Jantar (2)

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A porta é atendida pelo senhor Blossom. Ele era um pouco mais alto do que eu me lembrava. 

-Boa noite, Topaz. -Ele não disse meu nome com um tom doce, isso me preocupou um pouco.

-Boa noite, senhor Blossom. -Digo de forma educada. Ele nos dá espaço para que entremos na casa. Fecha a porta atrás de sim, com um simples e leve empurrão.

-Olá, papai. Onde Jay-Jay e Nana Rose estão? -Cheryl não perde tempo em perguntar pelas pessoas que realmente importavam ali. 

-Sua mãe e eu estamos bem, obrigado por perguntar. -Ele diz com um tom seco e irritado. Quanta ironia. -Eles estão na sala. 

-Não comece com seus teatros. Sabe muito bem que eu só estou aqui por causa deles. -Ela diz e se vira para a sala e me puxa pela mão. Eu não ousei dizer uma só palavra.

-Achei que não viria, Cher. -Jason se levantou assim que ouviu nossos passos. -Olá Toni. Seja bem-vinda na mansão Blossom. 

-Pare de cerimônias, ela já esteve aqui. -Nana Rose diz e empurra sua cadeira até mim. -Se Penélope dizer ou fizer qualquer coisa a você me avise, não perderei meu tempo em por ela para fora. 

-Mamãe. -Clifford diz de forma repreensiva e ela apenas resmunga.

-Se você falar qualquer coisa vai junto. Essa casa é minha e a maior parte da empresa também. Eu ainda não estou morta. -Ela diz e eu ouço um riso baixo vindo atrás de Jason. 

-Me desculpem. Eu acabei esquecendo de apresentar. -Ele se vira para a garota atrás de si e segura em sua mão. Ela se levanta e depois de alguns passos podemos ver seu rosto. 

Não acredito. Sofia era a namorada de Jason. Minha melhor amiga de infância, da outra cidade era namorada do irmão da minha namorada. 

-Prazer, Sofia. -Cheryl sorri e lhe puxa para um abraço. Eu estava em choque, parada no mesmo local, sem mover um só músculo. -Toni? Está tudo bem? Parece que viu um fantasma. 

-Eu estou bem, é só que ... -Não termino de dizer. Como esse mundo era pequeno.

-Como é bom te rever, Topaz. Achei que nunca mais te encontraria. -Sofia diz e vem em minha direção para me abraçar. Retribuo o gesto, ainda meio fora de órbita. Era mesmo ela ali. Minha melhor amiga de infância.

-Vocês já se conhecem? -Jason parecia não entender nada e Cheryl não estava com uma cara muito agradável. Ciúmes, que fofo. Tratei de me recompor e explicar.

-Um pouco antes de eu me mudar para Riverdale junto de minha mãe, eu tive uma amiga. -Digo e seguro a mão de Cheryl. -Lhes apresento minha melhor amiga de infância, Sofia. 

-Melhores amigas? -Isso ainda incomodaria a minha ruiva. -Que mundo pequeno esse.

-Sim, e muito. Eu achei que tivesse perdido minha melhor amiga. Mas não. Ela está aqui agora. -Sofia diz animada . Como sempre. -Quanto tempo faz? Sua mãe está bem? E seu avô?

-Tem bastante tempo já. E infelizmente, nenhum dos dois esta mais vivo. -Digo e seu sorriso some na mesma hora. Ouço Clifford engasgar com sua bebida e todos olham para ele, que no mesmo instante se levanta e sai da sala. -Está tudo bem. Hoje só tenho saudades. Cheryl me ajudou muito na época. 

-O jantar está pronto. -Penélope aparece na sala, com sua pose de soberana e ao olhar para mim ela apenas revira os olhos e se vira em direção a sala de jantar. Acho que ela, de alguma forma sabia do que tinha acontecido alguns anos antes da minha mãe morrer. 

Todos que estavam ali, andam de forma calma até a sala de jantar. Jason empurra a cadeira de rodas da Nana e Sofia o segue. Cheryl segura minha mão e me puxa de volta para a sala. 

-Devo me preocupar? -Ela pergunta e eu me viro para ela. 

-Claro que não. Sofia é apenas minha amiga, ou era na época de infância. -Digo e sorrio para tentar lhe passar confiança. -Eu me mudei ainda criança para cá. E ela sempre foi hétero, então fique tranquila. E eu não vou olhar para nenhuma outra garota, só tenho olhos para você.

Cheryl sorri e vamos para a sala de jantar em que todos já se acomodavam. Puxo uma cadeira para que ela se sentasse e ao me dirigir para a cadeira ao lado, vejo que Jason puxa a mesma e segura para que eu me sentasse. Agradeço e ele sorri, indo se sentar ao lado de Sofia, que estava do outro lado da mesa. 

Logo os empregados serviram o jantar, que foi tão chique que eu não sabia por onde começar ou qual talher usar. E Cheryl percebeu, pois colocou sua mão sobre minha coxa me transmitindo calma. Olhei para ela, que sorria e logo pegou os talheres e eu apenas imitei seus gestos. 

-Aposto que não está acostumada com toda essa prata refinada, Topaz. -Penélope comenta e eu logo paro de comer e me recomponho para poder responder.

-Não mesmo, senhora Blossom. Mas isso não significa que eu não queira aprender como usá-los. -Respondo de forma simples e educada. Ela ainda me tirava do sério, mas eu faria de tudo para que esse jantar fosse normal.

Depois deste comentário de Penélope, a mesa ficou em silêncio o resto do jantar, porém durante a sobremesa, Clifford resolveu que era a hora certa para começar a falar.

-Eu tenho dois herdeiros. -Penélope o interrompeu.

-Você tem apenas um herdeiro, Clifford. Apenas Jason herdara tudo da nossa família. -Ela comentou e eu olhei de relance para Cheryl que abaixou o olhar para seu prato. Segurei em sua mão, que estava sobre sua perna para poder transmitir conforto. -Cheryl não herdará nada, não para poder manchar a honra e nome desta família.

-Cala a boca, Penélope. Você por si só já manchou a imagem da família. E a propósito, eu não retirei o nome dela do testamento, e nem retirarei. -Clifford responde de forma prepotente e Cheryl levanta a cabeça sem entender nada. -Eu, como dono da metade da empresa, vou passar tudo adiante. Já não posso mais cuidar disso.

-Não tão rápido, irmão. -Todos olhamos para o local de onde tinha vindo a voz. -Senti falta de ver a família toda reunida, e vejo que temos convidados está noite. 

O homem era idêntico ao Clifford, com toda certeza eram irmãos gêmeos. Mas isso nunca tinha sido falado na cidade. E parece que nem os Blossom mais jovens sabiam também, já que Jason estava de boca aberta e Cheryl parecia que iria desmaiar ao ver a figura de seu tio ali, diante de nós.

-O que está fazendo aqui, Claudius? -Penélope se levantou junto de seu marido, enquanto o mesmo questionava ao irmão. 

-Está na hora de eu ter o que é meu por direito. Já não aguentava ficar naquele barco velho, navegando pelo mundo. -Ele diz de forma calma e se aproxima da cadeira da Nana Rose. -Olá mamãe. Eu finalmente resolvi voltar para casa. E agora é para ficar. 

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Quase me esqueci de postar para vocês.

Eu tô no banco e meu dia tá de pernas para o ar.

Mas aqui a continuação do capítulo de quarta.

Quem disse que iria dar merda???

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Beijos bb's lindos do meu coração.

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