Ilusões Mortas - SwanQueen

Feridas Abertas

POV - Regina

Levei Emma para minha casa quando o sol já estava nascendo e se era possível ouvir os pássaros cantarolando anunciando um novo dia. Se passava em minha cabeça cada coisa que havia acontecido. Por mais estranho que possa parecer, Blanchett me procurou no fumodromo antes de ir embora. Notei seus cabelos desgrenhados e em um tom preocupado, perguntou se eu estava bem. Alegou ter me procurado por todo canto... Ah Emma... Seguimos para casa e ela ficou deitada ao meu lado no banco do carro, exausta com certeza. Tirou leves e curtos cochilos até chegarmos. Eu também estava cansada, foi uma noite completamente diferente do que imaginei. Pouco nos falamos, apenas entramos e ela seguiu para o quarto junto comigo, nos aprontamos e logo adormecemos. Pouco mais tarde despertei primeiro que ela como era de costume. Levantei e fiquei por alguns instantes a olhando; linda, como eu a considero linda. Me inclinei levemente e despejei um beijo em sua testa, com todo amor que cabia dentro de mim. Tomei um banho gelado, para refrescar o corpo e a mente. Em seguida fui preparar o café, exatamente do jeito que ela gostava. Pouco tempo após, ela levantou e foi até a cozinha.

- Já acordou? - Questionei de forma tranquila.

- Sim. - Ela foi breve.

- Te acordei ao sair do quarto?

- Não. Eu já estava meio acordada.

Ela se sentou na mesa e prontamente fui até ela, dei um suave beijo em  seus lábios e coloquei o seu café matinal para se servir.

Ficamos trocando meias palavras, mas tudo ainda permanecia presente vividamente em minha cabeça. Eu sentia Emma distante, talvez estivesse eu seus devaneios sobre a noite anterior... Até que não pude conter minha curiosidade:

- E então... Me conta. Falei tentando fazer soar da forma mais descontraída que pude.

- Contar oque? - ela questionou confusa.

- Como foi? Com Blanchett? E

Elase afastou de mim no mesmo instante, de forma tímida.

- Foi bom, é tudo o que precisa saber. - Falou andando para o outro cômodo, tentando sair do assunto.

A curiosidade me consumia! Eu queria saber, queria saber o que aconteceu. Mas por que eu quero saber? Talvez seja informação demais pra mim na verdade. Parei de insistir. Ao longo do dia ficamos conversando sobre coisas bobas e completamente relevantes. Emma estava distante e eu não estava fazendo muita questão também. No final da tarde chamei um carro que a levou pra casa e desde então ficamos dias pouco nos falando. Eu sentia sua falta, algumas vezes a procurava, mas as conversas eram tão vagas quanto eu gostaria. O mais impressionante foi Blanchett, que mudou da  água pro  vinho nesse período. Nossa troca de mensagens ficou mais constante. Na  verdade, até criamos uma piada interna entre nós. Coisa que deveria ser absolutamente impossível. Eu eu pensava seriamente em voltar naquela boate e beber. Eu precisava. Aliás! Eu deveria! Blanchett disse que na noite seguinte estaria lá e praticamente me convidou para ir. Já beirando as 23h da noite seguinte, me aprontei com uma saia preta e cós alto, uma camisa branca de seda e como sempre, meu scarpin, desta vez vermelho. Pensava constantemente em chamar Emma para ficar comigo, mas me contive. Adentrei a boate, me serviram uma bebida e fiquei lá. Pude ver Blanchett chegando pouco tempo após a minha chegada, cumprimentando um e outro. Quanto mais eu bebia, mais necessidade de Emma eu sentia, mas a raiva de lembrar daquele dia também estava vindo a tona. Estava perdida em meus pensamentos até que notei Blanchett bem na minha frente.

- Olá Regina! - Ela disse em um tom entusiasmado ao me ver.

- Boa noite. - Retribuí.

Ela se colocou ao meu lado e passou o braço em torno da minha cintura. Observei aquele pequeno movimento dela, avaliando o que significava aquilo... Seu braço simplesmente se entrelaçou em minha cintura e assim permaneceu. Semicerrei os olhos e fiquei a encarando. Não... Será que minha dedução estava correta? Blanchett com segundas intenções e comigo? Não, não poderia ser... Só havia um meio de descobrir... Testando. Passei meu braço em volta de sua cintura também, que não exitou em nada, deixou tranquilamente.