Capítulo 4

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Dou dois toques na porta para entrar e ele não olha nem na minha cara, entrego seu café e sentei para passar sua agenda do dia.

- O senhor tem uma visita semanal hoje às 14h na obra do prédio em construção em Copacabana.

- Certo iremos sair as 13:40h.

- Iremos? -Pergunto incrédula, o que mais quero é  manter a distância do ogro.

-Quer que eu faça o seu trabalho senhorita Almeida? Pergunta com a sobrancelha arqueada.

Encaro ele por alguns segundos, quem ele pensa que é para falar assim comigo? Vai ter volta. Mais cedo ou mais tarde. Pode apostar!

- De jeito nenhum senhor Fernandes, afinal o senhor paga o meu salário para isso. - Digo me levantando e sem me importar se fui longe de mais.

Ele me olha dos pés a cabeça  de novo parando nas minhas coxas, minha calça  jeans é  bem colada e acaba mostrando como minhas pernas são torneadas, subindo devagarinho e para em direção aos meus seios e já estou sentindo o rubor em meu rosto e pescoço. Por que meu corpo tem que reagir a este rabugento? Graças aos céus trouxe uma calcinha reserva, terei que  trocar imediatamente.

Vejo que ele se remexe na cadeira, parecendo desconfortável. E me encara com seu olhar de desejo. Ao menos sei que mexo com ele dá mesma forma que ele mexe comigo. Estamos quites. Faço uma dancinha feliz.

- Se não se importa, vou voltar para minha mesa.

- Claro que me importo, não terminamos. -diz não me olhando. - sente-se.

Não saiu como um pedido, saiu como uma ordem! E sentei imediatamente. Como ele ousa a mandar em mim? E como meu corpo obedece sem ao menos pestanejar? Fico ainda mais irritada.

- Informe ao meu motorista Peter o horário que iremos sair. Te enviei duas planilhas, a primeira  é a lista de  todos os pontos que foram marcados como pendentes, reparos ou atraso. A segunda é  a planilha atualizada. Verifique se tudo foi feito e as que não foram deixe sinalizada.

-Sim senhor. Algo mais?

Ele me olha dos pés a cabeça e diz:

- Por agora só. Diz seco.
Saio da sua sala irritada pela sua arrogância e pego minha calcinha reserva e vou trocar no banheiro.

O resto da manhã, corre normalmente. Tenho que está com estes relatórios  prontos até o almoço, ainda bem que o telefone ajudou hoje, tocando poucas vezes.

Finalizei os relatórios e estou imprimindo, quando vejo um corpo a minha frente, vou subindo o rosto de vagar, observando cada detalhe daquele corpo másculo e quando chego no seu rosto vejo a porra do meu chefe num rosto mais jovem e me dando um sorriso de canto sexy. Tô fudida! Se com um já fico molhadinha de manhã cedo, imagine com dois. Dois... uma curiosidade em tanto, tenho certeza que  todas as mulheres já sentiu vontade, só não tem coragem.

- É...hum... Bom dia, em que posso  ajudá-lo? - pergunto tentando me recompor da minha imaginação fértil.

-Poderia informar ao meu irmão que já estou aqui Michele? - me pergunta com uma voz sexy.

Olho pra ele e não me recordo de ter dito meu nome. Acho que ele percebe meu questionamento interno e adianta.

- Sou o Marcelo. - diz com aquele sorriso sexy novamente.

- Já estou aqui Marcelo. Vamos. - diz irritado com a cara de quem vai fuzilar o primeiro que estiver na frente. - Às 13:40h iremos sair daqui senhorita Almeida.

-Sim senhor.

- Vai na obra maninho?- Marcelo pergunta.

- Sim. -Diz curto e Grosso.

- Eu também. Por que não almoça com a gente Michele? - Marcelo pergunta deixando um clima tenso.

- Não Marcelo, obrigada pelo convite.

- Qual é vamos. Meu irmão só tem essa cara feia, mas é  legal. -Ele diz com um sorriso encantador.

Percebi que o senhor Fernandes está com a cara mais fechada ainda. Fala sério!

- É senhor Marcelo, senhorita Almeida. E Marcelo tenha mais respeito na frente dos meus funcionários.

- Ahhh qual é  Mano. Para de ser imbecil na frente das Damas eu pedi para a Michele me chamar pelo nome.

Dimitri olha para o irmão dele em um sinal de advertência e o mesmo não está nem aí pro irmão.

- Então Michele vamos? - Marcelo pergunta.

- Acredito que não seja apropriado eu acompanhar vocês.

- Tá vendo mano, assustou sua secretária. Michele não liga ele é  assim mesmo. - Marcelo diz chateado.

Por um momento pensei em aceitar economizaria tempo e dinheiro e assim poderia conhecer melhor o Marcelo, poderia ser um ótimo amigo. Amigo? Não, não... um ótimo  peguete. Sorrio mentalmente com a possibilidade. Mas não estou tão convincente..

- Vamos almoçar senhorita Michele?

-Meu chefe me pergunta e pela expressão em seu rosto não aceita não como resposta.


- Acho melhor na... - Ele me interrompe.

- Pegue suas coisas, os relatórios e vamos.

Grosso!

No caminho do restaurante eu e Marcelo conversamos muito, tem 24 anos, solteiro, formado em engenharia Civil e gerente geral de obras na construtora. Percebi que temos alguns gosto em comuns como balada, cinemas, barzinho e gostamos de correr.

O trajeto todo o meu chefe estava de cara fechada e atento em tudo em que conversávamos. Hora ou outra percebia um sorriso disfarçado.

Quando o carro parou em frente ao restaurante, Dimitri sai primeiro estendendo a mão  para mim sair, exito um pouco, mas cedo. "Ele só está sendo cavalheiro Michele, para de paranoia" digo pra mim mesmo. Quando meu chefe vai me direcionar para dentro do restaurante, Marcelo pega na minha mão e puxa para junto dele em direção ao restaurante. Vejo que meu chefe não ficou nada satisfeito com a atitude do irmão, mas não falou nada.

O restaurante era sofisticado mas aconchegante com Luz ambiente, com detalhe de madeira simplesmente lindo. Fizemos nosso pedido, Dimitri fez o pedido de uma garrafa de vinho. Excitei em beber devido o horário de trabalho. Mas depois disse que uma ou duas taças não me deixaria alterada.

- Então Michele você nasceu aqui no Rio? - Marcelo pergunta.

- Não, sou do interior. Vim para cá estudar. Me formei e não consegui mais voltar para casa de meus pais. Uma vez independente, sempre independente. - digo olhando para o meu chefe com a deixa.

- E mora com quem? Namorado, noivo, marido? - Marcelo pergunta. E Dimitri bem atento em mim.

- Nenhuma das opções. Divido um apartamento com minha amiga Bianca desde a faculdade.

- Sua amiga é  gata que nem você? -Marcelo pergunta todo interesseiro.
Sorrio da forma como ele diz as coisas, tão Alegre e espontâneo. Tão diferente do irmão ogro.

- Marcelo você está demais. Se controla. - Dimitri diz em tom de advertência.

- Sou única querido. - digo arrancado risada dos dois. Mas ela é  linda.

- Fechou vamos pro cinema amanhã?- ele pergunta  animado. E já me apresenta para sua amiga.

- Você não sabe  nem se ela é  solteira Marcelo. Dimitri diz.

- Não tenho ciúmes mano. - sorrimos tanto que lacrimejei.

A nossa comida chegou,  e no decorrer do almoço foi mais tranquilo. Pagamos a conta, meu chefe fez questão de pagar a conta, mas fiz questão de pagar a minha.

Fomos em direção a obra, no caminho passei o meu número pro Marcelo e enviei um whatsapp para minha amiga informando o nosso cinema amanhã. Segundos depois ela confirma toda animada.

Meu chefe está com cara fechada. Estou começando a achar que ele é  assim rabugento o tempo todo.

Fodidamente SexyWhere stories live. Discover now