Cheryl Blossom

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-Vai ser bem rápido Cheryl. Ele vai vender e nós vamos embora. -Reggie insistia em me pedir para entrar com ele na maldita mercearia para comprar bebidas.

-Só me diz por que não comprou isso antes? Eu só quero beber e não ter de ir lá comprar. Que droga, você não faz nada direito. Precisa de mulher pra fazer tudo, aposto que até pra limpar suas merdas.- Sai do carro batendo a porta do mesmo. -VAI FICAR AI OU VAI ME SEGUIR SENHOR QUE NÃO CONSEGUE FAZER NADA SEM UMA MULHER?

Assim que gritei vi que ele desceu do carro rapidamente e veio para o meu lado. Antes de entrar no estabelecimento que estava vazio pude notar algumas Vixens e jogadores do time da escola nos olhando, e sabia que eles não iriam se mexer para tentar fazer nada, como sempre.

Entrei e fui direto ao caixa que estava vazio e vi o Reggie pegar as bebidas. Tirei o dinheiro da carteira e quando ia entregar o cara que estava no caixa pediu documentos para comprovar que eramos maiores de idade.

Eu não estava com cabeça para essa palhaçada de comprovação de idade. Mas o homem estava irredutível quanto a isso.

-Um segundo que já lhe atendo senhorita.-Disse o atendente para uma garota que estava atrás de nós. Eu já conhecia a mesma, de relance na escola. A mesma andava com os Serpentes e tinha o cabelo cor de rosa. Não se achava, mas sempre estava perto de tudo e todos já que a mesma era fotógrafa do jornal da escola. Ela não poderia estar fazendo compras nas vendas imundas do lado sul ao invés de estar no lado norte? -Sinto muito, não posso vender bebidas para menores de idade.

-Como assim? Sabe quem eu sou por acaso para rejeitar vender algo para mim? -Eu estava perdendo a minha paciência com aquele cara.

-É as regras do estabelecimento. Não tenho permissão para vender bebida para vocês ou para qualquer outro com menos de 18 anos. -O atendente voltou a dizer com um tom de voz calmo que estava fazendo com que eu ficasse com raiva.

-Cara, ajuda aí, só uma garrafa e ninguém irá saber. -Reggie ainda tentava e eu sabia que não iriamos conseguir, mas eu não saio de um local sem levar o que eu quero.

-Regras são feitas para serem seguidas. E eu preciso desse emprego, então sinto muito mas não posso vender para vocês.

E então aquela serpente passou por nós em direção ao caixa sem nem ao menos pedir licença.

-Aqui, vocês não tem idade para poder comprar bebidas, vão pra casa e peguem as garrafas chiques que tem lá e pronto. Que chato ficar na fila já sabendo que não vão conseguir algo. -Ela disse e logo o atendente terminou de passar suas comparas e ela o pagou e quando estava prestes a sair Reggie riu.

-Como se a serpente nojenta soubesse de algo. Aposto que a mamãe doente nem deixa você beber. -De onde ele tinha tirado aquela coragem? Porque durante o dia, na escola, ele nem olhava pros serpentes e aposto que morria de medo. Mas como ela estava ali sozinha ele seria o babaca de sempre.

-Cala sua boca quando for falar da minha mãe seu nojento. -Ela se virou para encarar ele. -Ao contrário de você eu me esforço para ser alguém na vida e planejo continuar cuidando da minha mãe até eu não poder mais. Você nem se dá ao trabalho de saber se seus pais estão bem ou não, é um metido, filhinho de papai, vagabundo, bunda mole que não vive sem o dinheiro que os pais lhe dá. Pelo menos eu tenho vergonha na cara e trabalho para me sustentar.

Dito isso ela se foi, e aparentava estar com muita raiva.

-De onde tirou tanta coragem pra falar assim com ela? -Perguntei me virando para olhar em seus olhos.

-Não importa, e não é como se ela fosse fazer algo, já que estava sozinha. -Disse com um tom de voz irônico. -Voltando ao que importa. Vai vender ou não?

-Já disse que não posso vender bebidas para menores de 18 anos. Então se puderem ir embora eu agradeço.

