relógio

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Tic
Tac
Tic
Tac
Tic
Tac

O barulho do relógio de parede é a única coisa que se pode ouvir na casa. São três e meia da madrugada e Caio ainda não dormiu nada. Encolhido no sofá ele revive mentalmente o seu dia ruim. A conversa com Carter foi tranquila, provavelmente o grandão deve ter criado muitas expectativas, mas com Brice, como já era de se esperar, foi um verdadeiro desastre. Caio nem ramo conseguiu dizer algo e Brice foi cruel e até certo ponto egoísta. Caio está um pouco mais bravo do que queria com isso.

Nesse exato momento nosso pequeno herói se sente arrependido de ter voltado de Portugal, as coisas deveriam ter sido diferentes, ele planejava chegar, encontrar Brice, dar uma explicação qualquer sobre seu sumiço e talvez nunca mais ver Carter, pois até então ele imaginava que o maior o detestava. Brice teria esquecido de tudo e Caio teria a chance de começar de novo, de verdade. Porém, aqui estamos, no mesmo ponto aonde tudo se deu início, a mesma confusão de sentimento, um pouquinho mais angustiante. Será que ele devia comprar passagens para a Rússia desta vez?

É como se tudo o que aconteceu entre o antes e o agora não tivesse realmente acontecido, como se ainda estivesse naquela mesma noite com o pote de sorvete e o filme trash. A diferença é que agora só existe o silêncio.

O silêncio profundo, intenso e perturbador onde somente o tic tac do maldito relógio é capaz de quebrar.

Tic
Tac
Tic
Tac
Tic
Tac

Aio não está chorando, ele já chorou tanto. Seus olhos ardem, sua coluna foi por estar curvada e sua mente está tão distante, tão, tão longe e ao mesmo tempo cheia de tudo.

Tic
Tac
Tic
Tac
Tic
Tac

A meia luz da sala deixa o clima ainda mais triste.

Tic
Tac
Tic
Tac
Tic
Tac

- Você ainda esta ai? - A voz embargada de Max tira o reinado do relógio.

- Estou sem sono. - Essa é a única desculpa a ser dada.

Max se senta ao lado de Caio e puxa o rapaz pra perto, fazendo com que ele se deite em seu colo, a cabeça apoiada nas pernas.

- Eu sei que isso é difícil e que você queria que tivesse sido diferente, mas você vai superar.

- É, eu to bem. Só... É que ainda é recente, eu tenho o direito de sofrer.

- Sim, você tem. - Max faz cafuné no amigo enquanto fala.

Ambos faz silêncio por alguns segundos.

- Caio, talvez não fosse pra ser. - Max retoma a palavra. - sabe, você e o Brice. Vocês estaobenrolados a muito tempo, talvez essa é a sua chance de deixar ele no seu passado de vez. Pense sobre isso, podemos voltar. Vem comigo pra Portugal, você estava feliz lá. Agente pode...

- Max. - Caio o interrompe em voz baixa. - Desculpa, mas eu to tentando não pensar em nada disso agora.

Max suspira.

- Tudo bem.

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DOCE COMO CHOCOLATEWhere stories live. Discover now