Sem te perder.

Sorrisos

Por mais assustador que seja, sim é verdade, eu fiquei um mês sem ir na aula.

Não estava com cabeça e tive que trabalhar dobrado pois as contas estavam chegando.

O hospital teria de ser pago mesmo que minha mãe tivesse morta.

Eu levei um tempo pra poder aceitar. Chorei diversas noites seguidas, aquele choro com lágrimas grossas que ensopavam meu travesseiro.

Não consegui entrar no quarto que era dela. Não poderia passar por isso no atual momento.

Parte de mim acreditava que ela estava morta. Mas ainda tinha a parcela que acreditava que ela entraria pela porta do trailer.

Os dias se passaram arrastando. E eu continuaria em casa ou no bar se não fosse pelo FP.

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-Chega de ficar aqui. Você precisa se formar no ensino médio menina. -Ele podia ser serpente e comandar uma gangue inteira. Mas ainda sim era como um pai para mim.

-Eu não tô pronta pra pisar naquela escola FP. Olhar aqueles rostos só vai me deixar pior.

-Menina, você terá ajuda lá, os nossos estaram do seu lado. Você precisa ir. O diretor já até ligou para mim pra saber o porque de suas faltas. -FP tinha ficado como meu responsável por mais que eu já tivesse 19 anos.

-Tá, eu vou pra aula segunda. Só me de mais uma semana e eu prometo que tentarei estar preparada pra enfrentar tudo aquilo. -Disse enquanto sirvo um cliente do bar e volto a atenção pra FP logo depois.

-Ta bem, segunda feira na aula. E se não for o Jughead me contará. -Ele olha em volta e depois pra mim novamente. -Só quero seu bem menina Toni. Somos uma família aqui.

-Eu sei FP. Obrigada de qualquer forma. -Suspiro. Meu sorriso no momento até que foi sincero.

Apesar de minha mar estar morta, eu ainda tinha uma família para recorrer sempre que precisasse.

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E foi assim que eu tive que vim para a aula.

Por um lado eu sabia que ele tinha razão. Mas ter de enfrentar isso daqui era tipo ter que ir para o inferno e ser torturada por um dos filhos de Hades.

Eu já estava na primeira aula que era tão chata que me dava sono.

Ainda não tinha visto Cheryl Blossom. Eu tinha de conversar com ela. Precisava me desculpar por não ter ajudado no trabalho de biologia.

Só que ela não havia aparecido na aula, que por sinal dividia comigo e com outros serpentes e até amigos dela também.

O tempo passou e só vi ela no intervalo. Ela estava indo em direção ao banheiro e nem quis falar com Josie quando a mesma perguntou algo a ela.

Claro que eu a segui. Até porque iria falar com ela ali mesmo.

Assim que entrei no banheiro vi a figura de cabelos ruivos parada em frente ao espelho. Ela estava com os olhos vermelhos e quando percebeu minha presença deu um jeito de tentar disfarçar.

-Está tudo bem, Cheryl? -Perguntei enquanto caminhava em direção.

-Estou sim. Só cansada. -Ela diz e me dá um sorriso fraco.

-É a sua mãe? Ela fez isso daqui? -Perguntou enquanto aponto para sua bochecha esquerda, que por mais que estava com maquiagem dava para notar uma marca vermelha ali. Parecia ser a marca de dedos, por ser longa e fina. E logo mais abaixo, em seu braço tinha outra. E dessa vez havia até arranhões, devido às unhas.