Assim que aquele rapaz disse isso eu perdi o restante de paciência e sai dali. Como aquela garota serpente tinha dito, eu poderia ter pego bebidas em minha própria casa. Reggie me seguiu e pela sua expressão eu sabia que não estava nem um pouco contente com a recusa do homem.

-Dirige pra minha casa agora, Buldogue. -Ele nada disse e apenas fez o que eu falei. Pelo retrovisor vi que os outros carros estavam nos seguindo.

-Posso saber o que vamos fazer em sua casa? -Ele me olha rapidamente e volta a olhar pra estrada.

-Não queria beber? Tenho um ótimas garrafas de whisky, além de vodka e tequila em casa. -Disse sem nem ao menos lhe olhar enquanto retocava meu batom vermelho vivo.

-Então por que me fez vir aqui? -Ele parecia indignado.

-Eu não pretendia encher a cara de jogadores com essas bebidas que não são para vocês. São garrafas que nem se vocês trabalharem a vida toda vão conseguir comprar.

-Não precisa insultar, ruivinha.

-Já disse pra não me chamar assim Reginald Mantle. -Disse olhando eles nos olhos depois do mesmo já ter estacionado em frente a minha casa.

-Ok então, Cheryl Blossom. Acho que amanhã não vamos nem aguentar ir para a aula. -Ouvi ele dizer para um de seus colegas de equipe enquanto entravamos. Revirei os olhos instantaneamente.

-Vê se não quebrem nada. Não é porque meus pais estão fora que não iram perceber se algo estiver faltando nesta decoração que tanto odeio.

Fui em direção a cozinha e peguei as garrafas que ficavam na adega junto com os vinhos. Claro que eu não iria lhes dar as mais caras, se bem que ali tudo era bem caro. Mas que se dane, meu pai tem dinheiro suficiente para poder comprar mais se quiser. Voltei para a sala e percebi que já haviam ligado um som em algum lugar que não fiz nem questão de me importar. 

Sei que minha mãe perceberia que havia acontecido uma pequena festinha ali. Mas a verdade era que eu não ligava. Ela também dava suas festinhas quando meu pai não estava em casa, e nem se importava se eu estava em casa ou não.

A noite iria render e eu estava apenas afim de beber sem me importar se conseguiria ir a aula no dia seguinte. A escola era um verdadeiro inferno. Ninguém se importava com ninguém de verdade, e os únicos que haviam se importado comigo um dia havia ido embora.

Primeiro tinha sido a Heather, um agarota que havia sido totalmente importante para mim, mas que minha mãe não gostava nem um pouco. Algum tempo mais tarde ela havia entrado em meu quarto e visto Heather e a mim na mesma cama, e depois disto ela sumiu, nunca mais apareceu. Eu sentia falta dela, pois era a única que me conhecia e me entendia.

Segundo havia sido o Jason. Ele era meu irmão. Na verdade ainda é, só que havia ido embora por não querer ser dono das empresas Blossom quando chegasse a hora. Ele havia fugido com Polly Cooper, nossa prima. Pois é, minha família é bem estranha. O que mais me machucou foi saber que ele nem sequer pensou no que estaria me fazendo ao me deixar em Thornhill, sozinha, com pais que ficaram enfurecidos com sua partida, ainda mais depois de saberem que eu havia ajudado.

Ele disse que iria entrar em contato quando soubesse ser seguro para ambos, porém isso jamais aconteceu em um ano de seu sumiço. 

E agora eu estava presa nesta cidade medíocre que se chama Riverdale, onde coisas estranhas acontece e ninguém se importa. Estudava na escola Riverdale High. Liderava as River Vixens, a equipe de líderes de torcida.

Mas a verdade era que eu não queria nada disso. Todos me julgavam ser fútil, mimada, patricinha, vaidosa, esnobe, arrogante, manipuladora e superficial. E até que é verdade. Mas eu não tinha culpa de ser assim, considerando o ambiente em que fui criada. Os adultos me ensinaram a ser assim e nunca abaixar a cabeça a ninguém. E claro que eu não iria contestar algo assim, e eu também não iria gostar de me rebaixar a alguém. 

Eu sou uma Blossom, e todos devem respeito a mim e apenas isso.

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Olá de novo.
Espero que vocês gostem do capítulo.
Não esqueçam de curtir e comentar.
Beijos.

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