Irei te proteger · 9

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Trabalho a tanto tempo no restaurante que não tive dificuldade alguma em mudar minha programação para um turno, me pergunto o que farei com as tardes vagas. Além de ter que lidar com os olhares e fuxicos dos meus colegas na hora do almoço fui surpreendida com a presença de alguém que não esperava.
— Precisamos conversar. – disse Eun Soon
— Acho que não temos o que conversar. – digo tentando fugir ⠀⠀
— Não acredito nesse relacionamento, como o Lin Won estaria no restaurante em que a namorada trabalha e não a olharia por sequer um segundo? Eu lembro de você, estava bem próxima a nossa mesa, o Lin Won não estava com cara de quem te conhecia.
— Ual, todos vocês falam português.
— Para a brincadeira, é uma mentira não é? Lin Won jamais se relacionaria com alguém como você.
— Escuta aqui… – uma mão surge fazendo sinal para que eu parasse.
— Você já foi melhor Eun Soon, não sabe lidar com isso? Não é como se tivéssemos algo e terminasse, nunca fomos nada além de conhecidos, espero que seja a primeira e última vez que você procura minha noiva.
— Que noiva? Sei que vocês não tem nada, essa é sua desculpa para fugir do nosso casamento. É uma pobre coitada, nem a roupa mais cara vai tirar de você quem é, admita que é uma acompanhante. ⠀⠀
⠀⠀
Estou cansada de ter que ficar calada o tempo todo, eu posso me defender, mas quando lembro que estou sendo paga pra isso noto o meu lugar. Uma lágrima escorre nos meus olhos, talvez ter aceitado esse acordo foi o meu pior erro, me sinto humilhada a cada dia que passa. Sair do restaurante deixando os dois a sós, justamente hoje o ônibus demorou tanto pra passar.
— Não precisava ter saído daquele jeito. – diz o Lin Won ofegante, já que havia corrido pra me alcançar
— Esperava que eu escutasse tudo e ainda sorrisse?
— Ela não vai mais te incomodar, vamos. – ele me puxa pelo braço mas me solto indo contra ele.
— O relacionamento é uma farsa, não precisamos disso, irei de ônibus.
— Eu entendo que esteja chateada, mas não foi culpa minha.
— Não estou chateada encare isso como uma oportunidade para ter a tarde de diversão, não precisa atuar sei chegar na sua casa. – parei o ônibus e entrei pensando que finalmente havia me livrado do Lin Won, mas pra minha surpresa ele também entrou.
— Devo descontar no seu salário o dinheiro que vou pagar para levarem o meu carro?
— Entrou porque quis.
— Não vou deixar que falem essas coisas pra você.
— Eu posso, eu quero me defender. Acha que sou incapaz de fazer isso? Sei que você está pagando uma quantia alta e que se deu o direito de comprar meu silêncio. Mas me sinto inútil sendo humilhada sem poder falar nada, o pior de tudo é que acabo concordando com o que eles falam. – sempre fui muito fria em permitir que minhas lágrimas caíssem na frente dos outros, mesmo naquela situação eu não poderia demonstrar fraqueza
— Você não é nada do que eles falam. – Lin Won me abraça me desarmando por completo, ao enxugar minhas lágrimas, nada me fez parecer tão fraca quanto isso.

A UM PASSO DO ORIENTEUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum