Capítulo 6

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- Não gosto de falar sobre isso... - Christian virou o rosto para o lado, visivelmente incomodado.
- Eu só queria entender você, mas tudo bem se não quiser me contar. - Ana argumentou mordendo o lábio.
- Ta certo, irei te explicar. - Ele voltou a olha-la, respirando profundamente antes de prosseguir - Eu tinha uma família completa quando criança. Pai, mãe e meu irmão. Meu pai idolatrava minha mãe, era atencioso, fazia tudo por ela, tão apaixonado... Naquela época eu acreditava que o amor existia - Sorriu triste - Até que um dia eles discutiram feio, eu e Elliot não entendemos direito até aquele momento, então aquela mulher fez sua mala, mal nos olhou e saiu pela porta da nossa casa e nunca, nunca mais voltou. - Completou com a voz embargada.
- Pra onde ela foi? - Ana perguntou engolindo em seco.
- Ela fugiu pra viver a vida que sempre quis com seu amante, deixando o marido e os filhos pequenos sozinhos, sem amparo algum. Você não tem ideia do quanto isso foi doloroso pra mim, mas no final foi bom porque pude entender que amor entre homem e mulher é balela, não existe de verdade, é uma grande farsa. - Falou com lágrimas nos olhos.
- Sinto muito, Christian. - Ana disse se sensibilizando com a história dele - Minha família sempre foi perfeita e cheia de amor, até o dia em que meu irmão se assumiu homossexual e foi expulso de casa por meus pais. Mesmo assim ainda acredito no amor porque o casamento dos meus pais mesmo com os problemas é cheio de parceria, mas lamento por você não acreditar pois deve ser muito triste viver sem acreditar em algo tão lindo como o amor verdadeiro. E sabe... Não é porque sua mãe traiu seu pai que todas as mulheres farão isso, muito pelo contrário. Ela é mais excessão do que maioria.
- Sinto pelo seu irmão também, você deve ter sofrido bastante por ele, mas não adianta, não acho que consigo mais acreditar nessas coisas. - Ambos se entreolharam. - Bem, é melhor eu ir Anastasia. - Grey avisou pegando as cervejas novamente.
- Ta bom... Tchau Christian. - A morena despediu-se acenando para o médico e o vendo ir embora de seu apê.
~*~
- Trabalhar de garçonete em uma casa noturna? Nem por cima do meu cadáver! - Ethan avisou a esposa assim que terminara seu almoço, onde a mesma revelara a ele seus novos planos.
- Por quê não querido? - Mia questionou incomodada.
- Eu sempre te sustentei e nunca deixei te faltar nada. - O loiro a alertou tomando um gole de seu suco.
- Não importa, quero minha independência, uma atividade para ocupar meu tempo livre nesta casa que diga-se de passagem é bem extenso, até mais do que gostaria. - O lembrou fechando a cara.
- Não vou deixar você andar por aí no meio de uma boate cheia de homens tarados, mas não vou mesmo! - Ele insistiu ficando mais nervoso.
- Você não tem que deixar nada, essa decisão é única e exclusivamente minha Ethan! - Mia deixou claro em voz alta quando a filha entrou na casa.
- Papai, mamãe!! - Lana exclamou jogando a mochila no chão e correndo até ambos.
- Oi meu amor. - Mia sorriu nervosa.
- Está tudo bem? - A criança perguntou notando que o clima entre os pais estava estranho.
- Claro que está querida - Mia disfarçou - Como foi sua aula? - Indagou deixando a menina sentar em seu colo e mudando de assunto, pois não queria que ela visse que Ethan e ela estavam em conflito.
~*~
- Poxa mano, você perdeu a cruzada de pernas. - Elliot falou para o irmão assim que Christian voltou para casa.
- Tudo bem, depois retorno a fita e vejo pela milésima vez. - O moreno disse esticando a mão para o irmão e lhe entregando uma cerveja.
- Ei, que desânimo é esse? - O loiro questionou franzindo o cenho.
