se ele faria mesmo isso. Mas agora só havia felicidade e muito alegria pra compartilhar com o mundo e é por isso que neste exato momento nosso herói baixinho acaba de estacionar o carro em frente ao prédio do grupo de apoio.

Ele desce do veículo, são dez da manhã e o vento sopra frio. Caio usa um sobretudo de couro marrom sobre uma roupa social básica. Ele entra no prédio e de imediato é percebido pelas pessoas. Caio sempre foi bonito.
Ele segue pelo corredor sendo guiado por Tadeu um dos voluntários dali. Eles vão até uma sala ampla, há petiscos, livros, jogos e várias outras coisas, mas as pessoas estão dispersas pelo ambiente em pequenos grupos conversando paralelamente sobre suas coisas. São todos adolescentes.

- Esse lugar serve pra isso. - Tadeu fala. Já Há um sorriso doce no rosto do homem de talvez trinta anos. - Pra conversarem e se conhecerem. Eles precisam saber que existem muitos como eles.

Tadeu é pouca coisa mais alto que Caio e mais forte. Sua pele negra tem um contraste interessante com os olhos cor de mel. Não há cabelo, ele raspa tudo.

- No que você vai trabalhar aqui mesmo? - Tadeu pergunta depois de um tempo.

Caio para de olhar para as crianças, ele estava procurando os garotos que lhe seriam destinados.

- Eu sou da parte da conversação.

- Ah sim! Agente teve que criar isso, porque só temos um psicólogo e não da pra atender a todos todo dia, ou sempre que eles vêm. Aí tem agente pra conversar, desabafar... só depois de algumas conversas eles vão pro psicólogo, na verdade é uma garota, Eliza, ela vai determinar se as conversas estão sendo adequadas com os garotos.

Caio apena faz que sim gentilmente, ele já sabia de tudo isso.

No meio de tantos rostos jovens ele avista os garotos. Eduardo está conversando com mais dois jovens, devem ter todos entre quatorze e quinze anos, parecem animados. Ele veste roupas claras, uma camisa azul clara, calça jeans branca e os cabelos cumpridos bagunçados.

Tamara chama muita atenção pela beleza e os fios ruivos que caem até a cintura. Ela está sentada numa mesinha jogando cartas com um grupo de três garotas, uma delas é Leona que sorri alegremente enquanto parece ganhar o jogo. Tamara usa um vestido branco furado e é uma jaqueta d couro preta. Leona usa jeans e uma blusa cinza elegante, alem de saltos enormes. Ambas são lindas demais e alegres.

Erick está conversando com outro garoto, os dois estão quase no final da sala, um tanto afastados do resto. Ele tem uma expressão irritada e hora ou outra verifica o celular, ansioso talvez. O garoto alto usa uma shorts jeans e camisa preta, apesar da pouca idade seu corpo e em desenvolvido.

Lucas esta solitário sentado num banco próximo a parede, tem em mãos uma revista qualquer, e folheia concentrado. Usa uma calça jeans escura, camisa de manga longa branca.

Hoje seria o dia de conhecer todos eles.

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A porta de Carter é aberta depois de três batidas. Brice aparece com uma expressão leve no rosto, mas tem alguma seriedade ali também.