A UM PASSO DO ORIENTE

A visita suspeita · 20

De todos os lugares que eu pensei que estávamos indo, não imaginei que seria uma ilha. O lugar era um verdadeiro pedaço do paraíso, pacífico e encantador. Apesar de termos ficado no mesmo apartamento ficamos em quartos separados. O hotel havia nos presentado com uma lista de atrações que não deveríamos perder, eles sem dúvida acreditavam que éramos mesmo um casal, o que explica o motivo do Lin não ter ficado em outro apartamento. ⠀
— Você vai ficar aí sentada assistindo durante esse tempo todo?
— Tem uma sugestão melhor? – perguntou Lin Won que estava fazendo uma maratona de séries desde que chegamos
— Sim, uma lista repleta de ideias. Agora mesmo estou indo para a gruta porque não vem também?
— Eu passo, minha diversão nessa ilha só costuma acontecer apartir das 21h.
— Há vida após noitadas.
— Eu sei, só não faço questão de conhecer.⠀
— Ou você está apenas dando desculpas, por acaso você sabe nadar Park Lin Won?
— Claro que sei. – ele responde desconfortável
— Não minta! – a situação era muito engraçada era inevitável não rir.
— Coisas insignificantes como essa aprendemos antes mesmo de saber ler.
— Não acredito em você.
— Eu sei nadar, só não gosto.
— Lin Won, não há nada de errado em não ser bom em tudo. – riu
— Não sou apenas bom, sou o melhor. – ele levantou para me acompanhar

Era óbvio que o Lin não suportava competições, ele gosta de deixar claro que ele é bom em tudo em que faz, inclusive em ser um idiota. Implorei que ele pegasse o balão de oxigênio mas ele não o fez, achando que daria tempo suficiente de nadar até a gruta sem o balão. Mas não foi bem assim, percebi pelo olhar que eles estava entrando em pânico por causa das profundeza e coloquei o meu balão para ele, em poucos minutos chegamos na gruta, foi um alívio poder respirar.
— Você é louco por acaso? Eu disse que deveria ter pegado o balão. – enquanto recuperava a respiração percebi que o Lin estava ofegante e em choque – Você está bem? – ele não conseguia me responder. – Olha pra mim, você tem que se acalmar. – ver que nada estava dando certo para o acalmar estava me deixando assustada, fica aqui vou pedir ajuda.
— Não! – ele me segurou firme impedindo que eu fosse
— Você tem que se acalmar, não tenho como poder te ajudar aqui.
— Já disse que não! – ele estava cada vez mais apavorado e isso me assustava.
— O que vou fazer? – perguntei preocupada. Lembrei do que o Kim Won fez comigo para esquecer o clima tempestuoso, mas o Lin era incapaz de me obedecer, por isso agir por impulso ao beija-lo mais uma vez.
— Você tem métodos bem exóticos para acalmar as pessoas. – ele colocou novamente a máscara de oxigênio, após alguns minutos ele havia voltado ao normal.
— Você tem pânico seu idiota, porque não disse isso antes? – perguntei irritada
— Porque não é da sua conta, se alguém ficar sabendo do que aconteceu aqui tenha a certeza que irei acabar com você, esse contrato irá receber um ponto final e você perderá todo dinheiro que recebeu. E não se esqueça que agora está desempregada. – era incrível, sempre que eu esquecia o quanto desagradável ele era, o Lin fazia questão de me lembrar
— Fica com o balão, você vai precisar. – mergulhei de volta para o hotel ⠀
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Tudo que eu queria era afogar ele e usar como desculpa a fobia. Entrei no apartamento a procura de alguma bebida forte para tomar, foi susto encontrar um homem desconhecido sentado no bar. ⠀⠀
— Quem é você? Como entrou​ aqui? – perguntei assustada
— Lana me desculpa, eu fui um idiota. – Lin Won entrou logo em seguida – Marco? O que você está fazendo aqui? – foi um alívio saber que não era um desconhecido.
— Lin Won meu amigo, foi bem essa reação que eu tive quando descobri que um rico boçal havia suspendido todos os mergulhos para a gruta, tinha que ser você. E essa bela dama? Estou atrapalhando alguma coisa?
— Essa é a minha noiva, a Lana. – ele me apresentou para o rapaz. – O Marco, é um grande amigo da minha mãe
— Corrija isso, sou um grande amigo da família. Não imagina o quanto fiquei sentido por não poder ter ido ao seu noivado, também não me culpe, foi algo bem inesperado.
— Assim como sua presença aqui no meu apartamento.
— Sempre educado. Me desculpe se te assustei Lana, queria fazer uma surpresa. Surpresa!!! – ele gritou, o Marco parecia ser um homem muito estranho
— Por que está aqui? – Lin Won perguntou
— Você sabe que só tem essa cobertura. Não aceito ficar em outro lugar. ⠀⠀
— Sinto muito Marco, mas a Lana gostou muito do apartamento não vamos sair. ⠀⠀
— O que? – pergunto surpresa ao ver ele jogar a culpa para mim, a lista de motivos para mata-lo estava ficando cada vez maior
— Não estou pedindo para que saia, odiaria ficar sozinho no apartamento. Vou ficar aqui com vocês.
— Há outro apartamento muito bom, será um prazer pagar para você.
— Economize seu dinheiro, vou ficar. Há dois quartos aqui, qual problema que eu fique com o que está vazio? – o problema é que não havia quarto vazio
— Nenhum, vou tirar algumas​ coisa que havia colodo lá e você pode se acomodar. – Lin Won estava permitindo que o Marco ficasse, isso significava que...
— Não precisa se dar a esse trabalho, já coloquei as coisas que estavam no quarto na suíte principal. Sintam-se a vontade para resolver o probleminha que estava acontecendo, irei descansar. – Marco entrou no quarto fechando a porta
— Droga! – Lin Won sussurrou
— O que está acontecendo? – perguntei confusa
— Vamos pra suíte. – o seguir
— Espera, essas são as minhas calcinhas? – o Marco claramente havia investigado as nossas coisas, minha roupas estavam espalhadas no quarto do Lin
— Calcinha? – Lin Won as olhou rapidamente
— Não seja idiota, o que está acontecendo? – comecei a arrumar minhas coisas
— Você não percebeu que ele não questionou o fato de não estarmos dormindo no mesmo quarto?
— Vá direto ao ponto.
— Minha mãe não está mais acreditando no nosso relacionamento, o Marco está aqui para descobrir se somos mesmo um casal. ⠀⠀
— O que?
— Temos que ser cuidadosos, você pode ficar no chão. – ele jogou uns edredons para mim
— Isso não vai acontecer, não vou dormir no chão. ⠀
— Sem problemas, pode dormir na cama. ⠀⠀
— Irei tomar banho.

