LVIII

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Quando Fernando e Felipe chegaram ao local dos gritos, viram Paulo agarrando Mariana sem nenhma chance de defesa. Fernando não pensou duas vezes, atacou o agressor agarrando-o pelas costas e o desvencilhando de sua noiva.

Na tentativa de defesa, Paulo ainda acertou-lhe um soco, mas Fernando, apesar de estar convalecente, era mais forte e a raiva tomava conta dele. Então uma sucessão de socos foram deferidos sobre o rosto de Paulo.

Felipe olhou para Mariana que estava com os olhos arregalados e depois viu uma das mucamas da casa de seu tio com uma expressão assustada e com o rosto banhado em lágrimas.

- As duas estão bem, Mariana? - indagou Felipe preocupado.

- Por Deus, Felipe, pare o Nando. - disse ela angustiada. 

Felipe voltou o olhar para a briga que decorria à sua frente e cruzou os braços nas altura do peito.

- Desculpe, Mariana, mas se fosse com Emília, eu certamente estaria fazendo o mesmo.

Mariana viu a cena com pavor. Nando recentemente sofrera um forte golpe na cabeça e naquele instante estava envolvido numa briga. Enquanto deferia golpes e mais golpes no ínfame Paulo, proferia os mais variados insultos e palavras de baixo calão. Esbravejava sua raiva fisica e verbalmente.

- Por favor, Felipe, e se algo acontecer ao Nando? - suplicou.

Paulo já estava caído no chão e não tinha mais nem força para defender-se, apenas recebia os golpes.

- Já chega, Fernando. - disse Felipe tirando o primo de cima do oponente. - Ele já recebeu o que merecia.

Fernando foi então à sua noiva.

- Estás bem? - suas mãos se fecharam em concha no rosto de Mariana. Ela assentiu.

- E tu, estás? - indagou ela com a mesma preocupação que ele estava.

- O que ele te fez? - perguntou sem dar importância em como ele mesmo estava.

Lágrimas inundaram seus olhos. Mariana emocionou-se por mais uma prova de que ele realmente a amava. Sua preocupação por ela vinha antes.

- Diga, Mariana, o que esse maldito lhe fez? - a urgência em saber o que houvera estava notória em sua voz.

- Nada. - disse numa voz trêmula. - Ouvi gritos quando estava indo à casa de dona Sebastiana e o vi atacando... - ela não completou, apenas olhou na direção da mucama.

Então Mariana saiu de perto de Nando e foi ter com a criada. Abraçou-a.

- Acalme-se, querida. Por sorte não aconteceu nada.

A pobre moça que não devia ser tão mais velha que Mariana, chorava copiosamente e tentava se cobrir.

- Venha, vamos para casa. - ela olhou para Nando. - Vamos também, Nando. - ela pediu.

Ele assentiu, mas antes de ir olhou para Paulo esticado no chão gemendo de dor.

- Seu infeliz, não quero mais ter o desprazer de pôr meus olhos em ti. Porque se isso acontecer, certamente eu o mato.

Era uma vez... Os Alencar (FINALIZADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora