Desespero

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Dessa vez nada estava em câmera lenta.

Olhei para o lado e vi Cheryl desacordada. Deve ter sido por causa da batida.

Ela tinha um corte em seu rosto por ter batido no volante  possivelmente.

A água não parava de entrar, as janelas estavam fechadas e isso fazia com que o carro afundasse mais devagar.

Eu precisava tirar ela dali.

O gelo tinha se quebrado, então eu deveria conseguir nadar ate a margem do rio.

Soltei nossos cintos e a puxei para meu lado, nossas roupas já estavam ficando encharcadas e a blusa de frio branca que ela usava estava ficando vermelha de sangue.

Eu sentia dor mas não me importei. Tinha que sai dali com ela.

Empurrei a porta com o ombro enquanto abria com a mão trêmula a maçaneta da porta.

A água entrou com maior velocidade, fazendo que eu fosse para o lado do motorista e o carro afundasse mais ainda.

Ja estávamos sem oxigênio, a água batia no teto e eu criei força para nadar segurando Cheryl com o braço esquerdo.

Estava ficando escuro e eu me desesperava. Tudo acontecia rápido demais e eu não tinha tempo para pensar.

Consegui sair do carro e logo ele chega ao fundo do rio.

Nado até a superfície e ouço algumas pessoas gritarem para que a ambulância fosse chamada.

Cheryl não tinha acordado ainda. Eu a segurava sobre a axila enquanto tentava nadar até a margem mais próxima.

Eu não via nada por causa da água. Apenas batia a mão direita para me mover.

Senti um base sólida e tentei subir, mas o gelo cedeu e eu comecei a afundar. Voltei a superfície rapidamente e voltei a nadar.

A água estava gelada demais, e estava me cansando com maior facilidade.

A cada vez que eu encontrava uma base sólida ela cedia sobre minha mão e eu tinha de me esforçar mais ainda.

Ao longe as sirenes foram ouvidas e se aproximavam com maior rapidez.

Eu estava cansada demais, porém tinha de continuar, Cheryl precisava disso.

Ela precisava de mais uma chance, e eu a daria.

Um homem apareceu em minha visão  segurando uma corda. Ele a jogou e eu segurei, enrolando a mesma em minha mão e pulso para que ele puxasse.

O homem fez isso e alguns segundos depois já estávamos chegando a margem.

Dois paramédicos desceram com uma maca e colocaram a garota ruiva sobre ela.

Cheryl estava mais pálida ainda. Seus lábios estavam brancos e o ferimento já não sangrava mais devido a águas congelante.

O bombeiro que havia jogado a corda, me envolveu em uma manta grossa e outro colocou duas sobre Cheryl.

Ela foi levada a ambulância e eu fui atrás. Não deixaria ela sozinha.

Entrei logo atrás da paramédica e a porta foi fechada, nos levanto diretamente ao hospital.

Os sinais vitais dela estavam fracos, ela estava entrando em estado de hipotermia, ouvi dizerem.

Chegamos ao hospital e não me deixaram entrar enquanto levavam ela as pressas lá para dentro.

Tive de ficar na sala de espera, aguardando algum médico vir dar notícias.

O tempo passava e ninguém vinha dar notícias.

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