Após ter me refrescado e tirado a água do mar do corpo deitei na cama para dormir, depois dá visita supresa do Marco não estava disposta a piorar a relação com Lin, ele obviamente iria perceber. Estava cochilando quando escutei o Lin sair do banho e deitar na cama ao meu lado.
— Que isso? – perguntei assustada o empurrando
— Já disse que não dormirei no chão, se está insatisfeita em me ter do seu lado é só deitar no chão, tem muito mais espaço que essa cama.
— Não vou dormir no chão seu idiota.
— Então fique quieta e cale essa boca. ⠀⠀
Por volta da madrugada escutei alguns passos, mesmo estando deitados em posições opostas o Lin Won me assustou com movimento rápido ao virar e me puxar para perto logo em seguida beijar o meu pescoço.
— Por que? – sussurro nervosa por ter ele tão perto de mim
— Percebi que não perguntei sobre sua mãe, como é que ela está? – Marco abriu a porta do quarto nos flagrando em uma situação falsamente constrangedora – Opa! Hora errada, conversamos depois. – o Marco foi tão rápido ao sair como foi para invadir
— Porque você não trancou a porta. – ele respondeu minha pergunta levantando logo em seguida para trancar a porta – Apartir de manhã temos que dar provas convincentes de que somos um casal, dado ao beijo que você me deu isso não será uma dificuldade. ⠀
— Então é isso? Você nem vai me agradecer por ter salvado sua vida?
— Eu já pedir desculpas, deixe de drama.
— Vamos só deixar algo claro aqui, um beijo não significa nada.
— E quanto a dois? – ele realmente sabia como me irritar
— Estávamos bêbados.
— E quanto a hoje cedo?
— Você estava em pânico, precisava te surpreender com algo.
— Quer dizer que você acredita que poderia resolver um susto me dando outro? ⠀⠀⠀
— Meu beijo te assustou? – estava prestes a acabar com ele
— Não esqueça que somos o casa perfeito agora, essa discussão não é o tipo de gritaria que o Marco deveria ouvir.
— Você é nojento.

Não suportava ficar no mesmo lugar que ele, que dirá no mesmo quarto. Decidir aumentar a pouca distância entre nós por optar em dormir no chão, o Lin Won havia caído na gargalhada se sentindo vitorioso, debaixo dos lençóis foi inevitável não dar um pequeno sorriso, era o cara mais competitivo que eu havia conhecido.