- Conversei com a Anastasia e acabei contando sobre aquela mulher. - Explicou abrindo a geladeira e guardando as outras cervejas lá. - Lembrar dela me faz mal.
- A mim também. - O cardiologista pôs o filme no pause. - Não gosto de falar nesse assunto, só falei disso com Kate uma única vez.
- Também não gosto. - Christian concordou sentando-se no sofá. - Minha vida sexual era ótima, por quê a Ana tinha que aparecer para estragar tudo? Porque eu tô pensando tanto nela cara? Eu não acredito nessa coisa de romance, então porque fico pensando o tempo todo justamente naquela garota romântica e cheia de frescuras?
- Não sei, irmão. - Elliot pôs a mão no ombro dele.
- Pior que conversar com ela me fez perceber o quão vazia é a vida que eu levo, que transar com uma garota diferente todo dia só para não me apegar e machucar meu coração não me satisfaz tanto quanto imaginava, nem me deixa feliz. Você sabe o que é ser feliz, Lelliot?
- Acho que não sei também, estou na mesma que você mano. - Elliot retrucou dando um sorriso triste e os irmãos se calaram, ficando bastante pensativos.
~*~
- Está indo para aquele antro da perdição, não é? - José perguntou vendo o esposo se arrumar no quarto deles.
- Estou indo trabalhar José, TRABALHAR! - Jack gritou a última palavra, já impaciente com seu parceiro.
- Como se isso fosse um trabalho de verdade... - José murmurou virando-se do outro lado da cama.
- Não aguento mais você menosprezando meu trabalho... - Jack deu um soco na parede. - CHEGA JOSÉ!! É trabalho sim e muito honesto, tenho muito orgulho do que faço aliás.
- Quer saber? Você vai ter que decidir entre mim e seu trabalho, não aceito mais que você trabalhe naquele lugar horroroso. - O fotógrafo se levantou da cama e foi até o amado. - Anda, escolhe querido! - O pressionou tendo certeza que seria escolhido.
- Você está sendo muito egoísta. - Jack disse deixando uma lágrima cair de seus olhos. - Mas quer saber? Escolho o meu trabalho! Sofremos tanto pra ficarmos juntos, mas você nunca deu o valor que eu merecia e já cansei disso. - Foi até o guarda-roupa e de cima dele pegou uma mala marrom.
- O que está fazendo? - Rodriguez questionou não entendendo nada.
- Indo viver minha vida. - O loiro respondeu abrindo o armário e pegando algumas de suas roupas e objetos pessoais. - Adeus. - Falou guardando tudo na mala, fechando, pegando-a em mãos, saindo do quarto e em seguida do apartamento que dividira por muitos anos com José.
~*~
[...]
- Christian não é tão sapo quanto imaginei. - Ana comentou com Leila entrando no quarto da oncologista - Ele tem motivos para não acreditar no amor e por isso pensa que sexo e prazer são o melhor da vida.
- Ah... Mas eu entendo o Christian afinal, sexo é bom demais, não? - Leila comentou enquanto penteava seus cabelos - Na verdade é uma delícia.
- Deve ser. - Ana sentou na cama dela, dando de ombros.
- Deve ser? - A loira a olhou boquiaberta. - Espera, você é virgem?
- Sou. - A pediatra assumiu com as bochechas coradas. - Quero perder minha virgindade com alguém a quem eu realmente tenha sentimento, mas isso não significa que não pense em sexo.
- E no Christian, você pensa? - A instigou.
- As vezes sim. - Assumiu mordendo o lábio quando a campainha tocou - Quem será? - Saiu do quarto da morena, foi até a porta da casa e a abriu. - Jack? - Arregalou os olhos ao se deparar com o irmão mais velho, com uma mala na mão.
- Oi Ana... Será que posso morar aqui com você?

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Muito amor por esse capítulo kkkk


Será que as meninas vão aceitar morar com Jack?


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