Mudanças de Plano · 2

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Após o dia de trabalho voltei para casa muito irritada queria poder compartilhar com alguém o que havia acontecido, dizer o quão difícil foi ouvir tudo sem poder ter espancado aquele cara. Mas algo não estava certo, todos meus pensamentos sobre aquele asiático havia desaparecido quando vi algumas pessoas levando móveis que eram bastante familiar, meus móveis. A casa que eu moro estava recebendo o que parecia ser novos moradores, vê meus móveis na rua me deixou de mãos atadas. Estava para ir atrás do Valter quando ele saiu do carro com sorriso estampado.
— Não me olhe com essa carinha que não irá adiantar, eu disse a você que te daria até 12h.
— Como pode fazer isso comigo? Olhe quantas coisas minhas já levaram.
— Dado ao estado que se encontra deve ter sido o carro do lixo que levou. – ele rir
— Seu desgraçado. – junto toda minha raiva para atacar o Valter, mas não tive sucesso. Por causa do meu tamanho ele teve facilidade em me mobilizar.
— Não precisa fazer força, é bom ter você em meus braços.
— Me solta seu desgraçado.
— Vamos combinar assim, você irá recolher seu lixo todo, antes que dê 20h. Se assim fizer não cobrarei a dívida, vou esquecer tudo e a deixarei ir. Mas se não tirar todas essas coisas a tempo, levarei os documentos da cobrança a delegacia. Será um prazer deixar eles resolverem isso.
— Mas são 19:30 não conseguirei tirar tudo há tempo.
— O problema é seu, e então qual vai ser sua decisão.
— Eu vou tirar minhas coisas daqui. – nunca fui tão humilhada na minha vida
— Ótimo, então continue calma que vou te soltar. – com movimento rápido ele correu para dentro do carro.

Frustrada agachei com os braços abraçando as minhas pernas, deixando meu rosto colado ao joelho, estava triste e sem saída. Levantei meu rosto devagar ao lembrar dá única solução rápida para me livrar deste problema, o asiático idiota. Não acredito que estou pensando nessa possibilidade mas é a minha única saída. Mesmo sabendo que iria me arrepender digitei o número, mesmo sabendo que era um erro esperei chamar, mesmo sabendo o que estava envolvido fui em frente.
— Alô – ele atendeu falando o português arranhado
— A-al..oô – gaguejei, era uma situação muito vergonhosa, percebi pelo barulho que ele estava em uma balada, o cara é um completo descarado .
— Quem é? Se você me ligou já deveria ter se identificado.
— Sou a mulher que estava no restaurante, você disse que eu poderia ligar se mudasse de ideia.
— No fim das contas só estava se fazendo de difícil não é? Ligou mais rápido do que imaginei.
— Estou disposta a aceitar sua oferta mas com outras condições.
— Diga seu preço. – foi a pior sensação da minha vida me sentir um objeto.
— Primeiro preciso que você venha me buscar no endereço que acabo de te enviar.
— É só isso?
— Sim – respondi friamente
— Por volta de 23h busco você.
— Não! – falo desesperada. – Preciso que você me busque agora, antes das 20h. Por favor não de atrase.
— Estou a caminho. – se eu não conhecesse aquele lado babaca do asiático acreditaria que ele havia ficado preocupado.
— Mas uma coisa.
— O quê? – ele suspirou entediado
— Quero 3 mil, se for para agir de forma desonesta com pessoas de bens, acredito que eu deveria receber um bom pagamento.
— Sem problemas!
— Mas outra coisa.
— O que você quer? – ele grita irritado
— Preciso que você traga o dinheiro agora.
— Quem me garante que não está tentando me roubar?
— Eu preciso do dinheiro, você sabe onde trabalho, te envio todos meus dados se necessário.
— Espero que já tenha arrumado suas coisas.
— Como assim?
— O que esperava? Você acabou de me pedir dinheiro adiantado nada mais justo.
— Mas para que preciso arrumar minhas coisas?
— Você já tomou meu tempo demais. – ele desligou na minha cara

A UM PASSO DO ORIENTEWhere stories live. Discover now